I need ticket

Faltando poucas horas para o início de uma partida, é por alguém segurando uma plaquinha com os dizeres "I need ticket" que os sem-ingresso torcem para encontrar. Os cambistas são a última esperança do torcedor que se inscreveu no site da FIFA e não foi sorteado para poder comprar um ingresso. Pois é nas maõs de um chileno, croata, sérvio, inglês, alemão, italiano, turco, americano, que está o objeto de desejo do torcedor sem sorte. Tem cambista de tudo que é nacionalidade em volta dos estádios. Brasileiros? Lógico: "meu vizinho é cambista no Beira e no Olímpico e tá aqui na Alemanha trabalhando. Ele tem conhecidos na CBF. ", me contou um ex-colega de firma.

Juntando as informações, dá pra descobrir que os ingressos do mercado negro vêm por dois caminhos: dirigentes e patrocinadores. Um cambista californiano (saído da capa da Fluir) me contou: "Bro, eu tenho um amigo que trabalha na Budweiser e me descolou 9 ingressos. Já vendi todos, até o meu". Nessa brincadeira, o bródi embolsou 4.500 euros, já que "torrou" por 500 euros cada ingresso para o jogo Brasil e Austrália. Os outros cambistas estavam vendendo a 700.

Esse esquemão deixou holandianos, ingleses e o dominó "P" da vida. A foto ao lado foi tirada em uma tenda de informações da Fifa que anunciava não ter mais ingressos a venda. Os torcedores decoraram o cartaz com um adesivo: "Ingresso para torcedores, não para patrocinadores".