Mascote
Deu na Zero Hora de hoje: a empresa que produz o atual mascote da copa - um leão que, além de feioso, poderia ser confundido com qualquer leão de pelúcia à venda nos camelôs de Cachoeirinha - está indo à falência por conta das vendas escassas.
Não sei por que ainda insistem nesses mascotes de Copas e Olimpíadas. O último que eu lembro bem é o Naranjito, símbolo da Copa da Espanha em 82. Olha, isso é só um palpite, mas acho que a minha lembrança se deve ao fato de que o bicho era uma LARANJA COM OLHOS E BOCA, e não um bicho de pelúcia genérico.
Eu fico imaginando as reuniões entre os criadores de mascotes e o comitê organizador da Copa 2006:
- Bom, o mascote que nós vamos apresentar tem tudo a ver com a Alemanha, e vai gerar impacto por conta de seu formato inusitado.
Os criadores de mascotes apresentam um protótipo que é uma batata com olhos e boca. Um deles diz:
- Este aqui é o Kartoffelnito, nosso mascote da Copa.
Os membros da Comissão aplaudem Kartoffelnito com louvor. Mas, nas semanas seguintes, influenciados pelo novo gerente comercial e pela equipe de advogados, que temia uma reação enérgida dos produtores de nabo da Europa Central, vêm alguns pedidos de alteração. A batata não poderia ser peluda? Ela não poderia ter porte atlético, já que se trata de uma competição esportiva? E um focinho, que tal, batata com focinho ia ser superdivertido, não ia? Será que uma juba não serviria para tangibilizar a idéia de raça e coragem que o futebol, enquanto esporte, contempla? Vamos lá, gente, por que toda essa má vontade com as idéias que o pessoal do Departamento de Relações Institucionais está dando para agregar valor ao nosso mascote?
Assim surgiu o leão. Se vocês vasculharem bem o pêlo, verão que por baixo tem uma textura de tubérculo.
Leo Prestes
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