Adeus, Zizu
Na casa do Vicente, das 10 pessoas que assistiram à final, só as gurias acharam babaca a cabeçada do Zidane no Materazzi (imagem do lance no post abaixo). Os outros, eu incluído, acharam divertidíssimo a cabeçada no plexo solar, lance cara-de-pau ao extremo e agressão infantil - bater em lugar que não sangra não tem a menor graça, diz o Manual do Matacobra.
Já no caminho para casa, pensei melhor no assunto. Quando o lance aconteceu, a França estava melhor no jogo (como esteve do segundo tempo até o final) e a sensação de gol francês era forte. Olhando o lance, não deu para pensar na França perdendo a final e o Zidane sendo expulso no seu último jogo da carreira. Perspectiva, quem tem numa hora dessas? Pois agora, lendo uma manchete que dizia "Agressão marca
fim da carreira de Zidane" comecei a achar ruim o que aconteceu. Porque se o Dunga terminasse a carreira fazendo isso numa final de Copa do Mundo, tudo bem: seria um ótimo resumo da carreira. Mas o Zidane? Quem já viu o cara perder a cabeça? Nem gol ele comemora fazendo esparro. Ficou parecido com novela ruim, quando o personagem muda completamente o jeito de ser só pra aumentar a audiência.
Sem falar no Complexo de Fair Play que acometeu a Fifa, os jogadores, comentaristas, o mundo do futebol. Amanhã todos vão criticar o Zidane porque terminou a carreira com "violência" quando aquilo foi tudo, menos violento. E eu vou ficar ouvindo aquele monte de comentários sensatos sobre a beleza do esporte, etc, etc, etc. Discursos de mãe quando tu chega embarrado e sangrando viajando no éter físico pelas ondas de rádio e tv, impressos nos jornais. E quem gosta do verdadeiro futebol, onde homens não são sensatos coisa nenhuma, vai ter de ficar ouvindo.
Se ele soubesse que ia causar tudo isso, não teria feito o que fez. Saía da Copa dando balãozinho. Já vai tarde, francês desgraçado.
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