8.6.07

Tríplice Coroa FIFA






Hove um tempo em que as ramificações de copas, oriundas de outras copas, como Supercopa e Recopa, pouco despertavam o interesse das torcidas brasileiras. Mais importante do que ganhar dois jogos para levantar uma taça é ter ganho três competições internacionais em carreira.


O relevante é que para se ganhar a Recopa, primeiramente, é preciso ganhar a Libertadores: para comer a sobremesa e tomar o cafezinho, antes é preciso comer a salada. E apesar do tom de galhofa de alguns gremistas aqui do linha burra, o futebol mexicano não tem nada de bobo. Assim como outros torcedores colorados desprezaram o futebol do Cúcuta, que mesmo sendo do tipo Colômbia, não é nenhum Araribóia.


O jogo de ontem à noite foi a redenção colorada. O mesmo espírito e estilo de jogo do time de 2006, ainda que sem as peças mágicas da Libertadores, com pegada, entrega e marcação, que foram os componentes essenciais para uma goleada frente ao bom time do Pachuca – já classificado para o Mundial FIFA 2007. Um time de “armandinhos” – e com um zagueiro tosco: Mosquera -, é verdade, mas com bom toque bola e velocidade, aspectos que já haviam sido evidenciados pelos comentários pertinentes do Santi.


De toda a performace do time colorado, duas figuras destacaram-se: Pinga e Sidnei.


Pinga, já desacreditado por boa parte da crônica esportiva – inclusive por mim, confesso -, aquele que veio teoricamente para substituir o Tinga; o boleiro que chegou com alguns quilos acima do peso ideal, nos 12 jogos anteriores disputados, demonstrava uma sonolência e placidez bovina dentro do gramado – características que estão presentes em alguns jogadores geniais, de mesma posição. Surpreendemente, Pinga faz jus, pelo menos por um jogo, aos não sei quantos milhões investidos no seu passe, e dá demonstrações de raça, dividindo bolas, dando piques, colocando companheiros na cara do gol, deixando a entender que seu dedos foram colocados na tomada.


A outra grata revelação da noite, Sidnei, zagueiro titular de seleções sub-15 e sub-17, dá provas que uma escola que já formou defensores como Mauro Galvão, Aloísio e Lúcio, continua a pleno vapor. O garoto, de apenas 17 anos e uma boa técnica, jogou como “china-velha”, dando passes precisos, investindo em alguns lançamentos de longa distância, mas também recorrendo ao chutão, quando necessário, deu consistência e segurança ao setor defensivo colorado, ao lado do experiente Índio.


Bom, e o Pato já é uma realidade. Mesmo com seus malabarismos e firulas, com direito a dominadas de ombro, o guri continua mostrando que é xarope; foi um inferno no lado esquerdo da defesa do Pachuca. Abastecido por dois meias de origem, teve seu trabalho facilitado. Os zagueiro do Tuzo, aborrecidos com os dribles e as pedaladas, já estavam a fim de estourar o menino, que acabou tomando uma covarde cusparada no rosto.


Enfim, foi um jogo para ficar na retina do torcedor Colorado, receoso e chateado pelo time não ter um desempenho tão bom quanto do ano passado, e muito mais do que isso, é a evidência inconteste, que os bravos remanescente campeões da Libertadores e do Mundial, continuam motivados por títulos, e com uma torcida apaixonada destas, nem poderia ser diferente.


Internacional: Libertadores, Recopa e Mundial!