13.9.07

O clássico e as dúvidas

O gre-nal, do próximo domingo, que será realizado no estádio Olímpico, coloca frente a frente, novamente, Abel Braga e Mano Menezes. Nos quatro clássicos, disputados anteriormente, pelos técnicos, foram três empates e um vitória a favor de Abel, em que pese dois destes empates terem favorecido Mano na conquista do Gauchão-2006, em função de um formulismo. Os falseios dos técnicos, os treinos (abertos ou fechados) geram várias indagações, que nem o Walter Mercado seria capaz de prever, e que só serão respondidas quando a pelota rolar. Mais do que a tão almejada – e cada vez mais distante - vaga da Libertadores, o clássico representa fortalecimento do tônus moral para a seqüência do campeonato, logicamente, para aquele que se sagrar vencedor.


A virtude do técnico gremista tem sido a repetição do esquema tático e a formulação de um padrão de jogo, em que as peças são repostas e o time não perde tanto rendimento. Com as lesões dos atacantes Marcel e Rodrigo Mendes, a tendência é que seja utilizado um esquema 4-5-1, não havendo outro atacante qualificado que possa desempenhar uma boa dupla com Tuta, um centroavante clássico e pesado. Ramon será banco: é quase consenso. Minha aposta de escalação é: Saja, Bustus, Willian, Léo, Hidalgo, Eduardo Costa, Sandro Goiano, Tcheco, Diego Souza, Marcelo Labarthe e Tuta. Sempre lembrando que Mano Menezes gosta de algumas surpresas de improvisação: laterais executando funções de meias – será que Bustus aparece no meio? E Patrício, o fiel escudeiro, aparecerá com a 2?


Pelo lado colorado, Abel Braga conta com um grupo de jogadores acima da média. A busca pelos esquema tático e escalação ideal ainda está na pauta do dia. Após o estrago cometido por Alexandre Gallo, e a atrasada vinda de reforços de nome, que fizeram o clube perder o bonde do Brasileirão, não há, ainda, um time entrosado com uma mecânica de jogo confiável. A tendência provável é o esquema 3-5-2 – tão execrecado e vilipendiado por muitos, especialmente pelo Wianey Carlet e o Leo Prestes -, e o temor rubro fica por conta da perda do meio-campo, problema já evidenciado em tantos outros momentos. Pior ainda seria a utilização de três atacantes (considerando Fernandão como tal), formação treinada durante a semana, mas que em minha opinião não passa de migué, pois alguma racionalidade deve ter sido incorporada ao pensamento abeliano. Meu palpite é: Clêmer (Renan, se o vovô for condenado no julgamento), W. Monteiro, Índio, Sorondo, Sidnei, Alex, Edinho, Guiñazu, Roger, Fernandão e Adriano. Gil será a arma secreta para o segundo tempo?


Chavão, mas o clássico será decidido nos detalhes. O Grêmio conta com a bola parada de Bustus, e a estatura elevada do time como um todo. O Inter tem a volta do capitão colorado, Fernandeus, um verdadeiro jogador de gre-nais, tendo feito a diferença em alguns clássicos, além do antológico gol mil. Quem serão os outros protagonistas? Roger pelo Inter? Labarthe pelo Grêmio? Ansiosamente, teremos que aguardar.


Como diria Jardel (centroavante e fílósofo): “clássico é clássico, e vice-versa”. Façam suas apostas.