Bateu na trave, entrou no teu

Acho que canalizei todo o meu potencial de crença para o futebol. Sou supersticioso, mandingueiro e seguidor das verdades absolutas do futebol. Chego a ser um conformista por acreditar tão piamente que não há com ir contra as verdades desse jogo.
Me conformei que o Inter seria campeão da américa já no primeiro jogo da semi-final contra o Libertad no Paraguai. Quando, num chute da entrada da área, a bola bateu na trave, voltou nas costas do Clemer e não entrou... a ficha caiu: a estrela está com eles. Fiquei angustiado os três jogos seguintes, meu lado torcedor me obrigava a secar; meu lado consciente me lembrava, em tom de consolo: não adianta ir contra, essa é a vez deles.
Depois de ver o segundo gol da Ulbra fui dormir sossegado, com a certeza de que um raio vermelho não cai duas vezes seguidas no mesmo lugar. E com a rapa da minha fé de católico orei: "Obrigado, Senhor".
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