18.6.07

Tiozão

Estou a menos de uma quinzena dos trinta anos, sou careca desde os vinte e poucos e tenho um grande potencial para me tornar barrigudo. Isso me habilita, desde já, a virar um tiozão.

Sábado, após assistir Internacional X Flamengo pela TV, dei o passo definitivo para o começo de uma longa vida de tiozão: formei uma Opinião Imutável e Definitiva sobre Futebol, daquelas que o cara repete para os filhos e os filhos saem repetindo por aí, em tom de chacota.

E esta opinião (imaginem ela sendo dita bem alto e com sotaque levemente gaudério) é:

- Esse negócio de time esperar o adversário no próprio campo não existe.

A opinião ainda pode vir acompanhada das seguintes metáforas tiozonas:

- Isso é que nem o cara botar o alarme da casa só no quarto, pra surpreender o ladrão. Periga ainda levar um tiro.

Ou ainda:

- É tipo o cara pegar AIDS e tomar o coquetel de remédios só quando tiver emagrecido 30 quilos, pra surpreender o vírus no contra-ataque. Uma burrrrrrice.

Time de futebol, pra mim, tem que manter o adversário o mais longe do gol possível. O Inter não fez isso e cedeu o empate a um Flamengo que quase não tomou iniciativa no jogo. Gallo falou nas entrevistas que os jogadores recuaram demais. Mas por que ele mesmo forçou o recuo, tirando o melhor meia do time, Pinga, para colocar um volante, Maycon?

Não é por acaso que o time brasileiro mais bem-sucedido até agora na temporada marca no campo adversário. O Grêmio de Mano Menezes chegou à final porque, contra o Santos, no Olímpico, deixou o time paulista “que nem barata no canto da parede” (olha o tiozão aí de novo).

E domingo tem Gre-Nal contra esses caras aí. Se o Inter errar aqueles loooongos passes, lançamentos, chuveirinhos e toquinhos de bola que errou no sábado, babaus (Tiozão, 1982-). É bom dizer isso porque o Gallo "é guri novo, quando ele chegar na minha idade, vai entender algumas coisas".