28.5.08

As paixões e os interesses


A frase "futebol é dinâmico" é mais um dos tantos chavões futebolísticos, mas que retrata os momentos pelos os quais Celso Roth e Abel Braga vêm desfrutando no comando de suas equipes, desde o início da temporada. A imprensa gaúcha, sempre apaixonada, faz questão de ressaltar a diferença de foco no trabalho da dupla gre-nal, fazendo juízos avaliativos categóricos sobre os métodos de trabalho na preparação das equipes.

Chamado de burro e turrão pela a maioria da imprensa gaúcha - e torcida também - ao sofrer duas desclassificações, em menos de 72 horas, Roth foi promovido a trabalhador abnegado e estudioso que busca incessantemente as correções do posicionamento tático de sua equipe. Os treinamentos em dois turnos (das 9h ao meio-dia e das 15h às 17h) são o ponto alto do trabalho gremista, que é respaldado pelo 3° lugar na tabela. Há três jogos, os sábios comentaristas viam o empate, no amistoso contra o Avaí, como prelúdio de uma campanha desastrosa no Brasileiro.

Já Abelão, campeão da Dubai Cup e do Gauchão, vem tendo seus comando e capacidade de mobilização constestados. Afinal, já são três jogos consecutivos sem vitórias. Informam os repórteres da Band, no programa Toque de Bola, que o treininho "light" vai das 10h às 13h, e depois estão todos dispensados.

Em tese, se o elenco do Inter é melhor do que o do Grêmio, o primeiro deveria estar rendendo mais que o segundo, e o fator trabalho poderia muito bem ser uma das explicações para a diferença nas posições da tabela. Mas calma, o campeonato recém está na terceira rodada, ainda há muito chão pela frente.

Engraçado mesmo é como perebas passam a craques, bons plantéis a horrorosos, frangueiros a muralhas, e acéfalos a gênios. Assim, de um dia para o outro. Não seria mais prudente esperar até a 10ª rodada para uma análise menos apaixonada das campanhas e dos trabalhos?