20.10.08

Eleições

Nunca gostei da torcida do Gremio como um todo até a queda pra segunda divisão. Pra mim, a torcida do Inter sempre foi melhor. Ao menos assim era na década de 90. Com o Grêmio empilhando títulos, a torcida se tornou exigente e, o que levou à arrogância, à malica... uns merda chato pra caralho. Mas a segunda divisão fez um bem enorme pra torcida. Veio a geral, médias sempre entre as primeiras de todos os campeonatos que disputa, estádio sempre cheio.

O problema é que os sócios continuam uns cuzão. Sempre tem uns retardado nas cercanias reclamando de tudo. E a prova do excesso de cuzões na social foi a eleição pra presidente no sábado. Ganhou o Duda Kroeff. Mas não por ele ser melhor ou pior pro Grêmio. Ganhou unicamente porque a uva do Fábio Koff resolveu sair do seu isolamento dourado, descer lá dos céus onde a idolatria tricolor o colocou e proferir o seguinte: "meu voto vai para Duda Kroeff". Koff, aliás, o que todos já sabem, deu de ombros na época em que o Grêmio estava na merda e se recusou a abrir mão de seu Clube dos 13 pra ajudar o tricolor. O mesmo Koff que, por questões pessoais e antipatias a alguns conselheiros gremistas, barrava e dificultava auxílios ao Grêmio na época da bancarrota pré-segundona. Esse mesmo Koff que tanto auxiliou o Inter quando este passava por situações parecidas. Não que não devesse ajudar. Como profissional que é a frente do clube dos 13, tem que deixar paixões clubísticas de lado e agir como tal. Mas e por que não agir da mesma forma com o Grêmio? Por desavenças pessoais!? Puxa, vida... que profissional.

Koff deu o maior título do clube. Fez por merecer o mais alto posto da idolatria gremista, tendo sido elevado à condição de semi-deus inclusive. Não que seja grande coisa... gremista idolatra qualquer coisa. Vide o Cacalo, por exemplo. Mas a verdade é que Fábio Koff fez história no Grêmio. Mas ele não vive o cotidiano gremista. Aparece uma vez a cada biênio pra abençoar um candidato e, como que por milagre, levá-lo quase que instantaneamente para a cadeira da presidência. Não sei vocês, mas para mim está claro que essa 'bênção' se deve única e exclusivamente a interesses pessoais. Koff faz parte da história e é lá que deve ficar. Os clubes mundo a fora estão cada vez mais profissionalizados. Os caciques já deram o que tinham que dar. Mas Koff acha que não. Dia antes da eleição ainda disse que o tempo dele é o dos caciques, de dois ou três que decidiam tudo na vida do clube fechados numa sala. Ficou claramente subentendido que, por ele, é assim que deve permanecer.

Koff, vai dormir, Koff.

Mas tudo bem, venceu Duda Kroeff. Duda até que é um cara bom, ponderado, gentil, cortês, polido. Como bem disse o Odone numa entrevisa depois do resultado: "Duda é um gentleman". É uma pessoa pouco propensa a grosserias, um cara que vai querer ouvir a opinião de todos que o cercam. E é aí que fudeu o barraco. César Pacheco, Mauro Knijnik, Marcos Hermann... mesma galerinha que levou o Grêmio à segundona. Se salva ali o André Krieger e o próprio Duda. Mas o duda é gentil demais. Não tem o perfil de quem vá 'botar o pau na mesa' quando vir alguma coisa errada. Então vamos torcer pra que não tenhamos maiores problemas.

Mas na real é bem feito pra todo mundo. Por que diabos fazer uma eleição no meio de uma competição que o Grêmio lidera? Para que desviar a atenção do futebol para a política? Deu no que deu... alguém viu o jogo ontem?! Mediocridade é a melhor definição. Aliás, mediocridade, no dicionário, passou a ser sinônimo de Ortemann. Ridículo... a eleição dividiu o Grêmio, dividiu a torcida e, em algum nível, tirou um pouco do foco dos jogadores. Se dos jogadores não, do treinador e comissão técnica, sim. E pra que?! Faz algum sentido pra vocês? Se fizer, me expliquem.