Oitenta vezes mais Galvão
Não conheço ninguém que goste do Galvão Bueno. Seja pelo ufanismo descontrolado, por falar demais, por comentar sobre o que não sabe, por usar carinhosamente o diminutivo quando refere-se aos ídolos do desporto nacional, por estar há muito tempo na tevê, por já estar ficando gagá, motivos não faltam para tanto.
Pois tudo pode piorar: nosso narrador número um está presente no Mundial de basquete feminino. E se ele consegue exagerar na emoção em esportes que podem ser enfadonhos, nessa semana o homem está lavando a alma. Gols e ultrapassagens rarificam; cestas, não. A cada uma do Brasil, é uma festa. E não resta o consolo de que, no basquete, os pontos são contados de dois em dois ou três em três, pois ele também lamenta os arremessos que não entram: "mas como essa bola da Janete não entrou!!!!".
Não consegui assistir aos últimos dois quartos da partida de hoje. No intervalo, quando Galvão comentou que "esse deve ter sido um dos melhores primeiros tempos da história do basquete brasileiro", minha paciência esgotou. Resolvi arrumar umas gavetas. Putz, como tinha coisa para jogar fora.
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