17.12.06

A Conquista Metafísica

Ontem, em Garibaldi, após o show no Bar Joe - sou músico, toco na banda Os Daltons -, a conversa não podia ser outra senão a decisão do Mundial Interclubes. Ao entregar uma cerevja, o garçom entrou no papo e revelou: "tive um sonho, o Inter vai ser campeão". Não levei a sério, visto que a única vez que sonhei antes de uma decisão foi na final da Copa do Brasil de 95, o Grêmio perdeu, no meu sonho havia ganho - também pesou o fato de eu ser ateu, não acreditar em alma e me lixar para o esoterismo.

Outro membro da banda, colorado e espírita, interessou-se e perguntou do sonho. O garçom comentou: "esse cara vai dar o passe ou fazer o gol da vitória", enquanto escrevia algo num papel. Entregou o bilhete ao meu colega. "Abre depois do jogo amanhã e me cobra depois", concluiu, bastante enfático.

Inter marca o gol, toca o meu celular, é o cara da minha banda. "Putz, lá vem cornetear", pensei. Não atendi. Perto do final do jogo, recebo uma mensagem. "Maia, o papel do garçom trazia o nome ADRIANO escrito". Sério, me arrepio até agora.

Não há discussão quando presenciamos a metafísica. A conquista foi merecida e bonita. Alías, só não fui pra Goethe porque estava em Garibaldi, tinha uma filha pequena me esperando em casa, sou gremista e tá quente pra caralho. E também porque seria abraçado de dois em dois metros por pessoas alcoolizadas, todo mundo diz que eu pareço com o Fernandão.