O "dirigente a ser batido"
Tem quatro frases que eu não agüento mais ouvir:
1) O Brasil está na moda.
2) Nossa empresa investe em sustentabilidade.
3) A galera tem que se ligar que grafite não é pichação, é arte urbana.
4) O Inter hoje é o adversário a ser batido.
Por questões de adequação ao meio, vou me concentrar na última. Que porra é essa de “adversário a ser batido”? O Vittorio Piffero disse essa asneira em uma entrevista, e toda a imprensa esportiva de rádio, cujo cérebro mais privilegiado tem a consistência de um purê, passou a repetir.
Se com isso Piffero e a imprensa quiseram dizer que o Inter está perdendo porque todos os times se dedicam mais para vencer o campeão do mundo, é bom lembrar que, em 93, o São Paulo também era o “adversário a ser batido”. E bateu todos que viu pela frente. O próprio Inter já foi “adversário a ser batido” em 76, quando o Campeonato Nacional era o objetivo principal de todos os times. Foi bicampeão brasileiro.
A diferença é que Piffero não fez o que os dirigentes desses dois times vencedores fizeram em suas épocas. Não contratou, não estabeleceu prioridade para o primeiro semestre, não trocou idéias com o Abel (se bem que até mesmo o Abel sairia perdendo nessa troca, presumo), não soube tratar com a imprensa e fechou todo e qualquer diálogo com a torcida. Será que não é ele o “dirigente a ser batido”?
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