9.8.07

Alexandre Gallo, o Sun Tzu do futebol



















Dentre os grandes best sellers sobre estratégia militar, The Art of
War, de Sun Tzu, escrito por volta de 400 a.c., tornou-se uma das grandes bíblias do mundo corporativo. Marcado por máximas genéricas, este clássico do pensamento militar estratégico ganha um novo adepto
no mundo futebol: Alexandre Gallo, que parece que vem se inspirando na obra.

No final do século XVII e início do século XVIII, as guerras haviam ganhando um padrão conhecido: era um jogo de poucas surpresas, no qual a estratégia era uma variação sobre temas que todos os lados conheciam e aceitavam. Napoleão Bonaparte quebrou esse paradigma, tendo destruído forças numericamente superiores, e assim deu uma nova dimensão ao pensamento a respeito da guerra.

A inovação no campo futebolístico, tão rara nos dias de hoje, seja de ordem tática ou estratégica, deve ser um ideal latente na mente dos treinadores, para que possam levar seus times a conquista dos grandes
campeonatos Quem não lembra de Rinus Michels, que, na década de 70,
introduziu o conceito de futebol total, com vários jogadores
desempenhando funções táticas dentro do jogo?

Por outro lado, as lições mais básicas do futebol conduzem a um inventário das soluções simples - muito recomendada aos marujos de primeira viagem - no futebol: repetição da escalação, sistema tático
definido e reposição de peças de características semelhantes. Isso é o
básico. Depois disso, sim, permita-se pensar criativamente: tente inovar.

Alexandre Gallo vai para a 18ª escalação diferente em 18 jogos - e não só em função de lesões e cartões amarelos -, alternando esquemas táticos e sem nenhuma convicção, desafiando todo conhecimento desenvolvido no futebol nestes mais de 100 anos do esporte.

Pincei uma máxima de Sun Tzu que representa a síntese da idéia que o Sr. Gallo tem sobre o futebol:

"Quando obtenho uma vitória não repito as táticas; respondo às circunstâncias em uma variedade infinita de formas."

A dúvida é se algum dia vai dar certo.