Quem levou o Pato?
Dá pra contar nas mãos as vezes em que tive o privilégio de ver Pato jogar no estádio. Vi o guri muito menos do que deveria, e existem dois culpados por isso ter acontecido.
O primeiro culpado é a CBF. Pato foi convocado algumas vezes para a inútil seleção sub-20, e invariavelmente voltava sem condições físicas. Da primeira vez, os jogadores da sub-20 reclamaram que só comiam hambúrguer na concentração. Resultado: Pato voltou fora de forma e desfalcou o time no Gauchão e na Libertadores. Da segunda vez, Pato voltou com o pé machucado do mundial do Canadá, porque não fez tratamento adequado para jogar nos gramados sintéticos de lá. Resultado: voltou pro Inter e ficou de fora de mais um jogo. Nem parece que essa CBF que não tem nutricionistas e fisioterapeutas decentes é a mesma que recebe centenas de milhões da Nike por ano.
O segundo culpado, surpresa, é a CBF. A entidade que flexibilizou a Lei Pelé a ponto do mercado de futebol brasileiro virar a disneylândia dos empresários. Não há como culpar a diretoria do Inter pelo que aconteceu. Sempre que um jogador quer sair, ele sai. E assim o campeonato Brasileiro, com o qual a CBF ganha uma grana quase tão grande quanto a da Nike (pouco repassada aos clubes, diga-se de passagem), vira um campeonato de aspirantes.
Com tudo isso, para ver Pato em Porto Alegre agora, só se ele vier pela Seleção. Mas aí eu não vou poder torcer por ele. Porque a seleção tem o escudo da CBF no peito. E eu já resolvi faz tempo que jamais vou torcer pra quem me obriga a ver um futebol pior toda semana.
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