Dubai é logo ALI

Certamente, 2007 será um ano que nem todos colorados gostarão de lembrar. Em que pese a inédita conquista da Recopa Sul-americana e da Tríplice Coroa, o ano que passou deixou um gosto amargo para o torcedor colorado, que esperava uma campanha bem mais promissora daquele que ostentava o título de Campeão Mundial FIFA. Os fracassos retumbantes na Libertadores e no Gauchão, bem como a não classificação ao principal certame sul-americano de 2008, são fatos que deverão ser tomados como lição.

Já estamos em 2008, e a Dubai Cup ou Mohammed bin Rashid International Football Championship, é o primeiro compromisso vermelho, provocando uma alteração nos costumeiros inícios de pré-temporadas, que normalmente costumam ser realizadas na serra gaúcha, contra times amadores. Destes amistosos preparativos, sempre me lembro do jogador Lico – uma promessa colorada que sempre arrebentava neste tipo de jogo, mas que durante o ano sucumbia e era arquivado no grupo dos CBD’s (come, bebe e dorme). Ou seja, com relação à parte técnica a dupla Gre-nal sempre impõe uma sacola contra os ortopés e flamenguinhos da vida, o que não serve como parâmetro para avaliar o desempenho dos jogadores. Talvez, aí resida uma possível vantagem desta forma inovadora de preparação, o confronto contra times europeus, verdadeiros adversários – Internazionale, Ajax e Stuttgart -, que estão no meio dos seus calendários de competições, e que possivelmente trarão maiores dificuldades para serem batidos.

A falta de laterais é a gritante deficiência do grupo que foi aos Emirados Árabes. Contado apenas com Jonas e Ramon, Abel Braga terá que improvisar Pablo Horácio Guiñazu como ala esquerda. Parece que eu já vi esse filme antes: improvisa-se um ótimo meia para tapar um buraco, e a improvisação acaba virando solução. Acorda, departamento de futebol! Quanto ao lado direito, esse inexiste, e a contratação de um lateral direito deve estar na lista de prioridades do Luigi. A curiosidade dos torcedores fica por conta do jovem centroavante Guto, de atuação destacada no Brasileiro Sub-20.

Alguns críticos apontaram como erro, uma pré-temporada mal planejada, em que parte das férias teve que ser dada durante o final do Campeonato Brasileiro, na semana que antecedeu o jogo do Palmeiras, para que o calendário de 2008 não fosse prejudicado. O principal argumento utilizado foi de que o evento traria prejuízos à preparação física, possíveis lesões ou qualquer tipo de infortúnio; coisas que poderiam ocorrer em qualquer tempo e lugar, mas que os corneteiros de plantão adoram especular e acertar. Este tipo de crítica parece ser bem oportunista. Não tenho noção de fisiologia ou preparação física do esporte, mas as cotas de premiação são muito atrativas e talvez compensem algum tipo de imprevisto, ainda mais levando em conta as dificuldades financeiras que apresentam os clubes brasileiros

Bom, teremos que esperar o transcorrer do ano para verificar os ganhos (ou prejuízos) advindos desta inovação. O que podemos esperar é que dificilmente 2008 será pior que 2007 para a nação rubra.