1.8.06

Mais sobre violência

1. Um dos problemas para acabar com a violência nos estádios por aqui é que muita gente não consegue deixar a preferência clubística fora disso. Ontem, por exemplo, tinha um promotor de justiça na TVCOM dizendo que havia visto "torcedores do Internacional jogando copos de cerveja no rosto de pais de família, e passando a mão nas mulheres". Na hora de falar sobre a queima dos banheiros químicos e invasão das sociais pela torcida do Grêmio, disse que "não teria como saber se aqueles eram realmente torcedores do Grêmio." Bom, eles vestiam camisetas com faixas verticais azuis, pretas e brancas. Só outros dois times têm um uniforme igual: o Almagro da Argentina e um lá no Japão. Será que torcedores do Almagro estariam infiltrados na geral do Grêmio? Talvez. Seria a única explicação plausível para a Alma Castelhana existir.

2. Lembrei ontem do cinto de segurança. Ninguém usava. Eles ficavam empoeirados debaixo dos bancos dos carros, até que a fiscalização começou a multar quem não usasse. Hoje, experimente sair na rua e dar uma olhada nos carros em volta. Não tem quem não esteja usando cinto. Tem gente que usa cinto até para manobrar o carro na garagem. O que antes era um incômodo, hoje é natural. Eu acredito que isso possa acontecer com outras leis também. Basta aplicá-las que, em questão de anos, ninguém mais questiona. A restrição da venda de álcool em volta dos estádios, a proibição do consumo de álcool em lugares públicos (todos os dias, não só em dias de jogos), essas e outras leis que ajudem a conter a violência têm que ser pelo menos testadas.