12.4.07

Primeiro a má, depois a boa, e vice-versa

Grêmio e Inter chegam na última rodada da Libertadores exatamente nas mesmas condições. Os dois precisam "apenas" de uma vitória simples, jogando em casa, para garantirem vaga nas oitavas. Como dizem os especialistas, só dependem das próprias forças. O que essa igualdade esconde é o grande dilema de todo gaiato ao ser perguntado: primeiro a boa ou a má notícia? Pois a dupla gre-nal trilhou caminhos opostos até essa derradeira rodada.

Os colorados foram partidários da terapia de choque. Primeiro receberam a má notícia. O título mundial foi bom enquanto durou e a fila anda, é preciso jogar futebol. Nas cinco primeiras rodadas, o Inter só conseguiu se dar bem diante dos eletricistas do Emelec. Esteve na iminência da desclassificação com duas rodadas de antecedência. Mas conseguiu se recuperar no Equador e vencendo o Nacional no aterro do Beira tá dentro.

Os tricolores começaram otimistas. Vencendo fora o, teoricamente, adversário mais forte do grupo. Depois de um empate, uma derrota e outra vitória, chegaram na penúltima rodada como líder. Mas a rodada que poderia culminar com a classificação antecipada, aponta para um Grêmio desclassificado graças a um gol aos 43 do segundo tempo.

É lóooogico (Lemos, Ruth - 2005) que a conclusão sobre o caráter positivo ou negativo das notícias só saberemos depois da última rodada. Mas basta acompanhar o gráfico ao lado (atenção só os inteligentes vêem) para perceber para onde rumam as curvas de desempenho de Grêmio e Inter. Para os vermelhos, é fácil concluir que um time que ganha do Barcelona não tem como ficar mais abaixo do cú do cachorro do que perder a vaga no Gauchão para o Veranópolis meio ano depois. Ganhou do Emelec e deve manter a tendência de se ajeitar. Já para os lados da Azenha a coisa tá feia. De Grêmio 100%, a medo 100%. Toda a superioridade tricolor foi se esvaindo a medida que os outros times iam adquirindo entrosamento e melhor preparo. O resultado da boa pré-temporada já não faz diferença no meio das competições. E toda a superioridade que se via nos primeiros jogos do Gauchão (eu sei, é o regional) não faz nem sombra pra esse time apático que não consegue criar chances de gol e não tem jogadas de armação.

Tomara que o futebol não imite o folclore. Depois de uma boa e uma má, que venha outra boa notícia. Em azul. E vice-versa. Em vermelho.