Abrigão já!
É com muita honra e satisfação, a convite do staff do linha burra, na figura do querido e estimado müzell, que venho neste espaço nobre contribuir como colaborador. Venho para somar e não desagregrar - ainda que nossos leitores da "quinta série" já se encarreguem disso -, e todas as vezes que o professor me chamar, estarei à disposição para ajudar meus companheiros, ciente da responsabilidade de fazer parte de um grupo tão qualificado como este, passando da condição de corneteiro à vidraça. E chega de blá blá blá...
Como primeira crônica - e nem poderia ser diferente - vou me deter em um aspecto que parece muito irrelevante, mas logo vocês hão de concordar comigo, pelo menos em alguma parte.
Dos técnico brasileiros de futebol, o primeiro a ficar famoso por quebrar o paradigma do simples abrigo esportivo foi o bagaceira mais chique do meio esportivo, Wanderley Luxemburgo. Numa clara exposição de um complexo de vira-lata, ele olhou para Europa e viu seus coleguinhas de profissão, do velho continente, todos enfatiotados com seus belos armanis bem cortados, gravatas gucci cor-de-rosa, e no inverno, fazendo jus ao rigoroso frio da região, sobretudos, cachecóis e todos os aparatos desnecessários para a boa condução de um time de futebol. Deve ter entrado em êxtase, quando finalmente teve a chance de treinar o Real Madrid.
Sempre gostei mais dos técnicos chinelões, tipo Felipão e Muricy, este último sempre descabelado, que vestem o "abrigão da humildade", mas que colocam ordem no galinheiro do vestiário. Não quero estabelecer uma relação direta entre vestuário despojado e liderança e comando sobre o grupo, mas para quem é cachorrinho novo não é muito bom ir longe no mato; além do mais, Luxa sempre foi reconhecido pelo pulso firme.
De fato, parece que essa modinha "luxemburga" - ainda que reconhecendo o mérito e a competência deste técnico pioneiro, mas não seu questionável caráter -, de alguma forma, contaminou o vestuário dos comandantes dos boleiros brasileiros, o que não teria nenhum problema, se a imitação e o desfile não fossem à beira do gramado. Reconheço que o técnico do Santos pode-se dar ao luxo de ser um bacaninha, à beira dos gramados, pois os bons resultados e as conquistas tiram o foco de outros aspectos irrelevantes, mas que não passa desapercebido do olhar maldoso dos periodistas e torcedores, que já começam a elucubrar possíveis correlações entre a vaidade e o desempenho do time, quando a barca vai mal.
Até o bravo e espartano Dunga, reconhecido por seu corte de cabelo militar, estilo schwartznegger, teve que ceder aos caprichos de sua filhota, a estudante de moda, servindo de cobaia de gramado, com camisas e ternos de gosto duvidoso. Acho que o capitão do tetra ficou constrangido e teve que parar com a frescura, assim que tomou um chocolate português.
Meu conselho de hoje vai para o técnico Alexandre Gallo - provável assíduo leitor do blog linha burra, assim como o Abelão - , antigo auxiliar do Luxemburgo, novato e inexperiente na função de técnico de um grande clube de futebol, ainda que tenha uma rápida passagem pelo Santos, assim como seu superior hierárquico, Giovanni Luigi, também o é na função de vice de futebol. Não feliz em se inspirar no antigo mestre, na parte tática e técnica dos times que comanda, tendo obtido três derrotas em três jogos à frente do Colorado, ainda me vem todo de jaquetinha de couro e calça social à casamata. Francamente, menos, Sr. Gallo.
Os bons ares do México parecem que fizeram bem ao técnico, que mudou o tom de voz com os boleiros, bradando para todo mundo ouvir: "Quem escala o time sou eu, porra!". Nossa, virou homenzinho!
Gallo, agora só falta colocar o abrigão.
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