13.5.07

Sem meio de novo

Essa semana um cara me disse que o Arsenal é o único time do mundo cujo estatuto inclui o esquema tático que deve ser utilizado. Não sei se é verdade. Mas comecei a desconfiar que consta no estatuto do Inter que o clube não pode ter meio-campo.

Não é possível que, depois de três temporadas sofrendo com as invencionices de Abel e Muricy Ramalho, Gallo olhe para o grupo de jogadores e resolva repetir o mesmo erro. Três volantes e nenhum armador – a não ser que alguém considere que a função bêbada de pivô que Fernandão vem fazendo nos últimos anos seja armação de jogadas. Fernandão tem alergia a bola. Quando recebe um passe, quase sempre larga de primeira. Quando ele está de frente para o gol, isso é ótimo. Quando está no meio de três marcadores na intermediária, sem ninguém de vermelho por perto, é um desastre.

Gallo passou duas semanas treinando o Inter com Fernandão no ataque e Pinga no meio. Por que mudou a escalação a DOIS DIAS da partida, sabendo que foi assim que o Inter deixou Libertadores e Gauchão mais cedo? E por que o mesmo Pinga, quando finalmente entrou em campo, não ficou nem cinco minutos na armação? Foi deslocado para a ala esquerda para a entrada de um quarto (QUARTO!) atacante, lembrando Joel Santana e sua prancheta dos horrores.

Gallo estréia com derrota para um time carioca desfalcado e com um jogador expulso. Tudo bem que os reforços estão para chegar. Mas assim fica difícil acreditar que a vinda de um bom meio-campista vai adiantar alguma coisa.