29.9.07

Fifa baterá o martelo

No nebuloso caso M$I/Corinthians, Zveiter e Brasileirão 2005, a Fifa entrou na jogada e dá uma pequena esperança de que o caso não acabará em pizza. A partir do dia 9 de outubro, segundo Joseph Blatter, será instalado um processo para investigar as irregularidades.

Agora, a pergunta a ser respondida é se haverá provas suficientes para confirmar que, além da já escancarada lavagem de dinheiro que a M$I praticava no Brasil, através do Corinthians, a decisão da anulação dos 11 jogos - apitados por Edílson Pereira da Silva-, pelo STJD, teve alguma contrapartida monetária. A gravação telefônica entre Dualib e Duprat parece ainda não ter sensibilizado a totalidade da opinião da crônica esportiva do eixo SP-RJ. Alguns sugeriram que a expressão “título roubado” poderia ser interpretada como uma bravata.

Nos dias que antecederam a polêmica e inédita decisão da anulação dos 11 jogos, foi notória a mudança de opinião de Zveiter. Não sei se alguém se lembra que, no programa Bem Amigos, na segunda-feira anterior ao julgamento (no sábado), o canalha afirmou que apenas três dos onze jogos estavam “contaminados”, reiterando a afirmação diversas vezes. O que teria feito mudar a opinião dele tão rapidamente, um agradinho do amigo Kia?

Como provar? Basta quebrar o sigilo bancário do Sr. Luíz Zveiter. A meu ver, este picareta é o elemento chave da investigação. Márcio Rezende de Freitas, que provavelmente deve ter agido de má-fé no jogo Corinthians X Internacional, não deveria ser o centro das investigações, em que pese o escandaloso pênalti que não foi dado em cima de Paulo César Tinga. Aquele lance teve muito mais a ver com covardia e prepotência, ainda que a hipótese de arbitragem comprada não possa ser descartada e muito menos deixada de lado nas apurações do caso. Mas quem se atreverá em fazer uma varredura nas contas de um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro?

Antes que alguém acuse que isto é um choro colorado para que o título seja dado ao verdadeiro campeão de fato e de direito, conforme palavras do ex-presidente do Corinthians, o que se pede é o mínimo de justiça: os gatunos processados e o timão rebaixado, o que seria muito mais importante do que uma simbólica transferência de faixas, que é apenas consequência do anterior. Jurisprudência internacional já existe, mas por alguma razão intrigante, alguns sábios da bola acham que o futebol, no Brasil, possui idiossincrasias que permitem que o tratamento jurídico esportivo deva ignorar os princípios básicos da justiça.