Entregamos a rapadura?
Ontem eu fiz, pela primeira vez, uma coisa que odeio. Assisti, de cabo a rabo, todas as mesas redondas paulistas de futebol.
Em quase todas, houve insinuações (grunhidos, eu diria, a julgar pelo nível de articulação verbal dos comentaristas e dirigentes) de que o Inter entregou o jogo para o Goiás, a despeito de ter defendido dois pênaltis e feito um gol.
Assim, ó: o Inter não tinha nada mais o que fazer no campeonato. Terá férias reduzidas, menos de vinte dias. Disputará um torneio importante em Dubai. Jogava no calor insuportável de Goiânia. Tinha motivo para se esforçar mais do que se esforçou? Ah, claro, a missão cívica de todo brasileiro: salvar o querido co-irmão Corinthians, cuja ausência vai deixar o Brasileirão mais triste. Claro, claro. Vai indo que eu já vou.
Não sei o que o Corinthians precisa fazer para sair dessa. Mas acho que perceber que não é o epicentro futebolístico do país ajudaria um pouquinho.
* A idéia da rapadura é uma colaboração do amigo Rafael Macedo
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