11.1.08

A Hora de Parar

Saber a hora de parar é muito importante.

Olha os Beatles, por exemplo. Não tem quase nada de ruim para dizer sobre os Beatles, afora uma ou outra "Ob-la-di-ob-la-da", "Maxwell's Silver Hammer" ou "Revolution 9" perdidas no meio de discos antológicos.

Agora olha os Stones. Nem é preciso fuçar a discografia dos anos 80 e 90 para encontrar momentos constrangedores da carreira deles. Basta ver qualquer foto atual e perceber o quão patético é a imagem deles rebolando aos 70 anos para pagar o IPVA e o seguro do Jaguar novo.

Já se disse isso do Romário também. Ele poderia ter feito como o Raí, que se aposentou no auge e foi curtir a vida de vô precoce. Mas não: empilha micos de final de carreira, como o gol 1000 de pênalti e a dupla função no Vasco.

A Copa São Paulo é o Romário dos campeonatos. Tá, eu sei que a Copinha já revelou Falcão, Renato, Careca, Robinho e o escambal. Mas não dá mais.

Um campeonato em que o 7 a 0 é o placar mais freqüente não merece respeito. Eu já vi os juniores de Inter e Grêmio em campo, e garanto que nenhum dos dois times tem futebol para fazer 12 a 1 em qualquer grupo de 11 vertebrados.

A Copinha tem time piauiense cujos jogadores nunca foram ao Piauí. Tem Tocantinópolis-TO, Lemense-SP, CENE-MS, Vespasiano-MG, e mais algumas bostas-RR e merdas-CE que nem vale a pena citar. Todos eles entrepostos de jogadores, cuja camisa só serve para identificar melhor os guris no vídeo do empresário.

Se os grandes clubes tivessem um mínimo de dignidade, abandonariam a copinha e deixariam que ela fosse transformada de vez na FenaCraque 2008.
Ninguém reclamaria.