24.5.06

Depressão pré-Copa


Falta pouco, muito pouco para a Copa. Entretanto, o período que antecede o Maior Evento Esportivo do Planeta é um pé no saco. Os amistosos são ruins. As matérias sobre a torcida na pacata cidade de Weggis tiram o humor do cidadão. A pior parte: reportagens sobre a cobertura da imprensa ao redor do hotel da seleção. Esse é o claro sinal de que os jornalistas não têm assunto na pacata cidade de Weggis.

Dias desses, o Parreira deu a primeira coletiva na pacata cidade de Weggis. Ele não tinha o que dizer. Pobre Parreira. Acabou "confessando" que está "preocupado" com o burburinho da torcida na pacata cidade de Weggis. A "confissão" virou matéria principal dos jornais. A televisão mostra mulatas sambando, tomando caipirinha, exibindo havaianas verde-amarelas. Tudo tedioso.

Ontem, os jogadores da seleção fizeram testes físicos. Tédio. Hoje, os jogadores da seleção correram em volta do campo da pacata cidade de Weggis. Tédio. Bola, só amanhã. Mas, ainda assim, os treinos com bola da seleção são sempre uma empulhação. Os jogadores apenas cumprem as tarefas sem interesse. Alguém lembra de algum treino da seleção que decidiu algo importante, ou definiu um esquema tático diferente? Nada. As decisões são tomadas nos bastidores. Em anos de Copa, há uma variante que prejudica ainda mais o trabalho: a temporada européia, onde joga a maioria do grupo, chegou ao final e os jogadores querem férias.

A única decisão que parece importante no momento é sobre a preparação especial de alguns atletas. Eu reforçaria a musculatura do Zé Roberto e do Kaká, que terão a hercúlea missão de compensar a marcação frouxa dos Ronaldos e do Adriano no meio-campo. Ronaldo Michelin não joga há três meses, precisa de um treinamento com bola mais intensivo para recuperar a intimidade. Ronaldinho Gaúcho merece mais descanso porque enfrentou jogos importantes até a semana passada. É só.

De resto, a vontade que dá é de sentar no meio fio e chorar lágrimas de esguicho, diria um cronista sem importância.