9.8.06

O som saía abafado do rádio-relógio. Fruto de uma bola de argila oriunda da aula de artes que eu, por arte, inserira nos furos do alto-falante. Primeiro deitado, depois sentado na cama de meus pais, ouvia a tudo nervoso. Do alto dos meus dez aninhos já sabia o que um homem feito tinha de saber sobre futebol. Prova está que quando o Inter perdeu pro Olímpia nos pênaltis, fui assaltado por um alívio e uma alegria inenarráveis.

Hoje à noite, vou para o mesmo quarto de meus pais. Como diz um amigo do Andrei Netto, "vou me recolher ao local sagrado onde eles sempre sucumbiram diante de meus olhos" - e de meus ouvidos.

Oremos.