Alexandre Gallo, um enxadrista
A noite de ontem foi histórica para o futebol. O técnico do Internacional, Alexandre Gallo, pôs em prática um esquema tático sem a presença de laterais ou alas. Segundo a explicação do próprio técnico ao final do jogo, o esquema do time foi o 3-3-1-3. Eu juro pode Deus que eu ouvi ele dizer isso no rádio.
Após o jogo, encontrei um grande amigo chegando do estádio no mesmo prédio dos meus pais - que moram do lado do estádio. Eu não fui no estádio. Vi nacos do jogo na TV enquanto trabalhava. O amigo me disse o seguinte:
- O Gallo é um enxadrista. Ninguém entendeu porra nenhuma do que ele fez hoje.
A idéia explicada por Gallo era furar a barreira das duas linhas de quatro do Corinthians, que vinha tendo bons resultados fora de casa, sofrendo poucos gols. Com três atancantes (Iarley, Christian e Pato), o Inter empurraria um volante para a linha da defesa e abriria esparo no meio.
Na primeira linha de três, o Inter tinha Marcão, Sidnei e Índio. Na segunda era Edinho, Magal (pela direita) e Ji-Paraná (no lado esquerdo). Apesar de dois volantes ajudarem a cuidar a subida dos laterais adversários, eles não jogaram fixos nos flancos. Somente Magal, volante de origem, se assemelhou a um lateral, chegando nas pontas para cruzar. Pelo lado esquerdo, quem chegava mais a frente era o "zagueiro" Marcão. O número 1 era Pinga, de boa atuação ontem.
E deu certo? O Inter ganhou de 3x0. O mérito é do técnico? Não posso afirmar ainda. Pelo jeito, só os historiadores do futebol poderão avaliar a contribuição de Gallo para o esporte. Ele está a frente do nosso tempo.
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