À pilha ou gasolina?
Se tem uma coisa que eu gosto de ver dentro do gramado do Olímpico é o carro-maca. A presença desse veículo totalmente dispensável para a remoção de jogadores lesionados é a confirmação de que o resultado em campo serve muito ao Grêmio e o que o momento é de fazer o tempo passar. Ontem, foi assim. Enquanto o resultado não servia, os maqueiros ficavam quase à beira do gramado, prontos para atenderem sozinhos a qualquer tipo de emergência. Depois que o Carlos Eduardo fez o gol que criou a vantagem tão sonhada por todos os gremistas, os maqueiros viraram piloto e co-piloto de um máquina engenhosamente vagaroza que, pra minha alegria, desfilava com freqüência pelo tapete verde.
O Santos foi um time indiferente ao adversário que estava enfrentando. Tentou manter seu jogo de toque de bola, sem se dar conta de que não haviam espaços para que ela fosse passada. O segundo gol foi a corroboração dessa falta de preparo dos santistas em jogar contra um adversário marcador. Num primeiro momento achei uma "falta de respeito" a insistência do time do Luxa em tentar manter a bola de pé em pé. "Quem eles pensam que são pra ficar dando toquinho assim aqui, na casa do Grêmio?". Quando o jogo foi se aproximando do fim, caiu a ficha. Percebi que o que estava faltando ali não era respeito, era capacidade ao Santos de dar chutão e de fazer um abafa em busca do gol.
Por mais imortal que seja a camisa tricolor, o que faz o time vencer os jogos se chama APLICAÇÃO. A disciplina tática proposta por Mano Menezes e executada pelos jogadores do Grêmio me impressiona. É do primeiro ao último minuto. Fiquei observando o trabalho defensivo no jogo de ontem. A todo instante um jogador instrui o outro aonde ele deve se posicionar e quem ele deve marcar. A linha de impedimento é sempre observada pelos laterais que repassam aos zagueiros a responsabilidade de serem os últimos homens. O revezamento na marcação funcionou perfeitamente. Ora o Gavillan saía correndo da intermediária para dar combate no meio de campo. Ora o Sandro Goiano. A todo instante a marcação em cima do Zé Roberto foi implacável. A consistência defensiva permtiu ao Grêmio criar contra-ataques em roubadas de bola. Assim saiu o segundo gol e outras várias boas chances de conclusão.
É contando com essa aplicação que eu espero ver, daqui a 3 semanas, o carro-maca desfilando pelo gramado do Olímpico. Gastando o tempo e encurtando a espera da torcida pelo grito de Tri-Campeão da Libertadores.
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