Rospide, Sérgio, Lobão

Pois eu me ausentei da mídia por 5 horas e pronto. O Grêmio ficou sem técnico, o Inter, sem vergonha e o Sudeste, sem luz.
Paulo Autuori parece que realmente vai de volta pro Oriente Médio, contrariando o que disse pros repórteres fazendo com a mão o sinal de positivo na saída do treino da manhã de hoje. O Benfica perguntou "então tu fica?" e ele deve ter entendido "então tu fica rico?" e fez que sim. Paciência. Assume o técnico que nos levou pra semifinal da Libertadores no lugar do técnico que nos eliminou do certame.
Mário Sérgio ficou ciuminho que o colega ia sair com foto maior no jornal e deu uma coletiva xingando jornalistas. Xingar jornalista é que nem fazer piada com o Lula: tá certo mas é velho demais. Certo que ele tá fazendo um favor pro pessoal das editorias de esporte que, com Grêmio e Inter eliminados desse campeonato idiota um mês antes dele terminar, ficaram com medo de ficar sem pauta.
Depois de um fim de semana onde todo mundo que tinha de ganhar perdeu e o campeonato continua monotonamente embolado, a semana futebolística segue nos factóides. Aparentemente, só o ministro de nome mais legal, Edson Lobão, de Minas e Energia, tem algum trabalho a fazer nesse país depois do apagão de hoje de noite.

Obrigado

Boas frases no futebol pararam de ser valorizadas há algum tempo, naquele pacotão de bundamolismo que também tornou errado comemorar gol telefonando no orelhão do Maracanã, consagrou o escanteio cobrado curto e, sei lá como, fez com que ASSISTÊNCIAS sejam um item considerado no escaute dum jogador.

Por isso, quando um presidente de clube diz que daria uns tapas no juiz se o encontrasse na rua e chama o Carlos Simon de crápula, eu digo: obrigado.

Só não entendo a crítica ao Simon achando absurdo que ele é o juiz brasileiro na Copa do Mundo. Ir um juiz brasileiro ruim pra Copa no mínimo não faz a mínima diferença pra gente, já que ele nunca vai apitar um jogo do Brasil. E ainda periga alguém na Fifa se interessar pelo assunto, descobrir que ninguém sabe apitar nesse país e mandar pra cá uns 15 juízes ingleses. Com um PAC da arbitragem desses, o Blatter virava secretário-geral da ONU.

Previsões

Merda. Acabei de brincar com a tabela dinâmica do G1, botei os resultados que eu prevejo pras próximas rodadas e deu São Paulo. Claro, isso se a CBF não acumular o título, como eu quero.

G4
1 São Paulo 69 pts
2 Atlético-MG 68 pts
3 Flamengo 67 pts
4 Cruzeiro 64 pts

Sul-Americana

5 Palmeiras
6 Internacional
7 Avaí
8 Grêmio
9 Corinthians
10 Goiás
11 Vitória
12 Barueri
13 Coritiba
14 Santos

Lugar Nenhum (TITÃS, 1987)
15 Atlético-PR
16 Fluminense

Rebaixados
17 Botafogo
18 Santo André
19 Náutico
20 Sport

Mestre.

CURVO-ME à desfaçatez do repórter Luciano Rolla, da TV Grêmio, que utilizou-se de imortais palavras guessinguerianas para comentar o golo do Rafael Marques de ontem.
Meus sinceros parabéns. Confiram logo depois dos replays do tento neste link aqui.

A taça que ninguém quer

O jogo de hoje entre Grêmio e São Paulo poderia muito bem ser a decisão do Campeonato Brasileiro. Não porque o São Paulo é o melhor candidato ou porque o Palmeiras vai aproveitar pra se distanciar domingo, porque não vai. Podia ser a decisão porque foi uma versão condensada em 90 minutos desta porcaria de campeonato que ninguém quer ganhar.

Maníacos dos números olham para os seis primeiros colocados separados por só 7 pontos e saem berrando "céus, como é emocionante este torneio". Como diabos um campeonato em que todos os times são ruins pode ser emocionante? Megalomaniacamente, colorados sustentam que o Inter é especialista em deixar o cavalo passar encilhado. Olhem pros lados, amigos: em todas as rodadas, algum dos seis primeiros do Brasileiro faz isso. O Flamengo perdeu pro Barueri, o Palmeiras, pro Santo André, o Cruzeiro e o Atlético, pro Fluminense.

No microcosmo do campeonato que foi o jogo de hoje, o Grêmio foi melhor. Ou seja, não podia ganhar. Sempre que engatava dois ataques em sequencia, algum meio-campista parava tudo e atrasava a bola pro Victor, temendo que o time fizesse gol sem querer. A sorte insistia, compensando os pênaltis que o juiz não deu com expulsões bizarras de são-paulinos carrinhando alucinados. Autuori logo tomou providências para garantir a lisura da disputa; colocou Herrera e Perea em campo e deixou os dois times com o mesmo número de jogadores.

O São Paulo também não quis ganhar, nem o jogo, nem o título. Estava lá, segurando o empatezinho contra o ataque inócuo do Grêmio, aí percebeu que perigava encaixar um contra-ataque e matar o jogo. Solução: 3 jogadores darem tesouras toscas que nem o juiz mais acomodador do campeonato se seguraria.

Eu até ia dizer que ver o teipe desse jogo podia explicar o campeonato pra quem está chegando agora. Mas qualquer jogo explica. Por favor, encerrem duma vez o certame e façam a taça acumular pro ano que vem. Quem ganhar, leva duas.

Na banheira

Decidi voltar a escrever aqui neste blog. Senti-me impedido de falar de futebol assistindo jogos pelo justin.tv lá dos Estados Unidos - poderia muito bem confundir a bola com um pixel estragado no monitor.
Agora eu voltei e vejo tudo no estádio. E esse Brasileirão, tchê, esse Brasileirão... Dá pra escrever um livro sobre este campeonato de merda que ninguém quer ganhar.