30.3.07

You're a fan. You just don't know it yet.

Esse é o mote da campanha da ESPN pra divulgar o Soccer nos EUA - no caso a cobertura deles da MLS.

A idéia foi destacar algumas características que os americanos gostam nos seus esportes tradicionais (baseball, basquete e futebol americano) e mostrar que elas também estão presentes no "soccer".

Os filmes, pra quem quiser ver, estão aqui.

29.3.07

Status da operação

O Grêmio atendeu ao meu pedido e ganhou mocorongamente por um a zero do Guarani-VA, depois de perder a invencibilidade em casa diante do Esportivo de Bento. Resultado: ganhou do Tolima anteontem, em um jogo fácil que foi complicado pelo próprio Grêmio ao perder três chances claras de gol e optar por se encolher mesmo jogando em casa depois dos 20 do segundo tempo. A grande notícia foi o gol de Tuta, gol de centroavante, e a segunda grande notícia foi a atitude tarada do atacante, que voltou de lesão correndo mais do que o Lucas e o Carlos Eduardo (que corre bastante, mas para o lado).
As coisas parecem estar se ajeitando, mas devagar demais: se as finais fossem hoje, Grêmio e Inter perderiam pra qualquer um dos outros brasileiros - até o Flamengo.

Pasión Nacional

Maradona é internado às pressas no hospital. Os médicos declaram que não tem nada a ver com o consumo de drogas pesadas. Ou seja, não foi culpa dos últimos jogos de Inter e Grêmio pela Libertadores.

O motivo deve ser, provavelmente, uma taquicardia provocada por alguma discussão inocente que tomou proporções épicas, como é de costume por aqui. Os argentinos são incrivelmente passionais. Se o cara vai num show e não perde um dente, é porque não é um verdadeiro fã da banda. Se a viúva não trepa no caixão do falecido, pedindo pra ser enterrada junto, é porque não o amava. E se alguém não vai pra frente do hospital chorar até desmaiar pela saúde do Maradona, é porque não é argentino.


22.3.07

Medíocre

Glória 0x0 Inter foi um jogo para gravar. Um dia, se algum futuro habitante da Terra perguntar o que era um jogo de Gauchão, esse festival de mau futebol, má iluminação, gramado irregular e repórteres inúteis na beira do gramado pode ser a resposta mais precisa.

E os gaúchos não se importam que seja assim. Acontece há anos e, se não chega a ser um sucesso de público, também não leva a FGF à falência. Porque gaúcho não se importa com mediocridade. O que realmente incomoda o público e os formadores de opinião locais é o jogador que se destaca demais. Esse não é perdoado. Ronaldinho foi criticado. Nilmar foi criticado. Anderson foi criticado. E agora é a vez de Pato.

Ninguém reclamou quando Abel Braga excluiu Pato da escalação para o jogo de ontem. Ninguém acha absurdo o argumento de que ele é "pouco participativo". Acontece que o 0x0 persistiu até o meio do segundo tempo. E, com a lesão de Fernandão, Abel foi obrigado a colocar Pato.

Pato jogou só meio tempo, mas foi o único dos 22 em campo a criar uma verdadeira chance de gol. Recebeu uma bola no canto direito da área, encobriu o goleiro e a bola saiu a centímetros da trave esquerda.

No final do jogo, Abel dava entrevistas na rádio dizendo que Pato "é um grande jogador, mas não se dá para o grupo", que ele "quis enfeitar e acabou desperdiçando uma chance de gol" e que ele "podia ter passado a bola para um companheiro naquele lance". Detalhe: não tinha nenhum companheiro perto de Pato no lance, até porque seu dupla de ataque, Christian, é ex-atleta.

Nunca vi Abel falar assim de seu comed...ahn, de seu atacante preferido, Michel. Talvez porque Michel, o jogador menos vertical do mundo, realmente tentaria passar a bola para algum companheiro inexistente. E cederia o contra-ataque que daria o gol para o Glória.

Abel Braga já colocou mediocridade suficiente no currículo. Está pronto para passar o resto de sua carreira no Rio Grande do Sul. Para desespero de todos nós.

20.3.07

Rivalidade travestida

A corneta sobre o futebol brasileiro mais comum aqui é dizer a frase “Pelé debutó con un pibe”. O que significa que aquele jogador de futebol que a minha geração só conhece como empresário, garoto propaganda do Vitasay, comentarista-mala, cartola e pai bastardo de um punhado de gente, perdeu a virgindade com um garoto. Porém, só agora descobri por que dizer “Pelé debutó con un pibe” é tão engraçado para os meus colegas: a tradição aqui é perder a virgindade com travesti.

A única dúvida que resta é: os travestis tiram a virgindade ativa ou passiva dos hermanos?

19.3.07

Azenha: o caminho para a Glória

Se o mapa de Porto Alegre fosse a Bíblia, a Azenha seria a descrição do inferno. É de longe a pior rua para se dirigir na capital.

Se você escolhe a pista da direita, vai topar com seiscentos ônibus parando a cada duzentos metros. Se escolhe a da esquerda, vai ter que parar e esperar uns dez carros dobrarem à esquerda nas três ou quatro ruazinhas que cortam a avenida – ou talvez bater com o retrovisor na bunda dos milhares de pedestres que atravessam a rua fora da faixa. Se você escolhe trocar de faixa conforme a situação, vai raspar o fundo do carro no asfalto ondulado pelo calor infernal que faz ali.

Como você vai ficar um tempo parado, o negócio é relaxar, respirar fundo e admirar a paisagem, né? Não, não é. Respirar fundo é um convite ao câncer de pulmão em uma rua engarrafada como a Azenha. A paisagem é um monte de lojas amontoadas, vendendo baldes, botas, fogões usados. Fios de postes se emaranhando perigosamente. Botecos com os vendedores das lojas descritas acima coçando o saco e comendo churrasquinhos de animais ainda não catalogados pela biologia. Mulheres? Pfff. As mulheres que caminham por ali são as mesmas que compram as roupas encardidas de fumaça à venda naquelas calçadas.

Passei por lá esses dias e vi que a rua está em obras. Pior ainda. Se seguir a tendência de 90% das obras viárias de Porto Alegre, a Azenha vai ficar bem pior.

É por isso que, se eu fosse gremista, faria de tudo para que o futuro estádio do Grêmio continuasse por lá. Explico: a Azenha é a principal ligação entre boa parte dos bairros de classe média alta e o estádio Olímpico. Logo, muitos jogadores do clube têm que passar ali diariamente. E jogador que passa pela Azenha passa por qualquer coisa. Ganhar Brasileirão com gol de um reserva medíocre a cinco minutos do final? Barbada. Ganhar do Náutico com sete em campo? Tranqüilo. Se classificar para a Libertadores com um plantel limitadíssimo? Beleza. Alma castelhana o cacete. Se o Grêmio pode ser chamado de imortal, a culpa é toda da Azenha.

18.3.07

Chega de ganhar

O Grêmio fez 3 x 1 no Caxias. Isso é errado, e o clube tem de se dar conta disso. Não dá pra continuar permitindo que o time ganhe todos os jogos no Gauchão fazendo muitos gols. Porque todos sabem que o Grêmio não tem ataque. E isso é comprovado na Libertadores - 3 jogos, um gol marcado.
Ou seja, se o Grêmio não tem ataque e faz um monte de gols no Gauchão, é evidente que estamos diante de uma manipulação insidiosa da verdade. O complô para enganar o torcedor gremista é complexo e engenhoso: coloca-se o time em um campeonato forte e noutro fraco, mas o fraco tem quatro vezes mais partidas. Então quando o gremista tenta se insurgir contra a falta de ataque e é atropelado por uma goleada. E hoje foi fora de casa!
Vou lutar contra essa novilíngua esportiva com todas as minhas forças. Goleadas não me enganarão. Eu quero duas coisas: ataque e não ser enganado. A derrota no Gauchão é o único resultado honesto possível.

15.3.07

Não me venham com burrice

Aceito qualquer explicação para a escalação do Inter ontem, menos burrice.

Mesmo um cérebro burro é capaz de realizar certas atividades básicas, como caminhar, girar maçanetas, piscar o olho, mascar chiclete e entender o que havia de errado naquele time ontem.

Abel, como sabemos, caminha, gira maçanetas, pisca o olho e, acima de tudo, masca chiclete. Logo, temos que encontrar outra explicação.

Pode ser que Abel queira ser demitido para embolsar uma grana da rescisão e se transferir para um time russo. Pode ser que o time esteja fazendo corpo mole para deixar claro que o clube precisa de reforços. Pode ser pressão de empresários para que Michel e Adriano joguem (um clube que contrata PINGA por quase dois milhões de euros só pode ser comandado por empresários). Sei lá. Me ajudem aí.

* P.S.: também não aceito "falta de motivação". Alguém que ganha mais de R$50 mil no Brasil não tem direito de ficar desmotivado.

12.3.07

A menor torcida da Argentina


Infelizmente não vou poder comparecer ao, segundo os argentinos, melhor estádio do país para ver o jogo entre o Inter e o time com a menor torcida da Argentina. Em 1 ano e meio morando aqui, eu simplesmente não conheci nenhum torcedor do Vélez. E olha que o Partido (município) de Vélez Sarsfield fica encostado na capital. Mais perto até do que o Partido de Quilmes (palavra que em idioma indígena Tehuelche significa “cerveja feita com mijo de cavalo”) de onde saiu o clube Quilmes e também é onde se fabrica a cerveja Brahma (A fábrica da Quilmes fica em outro lugar). Não duvido que aqueles que aparecem nas arquibancadas com as camisetas do Vélez são figurantes pagos para estar ali e gritar alguma coisa. Não sei se isso justificaria o apelido de “amargos” e “pecho frio” dos torcedores do clube, até porque eu nunca entendi muito bem o que significa amargo para os argentinos. Pecho frio, por sua vez, quer dizer falta de coração, falta de raça, falta de camiseta, etc. Enfim, quer dizer que torcer pro Vélez é o mesmo que ser torcedor do Juventude.

Acredito que o Inter não vá ter grandes dificuldades e pode até se preparar para uma histórica goleada. Nesse fim de semana, o Vélez ganhou com as calças na mão do fraquíssimo Quilmes (significado explicado acima). O próximo adversário do colorado é um time que toca muito a bola. Toca pra lá, toca pra cá, mas quando chegam perto da área, os jogadores sentem uma vontade incontrolável de acertar os fotógrafos ou presentear a torcida atrás do gol com a bola do jogo. O Clemer não tem com que se preocupar.

Não é por saber que o Inter vai ganhar fácil esse jogo que eu vou deixar de ir. Acontece que o jogo é no horário do matiné para um dia útil (19h30). E também porque não adianta nada torcer para o Vélez.

A modelo argentina Nazarena Vélez confirma: “não sou e nunca fui torcedora do Vélez Sarsfield”

8.3.07

Bateu na trave, entrou no teu

Eu já tive a oportunidade de conhecer o Vaticano. Visitei a basílica de São Pedro. Assisti a uma missa do Papa (o de verdade, não esse de agora) no dia do Natal. Fui batizado e catequisado. Pretendo até, um dia, casar na igreja. Mas, mesmo com todos esses empurrões, minha fé católica praticamente inexiste. Só não digo que é nula porque tenho nome de apóstolo e sei rezar o Pai Nosso.

Acho que canalizei todo o meu potencial de crença para o futebol. Sou supersticioso, mandingueiro e seguidor das verdades absolutas do futebol. Chego a ser um conformista por acreditar tão piamente que não há com ir contra as verdades desse jogo.

Me conformei que o Inter seria campeão da américa já no primeiro jogo da semi-final contra o Libertad no Paraguai. Quando, num chute da entrada da área, a bola bateu na trave, voltou nas costas do Clemer e não entrou... a ficha caiu: a estrela está com eles. Fiquei angustiado os três jogos seguintes, meu lado torcedor me obrigava a secar; meu lado consciente me lembrava, em tom de consolo: não adianta ir contra, essa é a vez deles.

Depois de ver o segundo gol da Ulbra fui dormir sossegado, com a certeza de que um raio vermelho não cai duas vezes seguidas no mesmo lugar. E com a rapa da minha fé de católico orei: "Obrigado, Senhor".

6.3.07

Voltamos Ao Vivo

Onze dias depois, estamos de volta, ao vivo e em definitivo. Definitivo é o interesse da direção gremista em fazer um novo complexo esportivo/gastronomico/cultural. O projeto "Grêmio Stadium" já está no papel e é bonito. Precisamos saber se é e viável. Tanto em $$ quanto na localização. Empreiteiros portugueses sobrevoam os céus de Porto Alegre na tarde de hoje (medo) em busca de locais para a construção do complexo.
Complexo tem sido o time do Grêmio. De máquina de fazer gols a pinogol estragado em menos de 2 semanas. Falta qualidade no grupo. E quando parece que o reforço está a caminho, a princesa de Mônaco nos lembra que a vida não é um conto de fadas.
Fadas coloradas baixaram no final do jogo no estádio Santa Rosa e deram de presente uma vitória vira-vira "prao" Inter. Mais uma vez Gabiru mostrou que tem o poder de um anão encantado e manteve o colorado vivo no gauchão.

Gauchão que deve ter as duplas Gre-Nal e Ca-Ju fazendo as semifinais. Semifinais do carioca registraram a bizonhisse de Obina fazendo gol e partindo o joelho em dois. Dois joelhos a menos tem o Nilmar. Parou meio ano por causa de um. Pára meio ano por causa de o outro. Grande novela das oito.