29.7.08

Um quarto de século

Há 25 anos, o Grêmio conquistava sua primeira Libertadores. Há 25 anos, a Libertadores era assim.

Eu contei umas quinze expulsões.

25.7.08

Simples assim

A grande ironia da partida contra o Figueirense: o Grêmio procurando atacante e o ataque respondendo pelos setes gols dos sete a um contra os catarinas. Será que realmente precisamos de um centroavante?
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O Grêmio nos engana. Sempre nos enganou. Não lembro de acreditar em sequer um time que vestiu a tricolor. Nem no Grêmio Show, nem no Grêmio do Felipão. Ok, talvez exagere. Só que, de repente, quando a gente olha, lá estamos nós no topo da tabela; onde sonhamos, mas não confiamos, permanecer. Não se pode negar, no entanto, que os últimos dois jogos, contra Cruzeiro e Figueira, serviram para reduzir o ceticismo do torcedor. Como, de uma hora para outra, o Grêmio mudou seu jeito de jogar? De repente, os jogadores estão lá, fazendo tudo certinho, como manda o figurino, sem brilhar, mas com um futebol eficiente. Aliás, esta foi a grande alteração no time. Em campo, não se inventa mais. O Paulo Sérgio passou correndo em direção à linha de fundo? Toca a bola rente à lateral. O Victor agarrou a bola alçada no escanteio? Sai jogando rápido para o contra-ataque. O Tcheco se viu com a bola na linha de fundo? Cruza pro Marcel cabecear. O Perea ficou de cara com o gol? Chuta logo antes que o goleiro feche o ângulo. Simples assim. Eficiente assim.

24.7.08

28 pontos

A bizarria descrita pelo Filipe seguiu na rodada. O Grêmio ganhou de 7 a 1 do Figueirense, acabou com a touca e é líder do Campeonato Brasileiro.
Além disso, o Perea jogou muita bola e fez 3 gols. O Reinaldo recebeu três bolas pra fazer o gol e marcou os três. O Marcel achou uma bola - milagre - e fez o dele.
O Grêmio seguiu jogando sério e metendo gols mesmo ganhando por 3 a 1, fato inédito. É a defesa menos vazada e o segundo ataque mais positivo. Com isso tudo eu, torcedor do líder do Brasileirão, cito o treinador Juarez Roth, que acaba de dizer o seguinte no rádio:
- No futebol, tem muita ilusão.
E abro uma cerveja, para comemorar.

23.7.08

Bizarria em HD

Com transmissão da Globo, Flamengo e Portuguesa empataram em 2x2 com direito a (nessa ordem): gol de mão pro Fla; zagueiro do Fla mete mão na bola na área, juiz não marca; juiz inventa pênalti pra Lusa, goleiro defende, bandeira manda retornar e atacante converte; atacante do Fla mete a mão na bola, juiz não vê, gol do Fla; pênalti pra Lusa, atacante converte; o mesmo atacante do Fla que meteu a mão no segundo gol mete a mão de novo e é expulso; pênalti pro Fla aos 43 do segundo, goleiro defende, bandeira manda voltar, goleiro defende de novo;

Seria a coisa mais bizarra da noite, não fosse a Band estar transmitindo o jogo do Inter para Porto Alegre até o meio do segundo tempo quando, no momento em que o narrador grita "gol do Inter!", a geração da imagem é interrompida, entrando no ar o vt de Goiás X Palmeiras, jogo disputado no domingo.

Olha, isso eu nunca tinha visto.

21.7.08

Dieta

Este ano, estou numa dieta de futebol. Ando aplicando, no Brasileiro, a mesma tática do Gauchão - só me preocupo em ver jogos do Grêmio se for no Olímpico, da arquibancada. Jogos fora, pela TV, assisto caso não tenha nada melhor para fazer. Motivo: aumentar o nível de felicidade e bom humor médio. 2008 está sendo um ano feliz.
Mas a campanha gremista até que poderia me fazer mudar de idéia. Este ano, não estamos perdendo tanto fora quando em 2007, quando o time ia pro estádio dos outros pedindo desculpa e tomava uma sacola atrás da outra. Se tivéssemos empatado a metade dos jogos que perdemos, tinha rolado vaga na Libertadores. Porque o time do Juarez Roth joga igual sempre, com aqueles zagueiros espanando, aquele meio sem muita gente pra armar mas bem fechado. É difícil fazer gol no Grêmio.
Sábado, porém, foi tudo diferente. O Grêmio massacrou o Cruzeiro. Se tivesse algum atacante que não tivesse medo de fazer gols, era 3x0 fácil. Laterais jogaram como alas, como deve ser no 352, volantes saíram jogando, todos correndo e marcando em cima. A maior coleção de gols perdidos do ano fez com que a torcida sofresse horrivelmente - estar ganhando de um a zero jogando mais ou menos é muito mais tranquilo do que jogando muito bem, na visão de um gremista apocalíptico.
Tirando o olho do umbigo, digo um negócio: o são paulo chegou, como sempre. Que time murrinha.

14.7.08

"Diga filho, você gosta de filmes de gladiadores?"

Depois daquela camisa roxa, agora o Corinthians lança um novo uniforme, na tentativa de voltar atrás na viadagem. Mas aí fazem essa foto pra divulgar: Os cara brilhando, estufando o peito, com cara de mau. Tá difícil, tá difícil.

O Gol Cala-Boca

O jogo de ontem foi um pelada braba, não importa: para os gremistas, Gremio X Portuguesa será sempre a final de 1996. Empurra-empurra na entrada, longas horas sob um sol torturante antes da partida começar e 84 minutos de sofrimento até o gol salvador do Aílton "bate-palma-pra-mim-eu-sou-foda".

Fora a felicidade de um título nacional conquistado em casa, essa conquista foi especial pela suas circunstâncias. Gremistas lembram da campanha nacional feita pela mídia em torno da Portuguesa. No Jornal Nacional, entrevistaram TODOS velhinhos da colônia lusitana país afora. O Armando Nogueira, no Sportv à época, chamou a Portuguesa de "namoradinha do Brasil".

Juro que não estou exagerando. Fala aí, Rivelino!


4.7.08

Futebol é repetição

Todos nos apavoramos quando o Grêmio manteve Celso Juarez Roth. Às vésperas da estréia contra o São Paulo, alertei convivas da possibilidade de o treinador estar armando mais uma das suas, com a conhecida tática de garantir que o time não seja rebaixado e nem ganhe porra nenhuma (ou seja, acabe entre o quinto e o 16º colocado, no caso do Brasileiro).
Estipulei o número mágico de 10 rodadas. Por 10 rodadas Juarez nos enganaria, somando os pontos pra chegar no 16º no fim do campeonato, mas ficando nas cabeças. Estamos chegando perto disso, e ele já dá sinais evidentes do que está tramando. Primeiro, no Gre-Nal: sai sem Rafael Carioca e com William Magrão, fazendo o time não jogar. Ontem, treinou com um atacante e o Rudinei. Rudinei.
Hoje, Roger está sendo negociado para as arábias. Não pode ser coincidência. A décima rodada se aproxima...

2.7.08

Hoje, no Maraca

Tenho a sensação que, em alguma momento da final dessa Libertadores, eu ficarei constrangido. A primeira partida entre LDU e Flu foi um cartão de visitas do que pode acontecer: equipes afoitas e desorganizadas partindo pra cima uma da outra, com o padrão Globo de narração, conferindo emoção até onde ela não existe (temos uma equipe carioca na final, goza Irineu!). Como comentou o colega Santi aqui do blog, o primeiro jogo foi tão irritante que "seria legal se os dois perdessem o campeonato".
O culpado por me causar essa aflição é o Renato. Por aqui, vinhamos frisando os defeitos da equipe, mas o Sobrenatural estava lá, ajudando. Como ele não atuou no primeiro tempo no Equador, todos problemas vieram à tona ao mesmo tempo: laterais que não sabem marcar, volantes que deixam jogar, um camisa 10 omisso e um centroavante incapaz de dominar uma bola. So que, mesmo apontando essa incorreções, eu esperava MUITO mais futebol do Fluminense no jogo de ida. Não sei se a arrogância do Renato o impede de observar os defeitos de seu time - ou a qualidade das outras equipes -, mas me parece claro que ele tem dificuldades de reorganizar suas equipes de outra forma senão "botar mais um na frente".
Pois bem, vai ser com mais um na frente que ele vai entrar em campo hoje no Maraca, para mais uma demonstração de heroísmo, de garra, de devoção, ou qualquer outro adjetivo que o Luis Roberto inventar na hora. Eu estarei em frente à tv, preparado pro pior.