29.1.07

Frase do final de semana


"Deve ser cãibra, Paulo. O médico do Inter já entrou em campo para atender Gustavo, que sente dores no joelho."

Débora de Oliveira, repórter da RBS TV, explicando a natureza da lesão do centroavante colorado Gustavo durante a transmissão da partida Santa Cruz x Inter, disputada ontem pelo gauchão 2007. Paulo é o Britto, narrador da emissora.

Para quem não atura o Gauchão

Enquanto meu time não estréia em competições este ano, eu ando assistindo a jogos que realmente valem a pena. Grande jogo entre a Alemanha e Grécia.


Monty Python - Futebol Filosófico (legendado)

Vices

Por causa de duas fábricas de celulose, Argentina e Uruguai estão a ponto de declarar guerra. Enquanto os presidentes de ambos os países ficam só na troca de acusações, o povo é quem mostra alguma atitude. Já ouvi muita gente dizendo que não vai para Punta del Este, outros dizendo que não vão mais comer doce de leite Lapataia e até um taxista uruguaio que, pela primeira vez em 40 anos, considera sair de Buenos Aires. Sim, estão todos muy gretas.

Os protestos fecham pontes na cidade de Gualeiguaychú (cidade fronteiriça a uma das fábricas de celulose) e já tentaram até impedir a saída do Buquebus que faz a ligação Argentina-Uruguai pelo Rio da Prata.

Abaixo, o Olé homenageia o país vizinho parodiando o adesivo que mais se vê pela cidade “NO A LAS PAPELERAS!”.


28.1.07

Um azougue, compreendeste?

O Brasil vai disputar a Olimpíada de Pequim. Se classificou hoje no primeiro jogo do dia no Sul-Americano Sub-20, quando o Paraguai derrotou o Chile. A Seleção começou o jogo com a Colômbia já classificada e tocou 2 x0, se tornando campeã do torneio.

A seleção foi execrada pela imprensa especializada, especialmente depois dos primeiros jogos em que empatou e ficou lá atrás, trazendo o fantasma de 2004, quando não foi para Atenas. Alguns não se importam com o torneio olímpico de futebol; não é o meu caso. Para mim, é a única coisa atraente em uma Olimpíada, o Evento Mais Chato Do Planeta. Então gostei que o Brasil vai jogar.

Alguns nomes se destacaram no Brasil, pelo pouco que vi: o goleiro Cássio, o colorado Pato, o tal do Tchô. Mas o que me chamou mesmo a atenção foi a defesa horrorosa, a organização precária do time e o treinador, Nelson Rodrigues. Ele tem nome de gênio, mas as escalações foram dignas do Joel Santana, com quem o cara se parece muito. Fui procurar uma frase nelsonrodriguiana pra botar no título. Peguei um livro na estante, abri na página 130 e achei o fim deste post: Os pulhas estão aí, impunes e bem-sucedidos. Foi publicada em O Globo de 4/8/1966, mas ainda vale.

25.1.07

Isso é Gauchão

O XV de Novembro de Campo Bom é um dos times que mais odeio no Estado. Além de ser notória touca gremista, me fez passar pelo constrangimento de torcer por este uniforme amarelo-ovo em uma final contra o Inter - aquele em que o Simon esqueceu de dar uns 5 minutos da prorrogração. Além disso, nos tirou da Copa do Brasil no ano passado. Sempre com times organizados e eficientes, desmontados ao final do primeiro semestre e remontados no início do ano seguinte.

(Na foto acima: não temos o gol de Tuta, que abriu o placar aos 29 minutos)

Pois hoje o XV aprontou uma que eu nunca tinha visto. No Olímpico para enfrentar o Grêmio em início de temporada, com os jogadores tricolores ainda meio bocejantes, trouxe um time da mais alta qualidade varzeística. A mais pura chinelagem em formato de equipe. Num jogo meio lento, sem qualquer indício de violência ou rivalidade, conseguiu ter dois expulsos com as seguintes atitudes ridículas:

- O atacante Beto entra aos 14 do segundo tempo no lugar de Kempes. No primeiro lance em que tenta sair correndo com a bola, é desarmado com um carrinho e dá um chute na bunda do zagueiro William, que está deslizando no chão. Vermelho pra ele.

- Aos 35 do segundo tempo, o defensor Cadu está atrás do atacante do Grêmio, o tiziu Carlos Eduardo. A bola está do outro lado do campo, longe deles. Cadu decide meter a mão na orelha direita do gremista. Apesar de ser bem na minha frente, não entendi se foi uma concha ou um peteleco. Só sei que foi ridículo, e o bandeira também achou, tanto que o dedou pro juiz. Vermelho.

Para completar, aos 43 passados, bola alta cruzada na área do XV. Ela vai passando do zagueiro Renato e... ele mete a mãozona, como se estivesse jogando ali na praça com a gurizada. Pênalti. Tcheco vai cobrar e o goleiro está - isso eu nunca vi - parado cerca de 1 metro à frente da linha do gol. O juiz olha, o bandeira olha, a torcida olha, o cobrador olha, o apito soa. O clima geral no estádio era "azar, é gauchão mesmo, deixa o goleiro ficar aí".
O Tcheco acerta, evitando a confusão óbvia que haveria quando o juiz anulasse a defesa do goleiro que deu três passos para a frente antes até do apito. E, num momento puro professor, garantindo a degustação da maravilhosa massa à bolognesa do seu Spina, ali na Olavo Bilac, uma bebida gelada e a companhia de um irmão querido. Admiráável.

Que venha o resto desse Gauchão. Eu tava com saudade do Olímpico.

24.1.07

Tudo por um real

O Rodrigo, grande colaborador deste blog, me contou ontem que as notas de um real vão sair de circulação. Um pila, agora, só em moedas. Está com os dias contados, portanto, o hábito de balançar notas de um real na frente de jogadores mercenários.

Tenho uma sugestão para fazer uma despedida histórica deste ritual: balançar todas as notas de um que você encontrar na carteira bem na cara de Jorge Wagner. Ele saiu do Inter de surpresa, em meio a uma competição importante, para ganhar uns trocados a mais no Bétis, mero coadjuvante da liga espanhola. Deu errado, como era de se prever, e agora retorna com o rabo entre as pernas para o Brasil. Mais especificamente, para o Grêmio. Justamente o Grêmio.

Nada contra, o cara escolhe o clube que quiser para jogar. Acontece que isso, por mais que seja vantajoso para o jogador no momento, desgasta sua imagem a longo prazo. Taí o Christian, que já passou pela mão do Clube dos 13 inteiro, é desacreditado por metade das torcidas do país, e só não jogou no Metropol de Criciúma porque o Metropol de Criciúma não existe mais.

Tanta sede ao pote faz com que jogadores como estes, talentosos porém promíscuos, encerrem a carreira mais cedo e com menos dinheiro do que queriam, pode apostar. Só vai sobrar nota de um para eles.

22.1.07

Post da Social do Grêmio

O goleiro argentino Saja, recém-contradado pelo Grêmio, levou 12 gols nas duas partidas do San Lorenzo contra o Boca e o River pelo último Campeonato Apertura 2007.

Dos 12 gols, ele falha em 2 contra o River e em 4 contra o Boca (o sexto gol do Boca é uma homenagem do Saja ao colombiano Higuita).

River 5 x 0 San Lorenzo



San Lorenzo 1 x 7 Boca

Dagoberto já

Os jornais dizem que Fernandão vai parar por dois meses. Mas qualquer um que conhece bem o capitão colorado sabe que esses dois meses são, na verdade, quatro. Grande e pesado, Fernandão costuma levar mais tempo que o normal para atingir a velha forma física.

A não ser que o gol na final do Mundial tenha transformado Adriano Gabiru num craque de confiança inabalável, o Inter precisa urgentemente de um quarto homem do meio-campo para jogar a segunda fase da Libertadores. Dagoberto, que já andou se insinuando para os lados do Beira-Rio, é o cara. Se o Inter for fazer uma única contratação para a temporada, não tenho a menor dúvida que a contratação é essa.

16.1.07

"Não a preço que pague a nossa paixão"

Sexta-feira, fui olhar meu extrato no banco e está lá: um débito em conta do Grêmio FBPA de R$ 40, em vez dos habituais R$ 30. Além disso, o débito foi feito dia 12 em vez do dia 15 normal, o que é estranho já que dia 15 é hoje, segunda, dia útil normal.
Pois estava lá um aumento de 30% na mensalidade. Enviei um e-mail mau-humorado para o Quadro Social. Um pouco pelo acréscimo, seis vezes maior do que a inflação brasileira em 2006, mais ainda por não terem avisado ninguém. Não vi na imprensa, não veio por e-mail ou na newsletter do clube. Uma vez que os sócios recebem até SMS do presidente nas retas finais de campeonatos ou eleições, achei absurdo ser surpreendido com algo assim. A resposta do clube foi a seguinte, e veio em Comic Sans mesmo:

Prezado Sr.Rodrigo

Seu plano foi reajustado sim, Sócio Proprietário passou a pagar a mensalidade no valor de R$ 40,00.

Os dois últimos anos têm sido de grandes emoções para todos nós. Juntos, enfrentamos desafios, avançamos muito e retornamos a nossa grandeza. A participação em mais uma Libertadores da América é o sinal que estamos no caminho certo.

Para garantir o futuro de conquistas e realizações, o clube segue trabalhando com o intuito de se modernizar, se reestruturar. E a tua participação nesse processo é mais do que importante; é vital.

A receita do Quadro Social é a garantia de crescimento do clube. Somente com a tua participação efetiva podemos planejar o futuro. Nossos investimentos imediatos e futuros também dependem de ti.

O reajuste nas mensalidades, a partir de janeiro, tem exatamente este objetivo; dar seguimento a recuperação do nosso tricolor. Não queremos mais depender da venda de craques para montar grandes times. Queremos viabilizar agora o Grêmio do futuro. E, para isso, precisamos do apoio da maior e mais apaixonada torcida do sul do Brasil.

Muito já foi feito nos últimos anos. Estamos nos reestruturando financeiramente, nos organizando internamente, investindo no futebol e nas categorias de base, melhorando a infra-estrutura do clube. Os resultados estão aparecendo.

Mas não podemos parar agora. Vamos, juntos, construir um Grêmio cada vez mais forte. Afinal, não há preço que pague o orgulho de fazer parte de um grande clube. Não a preço que pague a nossa paixão.

A Nação tricolor conta contigo.

Quadro Social

O co-irmão ganha o mundial e a gente paga a conta. Se os 8 reforços até agora ajudarem a resolver, pago feliz.

15.1.07

Achei massa

Fazia tempo que eu não gostava quando os fabricantes de camisetas inventavam moda. Essa do Corinthians (é a número 3) ficou legal.

Dúvida: ontem no Efipan o Grêmio usou uma branca com 2 listras horizontais, azul e preta, como a de 2005. Alguém sabe se ela vai voltar? A linha de 2007 já saiu?

Para terminar: Milan ofereceu US$ 15 milhões pelo Pato? Vende.

8.1.07


DIRETO DE SALVADOR (BA) - Futebol não é o assunto da hora por aqui. A dupla Ba-Vi, respectivamente nas séries C e B do Brasileirão, começa a temporada com amistosos contra clubes amadores. A cidade prefere comentar o carnaval que está por vir. Mas esse adesivo aí da foto me chamou a atenção.

O Bahia foi o primeiro clube do futebol brasileiro a se tornar empresa. Logo descobriu que, para ser uma empresa, é preciso ter administradores, e não cartolas. Se deu mal, e inspirou os torcedores mais fanáticos a iniciar esse movimento.

Ah, outra coisa: um taxista me contou que o mundial conquistado pelo Internacional gerou uma carreata das bem barulhentas no bairro da Ondina. Enquanto não devolvem o Bahia, eles se contentam com o maior do mundo.

5.1.07

SEGUREM AS PRENDAS PORQUE AÍ VEM O GAUCHÃO

Não poderia ser diferente. Coube ao assíduo leitor "Alencar" escrever o primeiro post de 2007. E o tema só poderia ser o primeiro evento futebolístico do ano: o Gauchão. Com a "palavra", o amigo "Alencar":

E aquela grama verdinha, igual mesa de sinuca do estádio de Yokohama?
Não. Eu prefiro o gramado do Brasil de Pelotas. Carrinho é bom de dar no barro.

Tá. Mas e aquele vestiário do estádio de Berlim, até com ar-condicionado?
E pra quê? Bom é o vestiário do Guarani de Bagé que pinta tudo uma hora antes de o adversário chegar só pra deixar todo mundo enjoado.

E o Deco? E o Lampard? O Ronaldinho Gaúcho? O Drogba?
Quem tem Pancera, Cláudio Milar, Rodrigo Gasolina e Fofonca, entre outros, não precisa destes pernas-de-pau aí.

Mourinho?
Tsc-tsc... sou mais o Bagé.

É. Pelo menos até abril, não adianta nada ser campeão brasileiro, da Copa do Brasil, Libertadores e até do Mundo se não conseguir mandar na própria casa. Que venham as polêmicas de arbitragem, a bola amarela que ninguém enxerga na noite, os campos esburacados, a iluminação precária e os jogos que não terminam por causa da neblina. Aí vem o Gauchão. Aquele campeonato que ninguém valoriza, mas que fecha a Goethe quando se ganha e manda embora técnico quando se perde.