25.4.07

O de Vida Eterna

O Grêmio é o Mumm-Ha do futebol brasileiro. Vez que outra, os antigos espíritos do futebol transformam esse time decadente em "Grêêêêmio, o de Vida Eterna". Não sei o que dá essa força a ambos, deve ser a obsessão em conquistar o mundo.

O problema é que, tal qual o Mumm-Ha, o Grêmio é incapaz de observar a própria imagem. Acredita simplesmente na força sobrenatural de seu manto e não se dá conta que vem sendo cercado, ano após ano, de dirigentes escamosos, empresários chacais e torcedores simianos, todos com muito espaço dentro do clube. "O mal sempre vive", dizia Mumm-ha. O Grêmio, da forma como vem sendo administrado, é um mal pro futebol.

Essa comparação é só pra dizer que eu ando aborrecido com essa recorrente menção à "imortalidade" do tricolor. Não pelo fato em si, pois é gratificante saber que o seu time do coração sempre se supera em momentos difíceis, mas porque essa maldita vida eterna está sendo posta à prova o tempo todo. É preciso ficar à beira da morte pra mostrar sua força? Esse time não consegue ficar simplesmente vivo?

De nada adianta ser imortal e ficar matando os torcedores do coração.

23.4.07

Explode Coração

Sabe aquelas piadas que falam que os baianos são todos tranqüilos e sossegados? Pois é, depois do Ba-Vi desse fim-de-semana isso ficou comprovado.
O jogo - que teve o Vitória como ganhador - bateu o recorde de público em 2007 (61.807 torcedores), teve três viradas de placar e 11 gols ao todo, sendo o gol decisivo aos 48 minutos do segundo tempo.


Se fosse no Rio Grande do Sul a população do estado teria sido reduzida à sua metade. Haja Coração!

Some like it Roth

Vashcão mandou embora o mais carioca dos técnicos gaúchos e trouxe pro seu lugar o mais pedreiro dos técnicos gaúchos.
Celso Roth, que já esgotou a paciência de muitos colorados e gremistas vai comandar o time de Eurico Miranda e deve ser o técnico que comandará Romário quando do milésimo gol deste.
Isso, é claro, se ele não resolver implicar com o baixinho e deixá-lo no banco, esperando que ele brigue pela posição e se destaque nos treinamentos.

20.4.07

Mudança no Calendário


19 de abril não foi o Dia do Índio.

18.4.07

Invasão

Na outra semana, colorados jogaram ovos nos jogadores no treino. Ontem, torcedores do Grêmio invadiram o treino e ficaram enchendo o saco dos jogadores. Como se eles já não tivessem a diretoria, o treinador, o preparador, a esposa e os coleguinhas do filho enchendo o saco deles.
Para entrar no Olímpico em dias normais - pelo menos até março, quando fui pela última vez sem ser em jogos -, tu tem que mostrar identidade. Os caras foram, ou ainda podem ser identificados, porque foram filmados. Não entendi porque deixaram eles ficarem em volta dos carros dos jogadores. Esses caras têm que ser proibidos de entrar no Olímpico e pronto. Essas merdas começam assim e terminam como nas Laranjeiras, quando quebraram toda a sala de troféus. Querem imitar os castelhanos? Duvido que os argentinos, que cantam sem parar até tomando seis na cola, ameacem os jogadores do seu time.

16.4.07

Camisa 99 em 2010?


Trocando as 14 horas semanais que dedicava à raspagem, polimento e coceira da careca por treinos, Ronaldo Fenômeno voltou a jogar bola. Suas buchas e passes vão levar o Milan (e ele) à Liga dos Campeões. Aí, como dizia Teddy Roosevelt, "ou o nego sacode ou se fode".

Maladroit

Uma vez o Monthy Python fez uma pelada de filósofos, em que craques como Platão e Marx debatiam em vez de jogar. Foi o que rolou na França: o pessoal fica discutindo eleição e esquece de fazer gol.

12.4.07

My Michel


Descobri esses dias que Abel Braga toca piano, e muito bem. Desde então, uma idéia não me sai da cabeça: a possibilidade do técnico do Inter tocar em seu piano essa versão da famosa canção dos Beatles:

Michel, Abel
These are words that go together well,
My Michel.

Michel, Abel
Sont les mots qui vont très bien ensemble,
Très bien ensemble.

I love you, I love you, I love you.
That's all I want to say.
Until I find a way
I will say the only words I know that
You'll understand.

Michel, Abel
Sont les mots qui vont très bien ensemble,
Très bien ensemble.
I need to, I need to, I need to.
I need to make you see,
Oh, what you mean to me.
Until I do I'm hoping you will
Know what I mean.

I love you.

I want you, I want you, I want you.
I think you know by now
I'll get to you somehow.
Until I do I'm telling you so
You'll understand.

Michel, Abel
Sont les mots qui vont très bien ensemble,
Très bien ensemble.

I will say the only words I know that
You'll understand, my Michel.

Primeiro a má, depois a boa, e vice-versa

Grêmio e Inter chegam na última rodada da Libertadores exatamente nas mesmas condições. Os dois precisam "apenas" de uma vitória simples, jogando em casa, para garantirem vaga nas oitavas. Como dizem os especialistas, só dependem das próprias forças. O que essa igualdade esconde é o grande dilema de todo gaiato ao ser perguntado: primeiro a boa ou a má notícia? Pois a dupla gre-nal trilhou caminhos opostos até essa derradeira rodada.

Os colorados foram partidários da terapia de choque. Primeiro receberam a má notícia. O título mundial foi bom enquanto durou e a fila anda, é preciso jogar futebol. Nas cinco primeiras rodadas, o Inter só conseguiu se dar bem diante dos eletricistas do Emelec. Esteve na iminência da desclassificação com duas rodadas de antecedência. Mas conseguiu se recuperar no Equador e vencendo o Nacional no aterro do Beira tá dentro.

Os tricolores começaram otimistas. Vencendo fora o, teoricamente, adversário mais forte do grupo. Depois de um empate, uma derrota e outra vitória, chegaram na penúltima rodada como líder. Mas a rodada que poderia culminar com a classificação antecipada, aponta para um Grêmio desclassificado graças a um gol aos 43 do segundo tempo.

É lóooogico (Lemos, Ruth - 2005) que a conclusão sobre o caráter positivo ou negativo das notícias só saberemos depois da última rodada. Mas basta acompanhar o gráfico ao lado (atenção só os inteligentes vêem) para perceber para onde rumam as curvas de desempenho de Grêmio e Inter. Para os vermelhos, é fácil concluir que um time que ganha do Barcelona não tem como ficar mais abaixo do cú do cachorro do que perder a vaga no Gauchão para o Veranópolis meio ano depois. Ganhou do Emelec e deve manter a tendência de se ajeitar. Já para os lados da Azenha a coisa tá feia. De Grêmio 100%, a medo 100%. Toda a superioridade tricolor foi se esvaindo a medida que os outros times iam adquirindo entrosamento e melhor preparo. O resultado da boa pré-temporada já não faz diferença no meio das competições. E toda a superioridade que se via nos primeiros jogos do Gauchão (eu sei, é o regional) não faz nem sombra pra esse time apático que não consegue criar chances de gol e não tem jogadas de armação.

Tomara que o futebol não imite o folclore. Depois de uma boa e uma má, que venha outra boa notícia. Em azul. E vice-versa. Em vermelho.

11.4.07

Linha Burra Interativo

Nosso leitor assíduo e colorado Raul Santos envia uma contribuição ao Linha Burra sobre a vitória de ontem sobre o Emelec. Confere aí!

"Não há como negar: o Inter chegou para o jogo contra o Emelec, em Guayaquil aos trancos e sob uma pressão que há muito não se via. Acompanhem o raciocínio. Péssimo início de temporada com atuações desastrosas no Gauchão e na Libertadores. Eliminado diante do Veranópolis há uma semana e o Grêmio na outra chave classificado em primeiro, por antecipação e sem chances de ser alcançado pelo segundo. Fernandão recuperando o nariz, Índio com dores musculares, Pato – além do joelho – ter que ouvir do Abel que ele deve jogar mais coletivamente; render mais pelo time (e o Michel? E o Gabiru? E o Rafael Santos?)
Acho que o futebol só admite um campeão, e que bom que é assim. Mas campanha, um time do tamanho do Inter tem que ter. Aí o jogo é na altitude de Guayaquil. Tudo bem, contra o lanterna Emelec. Mas que já ganhou do Nacional que ganhou do Inter. Finalmente o Inter consegue colocar em campo um time muito parecido com o que ganhou do Barcelona. Depois de toda uma confusão, chute de Pato, chute de Fernandão, impedimento, o gol! Um gol bacana, com a bola quase saindo pela linha de fundo, já sem ângulo. Só uma escorada com muito mais categoria do que força para finalizar. Imagina se fosse o Michel no lugar do Iarley. Provavelmente daria aqueles carrinhos atrasados só pra ganhar um aplauso dos parceiros politicamente corretos. Mas enfim, o gol fazia o 1 a 0 e recolocava o Inter na briga pela classificação.
Ainda tinham os 15 minutos para terminar o primeiro tempo e todo o segundo. Aí tem aquela falta aos 47. Era só tocar a bola pra longe e virar o jogo em vantagem. E o que eles fazem?

A Linha Burra! Por que a Linha Burra?
Por sorte o Inter tem o Pato. E ele fez a diferença."

Ergam suas bandeiras, malditos!

O blog aqui se chama linha burra por um motivo simples: fazer linha de impedimento é burrice. E tudo se potencializa quando os assistentes, mais conhecidos como bandeirinhas, são incompetentes.

Ontem, apesar de não ter etnrado em campo, o Grêmio foi amplamente prejudicado por dois erros de bandeirinhas manetas. O primeiro aconteceu aos 36 minutos do segundo tempo no jogo Cerro e Tolima em Assunção e efetou diretamente os brios no grupo do Grêmio. Num chuveirinho para a área, Morinigo recebeu passe de um companheiro totalmente impedido. Com o gol, o Cerro venceu e embolou a classificação no grupo 3.

O segundo equívoco foi no jogo do colorado. No primeiro gol, Fernandão chuta e Iarley, visivelmente na banheira, pegou a sobra e botou pra dentro. Não efeta diretamente a instituição Grêmio, mas transpira desconfianças cósmicas em toda sua torcida. Será que os astros estão voltando a se conspirar em favor dos vermelhinhos?

Às vezes desejo que bandeirinha de futebol tivesse o desejo e habilidade de abanar seus instrumentos tal qual os bandeirinhas da Fórumula 1.

10.4.07

O "dirigente a ser batido"

Tem quatro frases que eu não agüento mais ouvir:

1) O Brasil está na moda.
2) Nossa empresa investe em sustentabilidade.
3) A galera tem que se ligar que grafite não é pichação, é arte urbana.
4) O Inter hoje é o adversário a ser batido.

Por questões de adequação ao meio, vou me concentrar na última. Que porra é essa de “adversário a ser batido”? O Vittorio Piffero disse essa asneira em uma entrevista, e toda a imprensa esportiva de rádio, cujo cérebro mais privilegiado tem a consistência de um purê, passou a repetir.

Se com isso Piffero e a imprensa quiseram dizer que o Inter está perdendo porque todos os times se dedicam mais para vencer o campeão do mundo, é bom lembrar que, em 93, o São Paulo também era o “adversário a ser batido”. E bateu todos que viu pela frente. O próprio Inter já foi “adversário a ser batido” em 76, quando o Campeonato Nacional era o objetivo principal de todos os times. Foi bicampeão brasileiro.

A diferença é que Piffero não fez o que os dirigentes desses dois times vencedores fizeram em suas épocas. Não contratou, não estabeleceu prioridade para o primeiro semestre, não trocou idéias com o Abel (se bem que até mesmo o Abel sairia perdendo nessa troca, presumo), não soube tratar com a imprensa e fechou todo e qualquer diálogo com a torcida. Será que não é ele o “dirigente a ser batido”?

5.4.07

Qualquer outro

Vem, Celso Roth, Claudião, Otacílio, Gainete. Vem, Ênio Andrade psicografado por Chico Xavier psicografado por alguém. Vem, Pedro Rocha, e pode tomar sorvete do Grêmio no Beira-Rio. Vem, Simionatto. Vem, Procópio. Vem, Givanildo (ou chama teu sósia, o Collares). Vem, Gallo. Vem, Tadeu Menezes. Vem, Celso Freitas. Vem, Paulo Sérgio Poletto. Vem, Homero Cavalheiro. Vem, Levir Culpi. Vem, Cilinho. Vem, Candinho. Vem, Waldemar Carabina. Vem, Paulo Porto. Vem, Lula Pereira. Vem, Ernesto Guedes. Vem, Ricardo Gomes. Vem, Lazaroni. Vem, Carlos Alberto Torres. Vem, Carlos Alberto Silva. Vem, Osvaldo Rolla, o Foguinho. Vem, Gilmar Iser. Vem, Suca. Vem, Diego Simeone. Vem, Waldemar Lemos. Vem, Oswaldo de Oliveira. Vem, Serginho Chulapa. Vem, Sérgio Cosme. Vem, Bagé. Vem, Hélio Vieira. Vem, Bora Milutinovic. Vem, Edinho. Vem, Hélio dos Anjos. Vem, Roberto Cavalo. Vem, Zagalo. Venham, irmãos Winck. Venham, Juan Mujica e Steban Gesto. Vem, Paulo Lumumba. Vem, Júlio Espinosa. Vem, Valdir Espinosa. Vem, Péricles Chamusca. Vem, PC Gusmão. Vem, Alcir Portela. Vem, Cuca. Vem, Mário Sérgio. Vem, Daltro Menezes. Vem, Nenê Santana. Vem, Carbone. Vem, Orlando Bianchini. Vem, Laone Luz. Vem, Leandro Machado. Vem, Bagé. Vem, Ricardo La Volpe. Vem, Armando Dessessards. Vem, Renê Simões. Vem, Francisco Neto, o Chiquinho. Vem, Gilson Kleina. Vem, Valmir Louruz. Vem, Galego. Vem, qualquer um, vivo ou morto, vertebrado ou invertebrado, que não seja o Abel.

* Lista confeccionada com a inestimável colaboração dos amigos Bruno, João, Ângelo e "alencar".

4.4.07

Big Brother Baixinho

No Futebol Midiático, a Sportv matou a pau. A transmissão de Vasco 1 x 2 Gama, jogo besta de um campeonato esvaziado entre dois times de futebol pouco flamejante, só interessava por uma coisa: o gol mil de Romário.
O gol mil do baixinho pouco interessa na vida real, apenas no imaginário do futebol, criado antigamente pelo canal 100 e pelas colunas do Nelson Rodrigues, e hoje pela TV. E nesse campo, a Sportv deu um drible da vaca na Band ao convocar Siri e Diego para a cabine da emissora no Maracanã. Ela não entende de futebol, ele é São Paulino. Nada pode ser mais pós-moderno do que algo assim.

Ah, o Romário não fez. E não joga em Cabo Frio no final de semana, óbvio.

Zebras e cornetas

A zebra estava solta hoje. Gama venceu o Vasco por 2x1 no Maracanã e eliminou o cruz-maltino da Copa do Brasil. O Fluminense perdeu em casa para o América de Natal, apesar de se classificar. Na Liga dos Campeões da Europa, os dois ingleses que chegaram com muita força nas quartas-de-final trupicaram: em casa, Chelsea empatou com o Valencia (1x1) e o Manchester caiu ante o Roma (2x1) - se bem que foi na cidade-luz, mas poucos apostariam no Roma nesse match.

Mas nada se compara ao que o Inter conseguiu fazer hoje. Na época em que eu era feliz, o Grêmio sempre se classificava com resultados paralelos e jogando mal, e o Inter sempre perdia quando só dependia de si mesmo. Não acreditei nem por um segundo que isso poderia voltar, visto que passei 2006 inteiro esperando o Colorado fazer o que sempre fazia (entregar jogos), e, como sabem todos, não aconteceu.

Por isso, quando o juiz marcou o pênalti sobre Pinga, fui na tv de plasma da firrrma, longe da minha mesa, mais porque tinha uma linda menina assistindo ali do que para secar o pênalti. Quando o Inter precisou chutar quatro vezes para marcar, farejei o desastre alheio, mas o trauma do Annus Horribilis de 2006 me impediu de ter fé. Fui pra casa mesmo antes de acabar o jogo, quando estava 1x1 em Inter e Veranópolis e em Glória e Novo Hamburgo, resultado que classificava o Inter.

Para quem não é do RS: se o Novo Hamburgo ganhasse e o Inter empatasse, roubava a vaga colorada. Se o Veranópolis perdesse e o NH empatasse, roubava a vaga de ambos. Eis que, aos 45 do segundo tempo no jogo do Inter, o Glória faz 2x1 no NH - o Glória é o penúltimo da chave, para medirem a zebra. Bastava ao Inter esperar terminar o jogo. Quando os colorados respiravam aliviados, o Novo Hamburgo empata, trazendo novamente o perigo. E ele veio, mas em forma de gringo: aos 49 minutos, um além do desconto prometido pelo juiz, uma bola foi alçada na área, rebatida, cabeceada, espalmada pelo Clemer e empurrada para dentro por Marcos Alexandre.

Dois a um, Inter eliminado. Neste momento eu estava chegando em casa de carro, descendo uma bela avenida da Capital, cheia de casas novinhas. Uma delas é a do atacante Christian, no Inter.

Achei justo celebrar a virada heróica buzinando e passando bem devagarinho em frente à residência dele e gritando: "Valeu, Christian" a plenos pulmões. Mas quem viu o jogo sabe que, para a corneta ser mesmo justa, era o Abel quem devia morar na minha rua.

3.4.07

Mais alguém quer ser campeão do mundo?

Gostaria de informar a todos que estou entrando com um pedido na FIFA para que reconheçam o meu título de Campeão Mundial Interdepartamentos da Firma. O campeonato em questão ocorreu durante todo o ano de 2006 entre funcionários da empresa onde trabalho e contou com a presença de argentinos, uruguaios, um americano e um brasileiro (eu), o que dá o caráter mundial à competição. A decisão foi marcada pela vitória do Piso 13, na emocionante final entre Piso 9 x Piso 13 (4 x 6).

Tenho absoluta certeza que a FIFA vai reconhecer o título, baseado na jurisprudência da mesma entidade ao reconhecer o “título mundial” do Palmeiras.

Já estamos confeccionando novos crachás com uma estrela amarela acima do logotipo da empresa.