31.5.08

Secando in loco

29.5.08

Adeus ao Rádio

(já que alguém aqui começou a debater a crônica esportiva...)

Ainda me perguntam sobre o motivo que teria me levado a abandonar o
radialismo esportivo. Comecei a cursar jornalismo tendo este, aliás,
como único objetivo. Queria porque queria acompanhar Grêmio e
Internacional nos seus jogos, tanto em Porto Alegre quanto no mais
distante estádio possível e imaginável.

Após um estágio em assessoria de imprensa, consegui rapidamente o lugar
desejado. Tive uma oportunidade fantástica em uma emissora da capital
gaúcha.

Logo de início, fiquei assustado com os baixos salários, com a falta de
estabilidade do mercado e a enorme exigência de tempo para o melhor
desempenho da atividade. Recordo com clareza que trabalhava sábados,
domingos e feriados, tendo folga apenas na segunda-feira (quando todas
as outras pessoas estavam fazendo suas coisas, aí eu é que parecia
desocupado).

Mas definitivamente não foram esses os principais problemas. Em primeiro
lugar, a falta de identificação dos jogadores/técnicos com os clubes foi
algo que me fez perder a paixão pelo futebol como um todo. Durante a
minha infância e até a adolescência, ficava chateado se o time A perdia.
Passei a encarar o mundo da bola como um filme ou uma novela, sem nenhum
envolvimento emocional.

Lembro de uma vez em que acompanhei o Internacional em um jogo
importante em Salvador. Vários ônibus saíram de Porto Alegre com
torcedores colorados – que pagaram ingresso, mataram dois ou três dias
de trabalho e ainda encararam um verdadeiro sacrifício nas esburacadas
estradas brasileiras.

Os atletas, que haviam ido de avião, estavam acomodados em um dos
melhores hotéis da Bahia e ainda estavam recebendo altos salários,
fizeram um verdadeiro vexame em campo. Até aí, tudo bem. Afinal, perder
faz parte do futebol.

Mas estes mesmos jogadores, depois da partida, passaram rapidamente no
hotel, tomaram banho e saíram rindo para a noite. Do outro lado, alguns
ônibus com abatidos torcedores do Inter ainda circulavam pela cidade,
novamente em direção às vias de saída de Salvador.

Ora, isso está cada vez mais comum no futebol. Os jogadores são
verdadeiros ciganos. Atuam em lugares em que nunca moraram, não possuem
nenhuma ligação com o clube ou com a cidade e, principalmente, sabem que
daqui a algum tempo já estarão desempenhando a profissão em outras
terras. Uma derrota não gera maiores comoções, a não ser na própria
torcida.

Por que pagar ingresso, gastar tempo indo a estádio e sofrer se, quem
perde, pouco está se importando com o resultado??? É triste, mas é o
pensamento que passou a tomar conta de mim.

O segundo aspecto que me levou a abandonar o radialismo esportivo –
talvez o principal deles – deixarei para comentar em outra oportunidade:
trata-se da falta de união da categoria.

Das malas, a menor

E não é que coube ao Flu o melhor resultado da noite de quarta, entre os cariocas? E olha que o time do pó (de arroz hehe) é quem tinha a menor chance de lograr êxito, disparado, na minha opinião.

Mais sorte que juízo, é verdade. Boca poderia ter feito pelo menos mais dois. Goleirinho FH justificou seu soldo. Ao contrário, aliás, foi o arqueiro argentino quem mais deixou a desejar. Se não tivesse tido participação tão pífia, pelo menos os azuis teriam saído de campo com um mais justo 2 a 1.

28.5.08

Noite Carioca

Enquanto Vasco e Botafogo brigam por uma vaga na final da Copa do Brasil, o Fluminense tem uma árdua tarefa em Buenos Aires, enfrentando o Boca no primeiro jogo da semi-final da Copa Libertadores. Logo o Boca, aquele que tem sido uma pedra no sapato dos clubes brasileiros.

O Botafogo construiu uma pequena vantagem no primeiro jogo contra o Corinthians e penará muito para obter uma vaga na final. Será que vai ter chororô do Cuca no final do jogo?

O Vasco tem uma missão mais ingrata e improvável: reverter uma vantagem de dois gols, se esmerando para não sofrer nenhum do surpreendente Sport Recife.

E o Renato tá mais ferrado ainda. Só uma ironia dos deuses do futebol poderá conceder ao Flu uma classificação diante do todo poderoso Boca Juniors. Aliás, é bem provavél que o time carioca saia com um bom resultado da Argentina (um empate talvez), e o fatality xeneize será consumado no Maraca.

As paixões e os interesses


A frase "futebol é dinâmico" é mais um dos tantos chavões futebolísticos, mas que retrata os momentos pelos os quais Celso Roth e Abel Braga vêm desfrutando no comando de suas equipes, desde o início da temporada. A imprensa gaúcha, sempre apaixonada, faz questão de ressaltar a diferença de foco no trabalho da dupla gre-nal, fazendo juízos avaliativos categóricos sobre os métodos de trabalho na preparação das equipes.

Chamado de burro e turrão pela a maioria da imprensa gaúcha - e torcida também - ao sofrer duas desclassificações, em menos de 72 horas, Roth foi promovido a trabalhador abnegado e estudioso que busca incessantemente as correções do posicionamento tático de sua equipe. Os treinamentos em dois turnos (das 9h ao meio-dia e das 15h às 17h) são o ponto alto do trabalho gremista, que é respaldado pelo 3° lugar na tabela. Há três jogos, os sábios comentaristas viam o empate, no amistoso contra o Avaí, como prelúdio de uma campanha desastrosa no Brasileiro.

Já Abelão, campeão da Dubai Cup e do Gauchão, vem tendo seus comando e capacidade de mobilização constestados. Afinal, já são três jogos consecutivos sem vitórias. Informam os repórteres da Band, no programa Toque de Bola, que o treininho "light" vai das 10h às 13h, e depois estão todos dispensados.

Em tese, se o elenco do Inter é melhor do que o do Grêmio, o primeiro deveria estar rendendo mais que o segundo, e o fator trabalho poderia muito bem ser uma das explicações para a diferença nas posições da tabela. Mas calma, o campeonato recém está na terceira rodada, ainda há muito chão pela frente.

Engraçado mesmo é como perebas passam a craques, bons plantéis a horrorosos, frangueiros a muralhas, e acéfalos a gênios. Assim, de um dia para o outro. Não seria mais prudente esperar até a 10ª rodada para uma análise menos apaixonada das campanhas e dos trabalhos?

25.5.08

Dá Flanax pra ele

Em 2007, quando o Inter começou a perder na corrida para adversários como o Veranópolis e o Nacional do Uruguai, o preparador físico Eduardo Silva até foi questionado, mas era preciso dar um desconto: o time não teve tempo para treinar porque disputou o Mundial e começou a temporada tarde demais.

Em 2008, quase tudo o que o Inter perdeu, foi no segundo tempo: Paraná, Juventude, Sport, Palmeiras e agora Flamengo. Em alguns casos, como nos gols sofridos no Maracanã e no Parque Antártica, a sonolência da defesa era bem fácil de perceber.

Acho que já dá pra voltar a questionar a preparação física, né?

23.5.08

Roth e Clóvis

Só para não deixar batido, reconheço que o Grêmio jogou bem diante do Flamengo, fazendo por merecer a vitória. Só não deixou o campo com os três pontos por azar, Bruno e juiz (nesta ordem).

Desempenho do time de Roth me surpreendeu. Não esperava tamanha articulação do meio para a frente.

Agora só não dá para engolir os elogios frenéticos que começaram a ser feitos em relação ao trabalho do técnico. Pelo amor de Deus! Assim como merecia ganhar do Flamengo e não ganhou, na capital paulista merecia até ter perdido para o São Paulo - venceu com a mesma sorte que faltou uma semana depois no Olímpico.

Dizer que o homem é "mestre" por uma partida é dose. Pode - e deve - ter sido como o atacante Clóvis, que fez um golaço estilo Bebeto diante do Corinthians em uma partida decisiva em um mata-mata do Brasileirão no final do milênio anterior. E aí? Ele voltou a fazer alguma coisa boa na vida?

Drogba

Estava comentando acerca de Cristiano Ronaldo, mas convenhamos... Eu sou muito mais Drogba.

Cristiano Ronaldo é pura firula. Faz jogada de efeito e tudo mais. Para ser efetivamente o "melhor do mundo", entretanto, precisa apresentar maior produtividade.

Ele parece um Ronaldinho Gaúcho sem o mesmo talento. Acho que todo esse glamour do português vai acabar se desfazendo em mais uma ou duas temporadas.

Drogba alia talento e raça. É 100% determinação. Pode ser colocado em qualquer time que dá certo, não precisam fazer um esquema todo especial para ele aparecer.

Praticamente qualquer time por aqui, se ganhasse o reforço de Drogba, já seria alçado à condição de favorito ao título do Brasileirão - tamanha é a deficiência de bons jogadores que temos.

Adeus, España

Parece que o futebol brasileiro começa a viver uma época de vacas magras na Espanha. Barcelona quer ver cada vez mais o pequeno Ronaldo pelas costas. A última, entretanto, vem de Madrid. O Real parece estar disposto a colocar Robinho como moeda de troca - e bem pouco valorizada. O Moleque da Vila iria para o Manchester junto a uma soma inominável de Euros, para que Cristiano Ronaldo passasse a vestir o uniforme branco.

Negócio dificilmente sai, eu acho. Mas essa especulação prova que o prestígio dos brasileiros por lá já não é mais o mesmo...

Tá lá

Postado no dia 13 de abril. Disse que Washington é o melhor atacante em atividade no território nacional. Prova ocorreu nesta quarta-feira. Fez mais que a dupla Adriano e Aloísio (Dagoberto é tão ex que nem vou considerar...)

Já errei algumas previsões neste começo de temporada e reconheci isso. Agora é a hora de ter algum crédito...

22.5.08

Secura

Na zh online, reportagem sobre o momento difícil de Perea, que se recusa a dar entrevistas enquanto não fizer gols. Ele não marca desde o jogo contra o Sapucaiense, em 20/3.

Não é algo tão grave: um mês desses 2 meses o Grêmio passou sem treinar. Essa secura pode ter duas razões - ou ele anda com azar, ou ele é ruim. (Meu palpite é a opção 2.) A solução para ambas, porém, é a mesma: reserva. Bota o cara no banco, quando (se) ele estiver gastando a bola nos treinos tu põe de novo no titular. Nada de "blindar" o cara, de "o grupo ajudar", de psicologia. Tem psicologia demais no futebol. Falta é laço.

19.5.08

2014 é logo ali

A participação da Bahia na Copa 2014 em discussão na Ufba

“Ou a Bahia se prepara para sediar uma chave da Copa 2014 ou poderá ficar com sua imagem comprometida”, diz o presidente do Sinaenco/BA, Claudemiro Santos Júnior para mostrar a relevância do do seminário “Desafios da Bahia para a Copa 2014”, que acontecerá amanhã, 20 de maio, na Escola Politécnica da Ufba, em Salvador. A capital da Bahia é a pioneira numa série de eventos que o Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia) realizará em capitais brasileiras. Os próximos seminários sobre esse tema acontecerão no Recife, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.
“Discutiremos o que falta à Bahia em infra-estrutura – estádio, transportes, mobilidade urbana, saneamento, hospedagem e acesso a atrações turísticas, entre outras questões”, explica Santos Júnior. Ele lembra que esse debate é urgente e precisa ser feito com a participação dos principais envolvidos na preparação da Copa 2014, não somente em relação ao estádio, mas também nos demais itens exigidos pela Fifa.
A capital baiana e o Estado têm deficiências sérias em diversas áreas, que precisam ser supridas para poder sediar uma chave da Copa 2014. Assim, o seminário que acontecerá amanhã na Ufba contará com a participação de especialistas em infra-estrutura (engenheiros e arquitetos) e responsáveis por esse setor no governo baiano. Entre os palestrantes do evento está o Secretário de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Sedur), Afonso Florence, que falará sobre Mobilidade urbana e infra-estrutura turística, questões-chaves para o êxito da Copa 2014.

Serviço
Evento: “Os desafios da Bahia para a Copa 2014”
Local: Auditório da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia
Data: 20/05/08
Horário: A partir das 14h.
* Material enviado pela assessoria de imprensa do Sinaenco

17.5.08

Julgamento a la Nardoni

Quase apanhei de alguns amigos colorados na quinta quando disse que a derrota para o Sport foi a coisa mais normal do mundo, e que todo o desespero de time, torcida e imprensa não eram tão justificáveis assim.

Pra começar, o chavão de que "o Inter sequer entrou em campo" ou "o time não jogou" não é totalmente verdade. O time fez um primeiro tempo bom - poderia ter saído ganhando dele - e um segundo tempo ruim.

E motivos não faltavam para cair de produção: o time vinha de duas decisões consecutivas - as viradas contra Paraná e Juventude, que, embora tenham teminado em goleada, não foram tão fáceis assim - enquanto o Sport foi Campeão Pernambucano antecipado e não teve que virar nada na Copa do Brasil. A zaga, que começou reserva, terminou reserva da reserva. Todos os hepáticos, mais o Magrão e o Wellington Monteiro, seguem se recuperando.

Mas o principal motivo é que tem onze jogando do outro lado. Se o Sport fosse tão timeco quanto pintam, não teria feito 4 a 1 no Palmeiras, outro ex-favorito. Todas as críticas que ouvi sobre o jogo ignoram que o Sport fez um baita jogo. Por exemplo, essa de que "O Fernandão foi muito recuado e acabou isolando o Nilmar". Pô, o time toma um gol de bola alta com cinco minutos de jogo e não conta com metade dos zagueiros. É óbvio que o melhor cabeceador do time vai acabar recuando numa hora dessas.

Foi o próprio Sport quem deslocou o Fernandão, anulou o Alex, isolou o Nilmar, parou o Guiñazu. O Abel, que eu já critiquei umas quinhentas vezes nesse blog, não tem culpa dessa vez. Até poderia ter colocado Adriano ou Walter ao invés de Iarley, mas alguém acha mesmo que isso resolveria?

Entre cair na onda do Carrossel Colorado e dizer que o Inter não está em condições de encarar adversários de nível, eu fico no meio. Times ganham e perdem. Mesmo os muito bons.

14.5.08

O Pernambuco

Foi o que mais se ouviu na transmissão da TV, nesta quarta-feira. "Lá vai o time dO Pernambuco"...

Arbitragem

Incrível como Heber Lopes continua querendo aparecer mais que os jogadores. Ao menos ele erra para os dois lados, não influenciando tanto no resultado do confronto.

Nelsinho

O técnico do Sport comemorou como poucas vezes se viu a classificação para as semifinais da Copa do Brasil. Em determinada parcela, certamente por ter eliminado o Internacional. Nelsinho é odiado no Beira-Rio desde quando abandonou o colorado para ganhar uns tostões a mais.

Clemer

Inter perdeu. Mas a noite ao menos serviu para mostrar que Clemer é ainda um grande goleiro. Não fosse ele, sacola teria sido maior.

O colorado entrou para jogar somente 45min. Na primeira etapa, merecidamente havia conquistado um resultado favorável. A supremacia do Sport veio só na etapa final.

Estava achando que daria Inter x Corinthians na final. Errei.

13.5.08

Momento Walter Mercado 2008

Minha vez de apostar no Brasileirão. Não vou acertar nada, como de hábito, mas registre-se.
Bloco da frente:
Grêmio
Cruzeiro
Palmeiras
Fluminense

Bloco de trás
Sport
Figueirense
Nautico
Ipatinga

Nenhuma ciência.

10.5.08

Veeeeeja!

Diria Nelson Rubens. É bom ver mesmo o Grêmio em terceiro na tabela do Brasileiro, no final da noite deste sábado. Acho que vai ser a primeira e última vez neste campeonato...

Momento Mãe Dinah 2008

Assim como o campeão do ano passado abre o Brasileiro deste ano, eu, que acertei quase todos os rebaixados e líderes do Brasileirão 2007, inauguro o momento Mãe Dinah 2008:

Bloco da frente:
Palmeiras (na verdade, eu acredito mais no grupo do Inter, mas já tenho tempo suficiente de Beira-Rio para saber que apontar o Inter como favorito é um perigo).
Internacional
Cruzeiro
São Paulo

Bloco de trás:
Vasco (sempre tem que ter uma surpresa, e eu não consigo imaginar surpresa melhor que essa)
Náutico
Goiás
Ipatinga

Tyson e o salto alto


Todo time grande que cai para a Série B vem com o mesmo discurso. Agora é o Coringão. Mano Menezes, que já tinha tido uma experiência com o Grêmio na mesma situação, em 2005, só quer saber de falar que o time paulista terá que se adaptar à maneira de jogar dos times da segundona, que abdicam da técnica (que sequer têm) e priorizam o bico para a frente e o esforço físico.

É difícil de entender. O que é melhor, é melhor e ponto. Se quem está na Série A atua com técnica, talvez esteja lá somente por isso. E se quem está na segundona não sai de lá, de repente tenha exatamente tal quadro como motivo.

Se para jogar contra o CRB o Coringão terá que jogar feio, com a justificativa de ter menos chances de vitória caso atuasse diferentemente, então que jogasse feio sempre (aí teria sempre mais chances de vencer os adversários de maior técnica futuramente). Aí, sim, faria sentido. A raça seria tida como prioritária na comparação com a técnica.

Na Série A, os oriundos da segundona seriam sempre os favoritos. Afinal, teriam mais possibilidades de lograr êxito perante inimigos despreparados para o seu estilo de jogo.

Tá certo que futebol não é para ter lógica mesmo. Mas um mínimo de coerência é sempre de bom tom.

Um paralelo seria o Mike Tyson lutar contra uma mulher de salto alto e colocar salto alto também só para se adaptar ao estilo de luta do adversário (neste caso, da adversária). Se assim fizesse, seria por pena do lado oposto. Se sabidamente a vantagem de um clube grande contra um pequeno é a técnica, onde é que está o fundamento para afirmar que nivelar por baixo aumenta a chande de sair de campo com os três pontos???

6.5.08

Time sério

Se o Juventude fosse um time sério, Zetti já teria ido para o espaço.

Perder para o coringuinha alagoano e levar 8 do Inter na mesma semana simplesmente não existe.

Exceto o gramadense em amistosos de pré-temporada na Serra ou o Sindicato dos Atletas Profissionais, nenhum time leva oito do Inter. Perder tudo bem. Mas levar oito?!?!?!

Armelindo é vai ou racha. Ou faz partida heróica ou afunda em níveis inimagináveis.

Com esse plantel de 2008, o racha será bem mais freqüente. Rumo à Série C.

Tá, a Série C até é "pilha". Mas não que o Juventude não seja ruim o suficiente para isso. Apenas porque o futebol brasileiro, como disse antes, está incrivelmente nivelado por baixo.

Estrela

Inter jogará 100 vezes contra Barcelona e não voltará a ganhar.

Inter jogará 100 vezes contra o Juventude e não voltará a marcar 8 gols num mesmo jogo.

Podem reclamar do Abelão. Mas que ele tem estrela, isso ele tem.

A vitória foi tão indiscutível e logicamente merecida que o placar fala por si. Dispensável qualquer comentário adicional.

Grêmio...

... perde para Juventude, que leva 8 do Inter.

... perde para Atlético-GO, que perdeu para São Caetano, que vai perdendo para o Corinthians (time da Série B).

Esse é o Grêmio.

Se tivesse uma brincadeira em que o Sílvio Santos mostrasse um envelope e dissesse "quer abrir o envelope com qualquer resultado ou aceitar uma derrota por dois gols de diferença contra o São Paulo e nem jogar na primeira rodada do Brasileiro", eu acharia conveniente que o Tricolor não abrisse o tal prêmio surpresa.

5.5.08

Fernandeus


Esse foi o cara da decisão. Sem mais.

4.5.08

Mengão Campeão Carioca

Hoje não tem garçom pobre nem traveco triste no Rio de Janeiro...

2.5.08

Finalizações

Tenho visto as últimas rodadas da Liga dos Campeões da Europa. É sofrível a falta de criatividade dos times depois que a bola passa do círculo central. Onde estão os habilidosos articuladores?

Atualmente, a grande diferença entre lá e aqui está nas finalizações dos atletas. Esta última observação, aliás, é de um colega de trabalho, que também acompanha os jogos do velho continente.

Drogba levou o Chelsea à final da liga européia. Um jogador desses teria feito um baita estrago na Libertadores. São Paulo e Cruzeiro só se safaram nesta semana porque os seus adversários (Nacional e Boca,r espectivamente) não tinham uma estrela de tamanha qualidade em seus elencos. 

Dilema

O futebol hoje em dia é complicado. Não temos mais o torcedor fiel, que vai em qualquer jogo, seja final de Libertadores ou amistoso contra o sub-15 do Aimoré.

Entretanto, a torcida também não virou as costas para os times gaúchos. O que acontece então?

Normalmente, o torcedor não comparece, preferindo ver os jogos em um bar ou em casa (pelo PPV), ou até mesmo ficar somente ouvindo o Denardin. Mas decisão é decisão. Basta pintar um jogo decisivo que aparece a enxurrada nas arquibancadas.

Se o jogo é decisivo e diante de um adversário que está engasgado na garganta, então, nem se fala... Se o time do coração recentemente ainda deu recentemente uma grande volta por cima - como no caso do Inter diante do Paraná -, aí mesmo é que a torcida rapa o que tiver disponível nas bilheterias.

Na maioria dos dias, o Beira-Rio é grande demais para o futebol. A manutenção de um estádio é bastante cara. Porém, neste final de semana, o espaço será pequeno para os colorados.

Preferência para os sócios? Nada mais justo. Incompreensível seria deixar entrar o torcedor comum, ficando de fora do estádio aquele que dá uma parcela maior de contribuição ao clube.

De Lara

Roth ficou chateadinho porque disseram que o Grêmio não está no nível dos melhores times do futebol brasileiro. Pelo amor de Deus! Isso foi um dos melhores elogios que o Tricolor poderia receber.

Ficar brabo com um comentário como esse seria o mesmo que o Pedro de Lara se indignar com alguém lhe chamando de bonito, exigindo o tratamento por lindo ou fabulosamente belo.

Façam-me o favor! O Grêmio que ganhou só de 3 a 0 do "morto" Ypiranga não alcança 10 vitórias no próximo Brasileirão. Espero que muita coisa ainda seja mudada no Estádio Olímpico - começando pelo técnico e terminando com boa parte do atual plantel. Aí, sim, será possível a salvação da Segundona.

Sozinho na área, no segundo tempo, Perea errou uma bola que na várzea deixaria qualquer amador totalmente envergonhado. Rodrigo Mendes deveria estar era no concurso de Rei Momo. Enfim... Pelo menos este segundo ainda PODE ter solução.

Confeitaria do Armelindo

Não vi o jogo de ida do Juventude contra o Coringuina alagoano, na Copa do Brasil. Em Caxias, o time gaúcho deixou a desejar, mas mesmo assim fez o suficiente para merecer um placar mais elástico. Não saiu com a vaga na mão só por um detalhe, por um azar...

Será que esse detalhe vai se transformar em sorte? Será que essa eliminação irá motivar ainda mais o Ju para a final do Gauchão, já que este passa a ser o único título possível para o clube ainda no primeiro semestre de 2008?

Impossível prever. Ao mesmo tempo em que essa hipótese pode ser verdadeira, o contrário também é bastante plausível. Uma eliminação muitas vezes deixa um grupo abatido. Recuperar o astral - e até mesmo o aspecto físico, já que o confronto foi bem desgastante - não é tarefa das mais fáceis.

Vamos ver no que vai dar. Zetti, que se chama Armelindo, quer dar um novo chocolate no Colorado.

1.5.08

Mutualismo Colorado


Heráclito dizia: “um homem não se banha duas vezes no mesmo rio, porque nunca é o mesmo homem e nunca o mesmo rio”. No futebol, a mitologia é um palco fértil para a criação de teses definitivas, ignorantes das causas e dos contextos em que são aplicadas. Examinadas atentamente, não passam de chavões baratos.

Dez anos se passaram, e os atores voltam ao mesmo palco. Em 1998, no primeiro jogo, o Juventude trazia do Jaconi uma significativa vantagem de dois gols, e não tinha essa frescura do gol qualificado. Nego Christian abriu o placar, mas logo depois, Flávio, Lauro e cia. se encarregaram de virar para 3 X 1.

As circunstâncias de 98 eram bem piores para aquele Inter, que tinha Celso Roth no comando, e escalou três volantes e três atacantes no jogo da volta – típico -, no Gigante da Beira-Rio. O resultado, obviamente, foi que a situação não foi revertida: um empate melancólico de 0 X 0, e o time comandado por Lori Sandri saiu com o caneco, quebrando uma hegemonia da dupla gre-nal de 44 anos.

Valores trazidos a presente, e o Colorado tenta reverter toda uma corrente dogmática negativa, que mistura sorte/azar, estatística, história e heurística, levando a crer aos deterministas que a reversão da vantagem contra o Juvéco é impossível.

Os pontos positivos são que o Inter mudou: seu planejamento, contratos longos com seus jogadores, ampliou seu quadro de sócios, excelência no departamento médico e preparação física, a manutenção dos técnicos por períodos mais longos; enfim, tudo o que o manual do bom gestor esportivo manda nos tempos de globalização e lei pelé.

Guiñazu joga, Renan faz falta, e Alex jogará quase certo. Teremos força para mobilizar o Beira-Rio, da mesma forma que foi na quarta passada? Não sei. Só sei que o Inter mudou, e que, hoje, além de um bom elenco, temos uma torcida com lembranças recentes gloriosas, o que nos dá muito mais força para não sucumbir aos primeiros tropeços.

Por isso eu acredito, pois a única coisa estática, ao longo destes 99 anos, é a identidade do Clube do Povo do Rio Grande do Sul.