31.5.07

À pilha ou gasolina?

Se tem uma coisa que eu gosto de ver dentro do gramado do Olímpico é o carro-maca. A presença desse veículo totalmente dispensável para a remoção de jogadores lesionados é a confirmação de que o resultado em campo serve muito ao Grêmio e o que o momento é de fazer o tempo passar. Ontem, foi assim. Enquanto o resultado não servia, os maqueiros ficavam quase à beira do gramado, prontos para atenderem sozinhos a qualquer tipo de emergência. Depois que o Carlos Eduardo fez o gol que criou a vantagem tão sonhada por todos os gremistas, os maqueiros viraram piloto e co-piloto de um máquina engenhosamente vagaroza que, pra minha alegria, desfilava com freqüência pelo tapete verde.

O Santos foi um time indiferente ao adversário que estava enfrentando. Tentou manter seu jogo de toque de bola, sem se dar conta de que não haviam espaços para que ela fosse passada. O segundo gol foi a corroboração dessa falta de preparo dos santistas em jogar contra um adversário marcador. Num primeiro momento achei uma "falta de respeito" a insistência do time do Luxa em tentar manter a bola de pé em pé. "Quem eles pensam que são pra ficar dando toquinho assim aqui, na casa do Grêmio?". Quando o jogo foi se aproximando do fim, caiu a ficha. Percebi que o que estava faltando ali não era respeito, era capacidade ao Santos de dar chutão e de fazer um abafa em busca do gol.

Por mais imortal que seja a camisa tricolor, o que faz o time vencer os jogos se chama APLICAÇÃO. A disciplina tática proposta por Mano Menezes e executada pelos jogadores do Grêmio me impressiona. É do primeiro ao último minuto. Fiquei observando o trabalho defensivo no jogo de ontem. A todo instante um jogador instrui o outro aonde ele deve se posicionar e quem ele deve marcar. A linha de impedimento é sempre observada pelos laterais que repassam aos zagueiros a responsabilidade de serem os últimos homens. O revezamento na marcação funcionou perfeitamente. Ora o Gavillan saía correndo da intermediária para dar combate no meio de campo. Ora o Sandro Goiano. A todo instante a marcação em cima do Zé Roberto foi implacável. A consistência defensiva permtiu ao Grêmio criar contra-ataques em roubadas de bola. Assim saiu o segundo gol e outras várias boas chances de conclusão.

É contando com essa aplicação que eu espero ver, daqui a 3 semanas, o carro-maca desfilando pelo gramado do Olímpico. Gastando o tempo e encurtando a espera da torcida pelo grito de Tri-Campeão da Libertadores.

Mago Menezes


O apelido foi dado ontem pelo comentarista da Fox Sports. E justificado em seguida com todo o histórico do treinador responsável pela mágica recuperação do Grêmio nos últimos 18 meses, da campanha da segundona até o final da partida perfeita contra o Santos. É a mesma mágica que fez o Felipão em 94/95 e, por isso, talvez não se trate de feitiçaria e sim de tradição ou destino. O certo é que o Mano Menezes, depois de fazer uma campanha sofrida na primeira fase da Libertadores, se recuperou e acabou conquistando a simpatia dos que sempre pagaram pau para os times cariocas e paulistas.

Fora de campo contamos com uma torcida extra, pois todos os argentinos que conheço querem uma final Boca x Grêmio. Só que eles parecem não ter percebido que, até agora, o Cúcuta é verdadeiramente o melhor time da Libertadores e já estão pensando na final.
Em resumo: ainda não tem nada decidido. Faltam 90 minutos de sofrimento. Ou nem tanto, se o Grêmio mantiver o padrão germânico de marcação perfeita e toque de bola objetivo. E falta o Boca fazer a parte dele.

29.5.07

Abrigão já!


É com muita honra e satisfação, a convite do staff do linha burra, na figura do querido e estimado müzell, que venho neste espaço nobre contribuir como colaborador. Venho para somar e não desagregrar - ainda que nossos leitores da "quinta série" já se encarreguem disso -, e todas as vezes que o professor me chamar, estarei à disposição para ajudar meus companheiros, ciente da responsabilidade de fazer parte de um grupo tão qualificado como este, passando da condição de corneteiro à vidraça. E chega de blá blá blá...

Como primeira crônica - e nem poderia ser diferente - vou me deter em um aspecto que parece muito irrelevante, mas logo vocês hão de concordar comigo, pelo menos em alguma parte.

Dos técnico brasileiros de futebol, o primeiro a ficar famoso por quebrar o paradigma do simples abrigo esportivo foi o bagaceira mais chique do meio esportivo, Wanderley Luxemburgo. Numa clara exposição de um complexo de vira-lata, ele olhou para Europa e viu seus coleguinhas de profissão, do velho continente, todos enfatiotados com seus belos armanis bem cortados, gravatas gucci cor-de-rosa, e no inverno, fazendo jus ao rigoroso frio da região, sobretudos, cachecóis e todos os aparatos desnecessários para a boa condução de um time de futebol. Deve ter entrado em êxtase, quando finalmente teve a chance de treinar o Real Madrid.

Sempre gostei mais dos técnicos chinelões, tipo Felipão e Muricy, este último sempre descabelado, que vestem o "abrigão da humildade", mas que colocam ordem no galinheiro do vestiário. Não quero estabelecer uma relação direta entre vestuário despojado e liderança e comando sobre o grupo, mas para quem é cachorrinho novo não é muito bom ir longe no mato; além do mais, Luxa sempre foi reconhecido pelo pulso firme.

De fato, parece que essa modinha "luxemburga" - ainda que reconhecendo o mérito e a competência deste técnico pioneiro, mas não seu questionável caráter -, de alguma forma, contaminou o vestuário dos comandantes dos boleiros brasileiros, o que não teria nenhum problema, se a imitação e o desfile não fossem à beira do gramado. Reconheço que o técnico do Santos pode-se dar ao luxo de ser um bacaninha, à beira dos gramados, pois os bons resultados e as conquistas tiram o foco de outros aspectos irrelevantes, mas que não passa desapercebido do olhar maldoso dos periodistas e torcedores, que já começam a elucubrar possíveis correlações entre a vaidade e o desempenho do time, quando a barca vai mal.

Até o bravo e espartano Dunga, reconhecido por seu corte de cabelo militar, estilo schwartznegger, teve que ceder aos caprichos de sua filhota, a estudante de moda, servindo de cobaia de gramado, com camisas e ternos de gosto duvidoso. Acho que o capitão do tetra ficou constrangido e teve que parar com a frescura, assim que tomou um chocolate português.

Meu conselho de hoje vai para o técnico Alexandre Gallo - provável assíduo leitor do blog linha burra, assim como o Abelão - , antigo auxiliar do Luxemburgo, novato e inexperiente na função de técnico de um grande clube de futebol, ainda que tenha uma rápida passagem pelo Santos, assim como seu superior hierárquico, Giovanni Luigi, também o é na função de vice de futebol. Não feliz em se inspirar no antigo mestre, na parte tática e técnica dos times que comanda, tendo obtido três derrotas em três jogos à frente do Colorado, ainda me vem todo de jaquetinha de couro e calça social à casamata. Francamente, menos, Sr. Gallo.

Os bons ares do México parecem que fizeram bem ao técnico, que mudou o tom de voz com os boleiros, bradando para todo mundo ouvir: "Quem escala o time sou eu, porra!". Nossa, virou homenzinho!

Gallo, agora só falta colocar o abrigão.

Futilidades antes do AVC da Semifinal


Será que é tão difícil para a Puma fazer uma camiseta listrada? Assim, ó: uma listra azul, outra branca, outra preta. Azul e preta mais largas, a branca um pouco mais fina. Bem como essa aí debaixo, vendida no ano passado em comemoração ao campeonato brasileiro de 81 vencido com o gol do Baltazar. É só isso que precisamos: uma camiseta tricolor ajeitadinha, sem muita frescura. Olhem aquilo ali em cima! Não é à toa que o modelo está com cara de tacho. Eu também estaria, com esses trecos brancos nos ombros. Como eu não tenho mais o que fazer a não ser lançar movimentos neste blog, lanço agora o movimento Chega de Balaca. Eu quero minha camisa tricolor decente. Depois de um ano com uma manga de cada cor, agora eles enfiam uns trecos brancos nas mangas. Isso é que dá deixar os designers colocarem as manguinhas de fora.
Aliás, se o trocadilho foi ruim, imaginem uma camiseta reserva azul com trecos pretos. Não, não imaginem, olhem acima. Atrás, o número é doirado. Caramba, entendam que essas balacas funcionam na camiseta branca - a verdadeira reserva -, e justamente porque ela é branca e sem-graça. Meu único consolo é que a camiseta reserva de 1995 era uma toda celeste bem mocoronga também.

25.5.07

Justiça, aquela que tarda

Depois do crime ocorrido na temporada 2004/2005, o Milan voltou a ganhar a Liga dos Campeões. Foi justo pela história recente: das últimas cinco edições da Liga, os milaneses (foto ao lado) participaram de três finais. Eu sou um que sempre aposto no Milan pra ganhar a Liga - na minha cabeça, era para ter ganhado as últimas duas. Ganhou essa, mesmo não sendo o melhor time europeu em atividade - Porto e o Liverpool também não eram quando ganharam, então não é algo muito surpreendente.

Mesmo com Kaká sendo o grande jogador da equipe, os méritos do título devem ser dados ao técnico Carlos Ancelotti. Com a venda de Schevechenko, ele penou na formação com dois atacantes – se ferrou no campeonato italiano por isso - até se dar conta que, se não tem dois confiáveis, joga-se com um: Gillardino é tosco, Ricardo Oliveira estava sempre contundido, Ronaldo já havia jogado a Liga pelo Real Madrid. O escolhido foi Inzaghi, outro tosco, mas que tem estrela, mostrou isso quarta-feira.

Mas a grande sacada de Ancelotti foi no meio: com a entrada de mais um volante, Kaká e Seedorf ficaram mais liberados para atacar. Se Kaká tomar conta de uma partida não é novidade, ver Seedorf jogar o que jogou nos confrontos contra o Bayern e Manchester foi um prazer. Sem tanta obrigação de marcar, o negão se reabilitou. Desde a época do Ajax ele não jogava tanto.

Eu fui um dos que assistiu apenas o primeiro tempo da decisão de dois anos atrás, a lavada de 3x0, com Kaká, Schevechenko e Crespo destruindo o Liverpool. Pelada a coruja, fui fazer alguma outra coisa que não lembro agora. Perdi toda a reviravolta.
Quarta-feira, torci genuinamente pelo Milan, muito pela injustiça daquela derrota. Aquele time não merecia ter perdido.

24.5.07

Loucura completa


Uma semifinal da Libertadores 2007 vai ser Grêmio e Santos. Ambos os times chegam com as calças na mão aos jogos. Semana passada, o Grêmio tomou 2 a 0 do Defensor, nada mais do que um Caxias vestido de lilás em vez de grená, e teve de recuperar em casa. O jogo de hoje mostrou que o tricolor é mil vezes mais time do que o Defensor. Muitas chances de gol, muita aplicação. Tirando a bola no travessão que um careca chutou e os cruzamentos que nosso goleiro sempre faz serem perfeitos, pouco perigo levou. O Grêmio devolveu os 2 a 0 e ganhou nos pênaltis (isso não me é estranho). Fez-se a Justiça, como o Milan na Liga dos Campeões, os Aliados na II Guerra e o Grande Júri no julgamento de O.J. Simpson.
O Santos penou pra ganhar de 2 a1, de virada, em casa, do América do México com TRÊS titulares. Começo agora a campanha Fora México: se eles não vão pra Tóquio via Libertadores, se eles botam time reserva pra jogar com o titular o campeonato mexicano, se eles sequer são da Conmebol e o Roberto Bolaños tá aposentado, o que diabos eles estão fazendo na Libertadores? Caramba! Garanto que o Santos hoje perderia até pro Nacional de Montevidéu.
Enfim, é com as calças na mão que o Grêmio costuma ganhar tudo, apesar dos protestos do Filipe Maia e do Mano Menezes. Foda-se a modéstia, é hora de ser Torcedor Típico: de olho no Milan! Vudu no Kaká!

23.5.07

Óóóóó...


Após perder parceria, Coxa estuda destino do Couto Pereira

Anunciado nos últimos meses como mais provável parceiro para erguer o estádio que o estado do Paraná terá para pleitear uma das sedes da possível Copa do Mundo de 2014 no Brasil, o Coritiba viu o sonho frustrado nesta quarta-feira, quando a Federação Paranaense (FPF) divulgou o acerto com o Paraná Clube. De quebra, o clube ainda vê uma briga interna para saber qual destino dará ao estádio Couto Pereira após a construção do Novo Pinheirão.

Notícia-piada

Enquanto o co-irmão e os outros clubes disputam finais, semi-finais e quartas-de-finais dos principais campeonatos mundiais, o Campeão do Mundo apresenta o volante Magal.



É a segunda vez que o Inter usa do expediente da semelhança fonética para enganar a torcida colorada. A primeira foi quando substituiu Tinga por Pinga. Pelo menos descobrimos que há muita diferença futebolística entre o "T" e o "P". Agora, depois de admitir interesse no volante Magrão, o Inter traz o volante Magal. O engano foi de duas letras dessa vez.

Melhores momentos em negrito:

O Internacional apresentou o volante Magal nesta quarta-feira, novo reforço da equipe para a seqüência da temporada. O jogador, 26 anos, estava no Guaratinguetá, clube pelo qual atuou no último Campeonato Paulista.

Magal já teve passagens por clubes como Taquaritinga, América-RN, São Bento, Ponte Preta, Sertãozinho e Juventude. "É um jogador de boa qualidade técnica e marcação. Atua também como lateral. Tenho certeza que vai nos ajudar bastante nesta temporada", afirmou o vice-presidente de futebol colorado, Giovanni Luigi.
O dirigente aguarda ainda as confirmações das contratações do volante Magrão e do lateral-esquerdo Júnior. Magrão admitiu a amigos que está acertado com o Inter, faltando apenas definir o valor e a forma de pagamento ao Yokohama F-Marinos, do Japão.
O Inter busca também a contratação de um outro meio-campista.

Complete as lacunas

A Quarta-feira, 23 de maio, no mundo do futebol.

Em Atenas, na Grécia, Milan e Liverpool decidem o título mais importante de clubes do futebol europeu.

Botafogo (RJ) e Figueirense (SC) no Rio de Janeiro e Brasiliense (DF) e Fluminense (RJ) em Brasília, decidem vaga na final da Copa do Brasil.

No litoral paulista, o Santos (SP) recebe o América (México) valendo vaga nas semi-finais da competição mais importante de clubes das Américas, a Libertadores.

Em Porto Alegre, o Grêmio (RS) joga contra o Defensor (Uruguai) pela mesma Libertadores.

Em Curitiba (PR), ______ (__) enfrenta o ______(__) em jogo que vale _______ pela competição_________.

20.5.07

Saiu o Gol 1000


Tão sem graça quanto esse aí da foto.

18.5.07

Tema para debate: o novo Beira-Rio

Custo de R$ 55 milhões. Parece caro, mas outro dia eu ouvi que o novo estádio do Grêmio vai custar R$ 500 milhões, ou algo assim (na verdade, R$ 300 milhões, me corrige o empresário, goleiro e amigo Fábio Ritter). É caro modernizar um estádio.






A arquibancada inferior vai invadir parte da pista atlética (acima). Grande medida.




Ficha técnica:

* Cobertura: 75 módulos construídos em estrutura metálica
* Estacionamento com 6 mil vagas
* 32 cabines de imprensa para 400 profissionais
* Centro de treinamento com 4 campos, academia, departamento médico, fisioterapia e sauna
* Construção de um hotel: investimento do capital privado (rede hoteleira), apoio ao turismo, shows e eventos
* Não haverá a necessidade de interdição do estádio durante a execução do projeto
* Gigantinho: reformado e adequado para shows e convenções
* Investimento previsto em R$ 55 milhões
* Arquitetos responsáveis: Fernando Balvedi, Gabriel Garcia e Maurício Santos (Hype Studio)

Colorados, olhem o vídeo, vale muito a pena



Opinem.

17.5.07

Osram

O que faz um técnico campeão do mundo, sem emprego, num dia de sol em Porto Alegre? Vai até a ferragem Thony, na Lucas de Oliveira esquina Neuza Brizola, escolher luminárias, lâmpadas e interruptores. Se falta iluminação e criatividade nesse Inter de 2007, o mesmo não vai poder se dizer do apartamento de Abel Braga depois das compras de hoje.

Sobre a não-contratação de Roque pelo Inter


Roque! Vem pra cá você, vem pra cá você, vem pra cá você, vem pra cá. Oooooi! Sai pra lá, ha-haiii, hi-hiiiii, sai pra lá, sai pra lá, saee pra lá! Saeeee pra lá você! Saeee pra lá!

16.5.07

Badeco, Enéas e Maradona

O mundo perdeu de ver um meio-campo espetacular em 1975 formado por Badeco, Enéas e Dicá (ou Maradona). Ou, melhor ainda: Badeco, Dicá e Maradona, numa formação mais ofensiva.

Neste ano, a Portuguesa de Desportos, a simpática Lusa, deixou de comprar Diego Armando Maradona por US$ 300 mil. Na época, Maradona era um projeto de craque: tinha 15 anos e ainda jogava no Argentinos Juniors.

Não estou mentindo e, para provar, reproduzo uma reportagem da Folha de São Paulo publicada há alguns anos:

A Portuguesa se recusou a comprar o passe de Diego Armando Maradona em 1975. A revelação foi feita pelo empresário Juan Figer durante o programa "Toque de Bola", da TV Manchete, no último domingo. Figer ofereceu o jogador argentino por US$ 300 mil a Manuel Mendes Gregório, então diretor do clube paulista, quando os dois se encontraram no prédio da Federação Paulista de Futebol.

Segundo Figer, Gregório achou "um absurdo" pagar US$ 300 mil por um atleta desconhecido de 15 para 16 anos e encerrou a conversa. Maradona, que anos depois viria a ser considerado um dos melhores jogadores do mundo, jogava no Argentinos Juniors. O empresário explicou que fora convidado a assistir uma partida de Maradona por um procurador do jogador argentino. Viu, gostou, mas não conseguiu vendê-lo a um clube brasileiro antes que o talento de Maradona fosse reconhecido em seu país. Manuel Mendes Gregório não foi encontrado ontem pela Folha. Sua secretária afirmou que ele está passando suas férias em Portugal. Os familiares de Osvaldo Teixeira Duarte, presidente do clube na época, informaram que ele está doente e não tem
condições de dar entrevistas.

Marcel Figer, filho e sócio de Juan Figer, considera normal o fato. E explica: "Seria a mesma coisa se eu oferecesse hoje ao presidente de um grande clube um jogador completamente desconhecido e pedisse US$ 600 mil ou US$ 700 mil. Ele iria rir da minha proposta e esquecer o assunto". Ele contou que seu pai não pôde negociar Maradona no Brasil porque o jogador evoluiu cada vez mais e despertou a atenção dos clubes europeus. Em 1978, aos 18 anos, o "Pibe de Oro" era considerado
um nome certo no selecionado argentino que disputaria a Copa do Mundo. Entretanto, o técnico César Menotti preferiu não convocá-lo, mas admitiu, após o Mundial, que Maradona era o maior jogador de seu país. Nessa época, o Argentinos Juniors já pedia cerca de US$ 1 milhão pelo passe de sua maior revelação.

Se a história fosse outra e Manuel Mendes Gregório tivesse aceitado a proposta de Juan Figer, a Portuguesa ganharia um importante reforço para o seu meio-campo, formado então por Badeco, Enéas e Dicá.

Talvez o time do Canindé tivesse conseguido mais do que o vice-campeonato paulista de 75. A equipe da Portuguesa derrotada nos pênaltis pelo São Paulo na decisão era formada por Zecão; Cardoso, Mendes, Calegari e Santos; Badeco, Enéas e Dicá; Antônio Carlos, Tatá e Wilsinho. A tarefa de achar um lugar no time para o "Pibe" argentino
estaria a cargo do técnico Otó Glória.

Nélson da Custódia, na época vice-presidente do clube - cargo que ocupa hoje em dia -, declarou que nunca tomou conhecimento do fato, mas concorda com Marcel Figer: "Se estivesse no lugar do Mendes Gregório, recusaria da mesma forma". O dirigente citou o jogador Bentinho, 18, a quem considera um "fora-de-série" e fez uma ousada
comparação. "Qual seria a reação do presidente do Milan se eu lhe oferecesse o Bentinho, uma 'pérola' que temos no Canindé, por US$ 500 mil? Ele iria mandar me prender", encerrou.


Em defesa da Lusa, o clube era competitivo em 1975. Havia dividido o título de campeão paulista com o Santos em 1973 e foi vice-campeã em 75. Mais do que isso, tinha dois craques no meio-campo: Badeco e Dicá. Badeco era um elegante volante que foi considerado opção para a Seleção Brasileira. O sujeito até foi convidado para jogar na despedida do grande Eusébio. Ele aparece na foto abaixo com alguns craques:



E a Lusa tinha Dicá, o Mestre Dicá, um verdadeiro camisa 10. Maradona certamente enquentaria o banco de Dicá, um armador de lançamentos milimétricos, passes certeiros e que era considerado um exímio cobrador de faltas. Mestre Dicá, como é conhecido em Campinas até hoje, é o maior ídolo da história da Ponte Preta. É o maior artilheiro e o jogador que mais vezes vestiu a camisa da macaca. Em 1971, Dicá jogou com o Pelé no Santos de 1971:

Pergunta pro Arnaldo

O juiz pode parar a partida para deixar um jogador descarregar o peso morto no banheiro?

15.5.07

Não vi, não gostei

Um curto balanço do que eu penso sobre esse Brasileiro, baseado nas estréias (um indicador minúsculo e irrelevante) que eu não vi.

SÃO PAULO - antes, me parecia um time decadente. Mas acho que o Dagoberto e o Jorge Wagner darão um novo fôlego à equipe. O problema são as apostas ultrapassadas do Muricy (Souza, Aloísio, etc). Acho que quando ele começar a montar o time com os caras que estão hoje na reserva, o São Paulo pode disputar o penta.

Jorge Wagner, do São PauloPALMEIRAS - era mais ou menos o que eu esperava. Acho que esse time pode ser um Grêmio de 2006 nesse campeonato. Mediano, mas com qualidades suficientes para bater muita gente. Na reta final do Paulistão, já tinha mostrado que tinha potencial pra melhorar.

GRÊMIO, SANTOS, BOTAFOGO - ainda não dá pra saber, porque jogaram com reservas. E eles ainda têm Copa do Brasil e Libertadores para jogar.

PARANÁ - outra incógnita, mas acho que pode ir longe.

INTER - preocupante a estréia, considerando que o time é o campeão do mundo e teve tempo para se preparar. Preocupa também o fato de o time depender demais do Pato. Mas tem tempo para mudar bastante. Os jogadores ainda têm crédito pelo que fizeram no ano passado e, mais importante, o trabalho do Gallo está só no começo.

JUVENTUDE e GOIÁS - para mim, confirmaram que são candidatos aos últimos lugares.

CORINTHIANS - estréia enganadora. Aqui em SP, a estréia gerou euforia na imprensa. Acho que o time é bem mais ou menos. E acho que o Carpegiani não é o cara. Briga por uma vaga na Sul-Americana, no máximo.

FLAMENGO - depois da saída do Juninho, precisa urgente de reforços, pra não ficar balançando eternamente zona rebaixamento/sul-americana.

FLUMINENSE, VASCO e CRUZEIRO - já podem montar os times para a Sul-Americana 2008. Não caem, nem sobem.

ATLÉTICOS - acho que podem ir longe no campeonato.

TIMES DO NORDESTE e FIGUEIRENSE - não faço idéia.

13.5.07

Sem meio de novo

Essa semana um cara me disse que o Arsenal é o único time do mundo cujo estatuto inclui o esquema tático que deve ser utilizado. Não sei se é verdade. Mas comecei a desconfiar que consta no estatuto do Inter que o clube não pode ter meio-campo.

Não é possível que, depois de três temporadas sofrendo com as invencionices de Abel e Muricy Ramalho, Gallo olhe para o grupo de jogadores e resolva repetir o mesmo erro. Três volantes e nenhum armador – a não ser que alguém considere que a função bêbada de pivô que Fernandão vem fazendo nos últimos anos seja armação de jogadas. Fernandão tem alergia a bola. Quando recebe um passe, quase sempre larga de primeira. Quando ele está de frente para o gol, isso é ótimo. Quando está no meio de três marcadores na intermediária, sem ninguém de vermelho por perto, é um desastre.

Gallo passou duas semanas treinando o Inter com Fernandão no ataque e Pinga no meio. Por que mudou a escalação a DOIS DIAS da partida, sabendo que foi assim que o Inter deixou Libertadores e Gauchão mais cedo? E por que o mesmo Pinga, quando finalmente entrou em campo, não ficou nem cinco minutos na armação? Foi deslocado para a ala esquerda para a entrada de um quarto (QUARTO!) atacante, lembrando Joel Santana e sua prancheta dos horrores.

Gallo estréia com derrota para um time carioca desfalcado e com um jogador expulso. Tudo bem que os reforços estão para chegar. Mas assim fica difícil acreditar que a vinda de um bom meio-campista vai adiantar alguma coisa.

11.5.07

Intervalo comercial

Agora temos, como a província de Shiga (Japão) tem no Estado do Rio Grande do Sul, um irmão. Literalmente. O blog Guarda-Metas é do Fábio Ritter, irmão do Tritter, colaborador ilustre deste nosso blog. O Guarda-Metas é um blog especializado em goleiros, os mais peculiares jogadores de futebol que existem.

Acompanhem as defesas dos goleiros por lá e os ataques dos palpiteiros por aqui!

10.5.07

Vai ser ruim assim na casa do Ramalho

Existe alguma chance de um colorado ficar feliz após o jogo de ontem?

Sim, existe. Eu fiquei feliz. Não completamente, mas fiquei. Fiquei feliz por saber que vou ao Beira-Rio domingo e não vou encontrar Muricy Ramalho no banco de reservas.

Deus do céu, o cara tem o melhor grupo de jogadores da América do Sul e não passa das oitavas-de-final da Libertadores. O São Paulo contrata (ou o verbo mais adequado seria “rouba”?) seis meio-campistas por dia e o cara não consegue escalar quatro para formar um meio campo? E, mesmo quando os jogadores mais habilidosos entram em campo, não se vê uma jogada ensaiada, uma aproximação, sequer um um-dois, um overlappingzinho, essas coisas para as quais os treinadores costumam ser pagos.

O pior é ouvir a imprensa dizendo que Muricy é um homem de intervalo, que mexe bem. Mexe bem porque escala indivíduos como Hugo e Leandro para começar o jogo. Nessas circunstâncias, até a entrada da Xuxa, do Sargento Pincel, do Latininho, do Stephen Hawkins em campo é um alento.

Basta ouvir as entrevistas de Muricy para ver que lógica não é um conceito que ele domina. Observem os lugares onde ele emprega a expressão “ou seja” no meio das orações. Deve ser com esse mesmo raciocínio que ele escala os volantes do seu time.

* P.S.: Para o pessoal da quinta série que aparece nos comentários: esse post não tem o objetivo de tirar os méritos do Grêmio, que tem o melhor técnico do Brasil. Só Santos e Boca podem tirar essa taça do tricolor. E é bem possível que nem eles tirem.

8.5.07

Evoco o espírito de Baltazar

Gremistas comemoram o título mais fácil da história, lotarão o Olímpico e cantarão o tempo todo. São-paulinos confiam no fato de poder ficar 90 minutos só rebatendo bolas cruzadas da intermediária e esperando o Lúcio deixar uma de suas famosas avenidas para um contra-ataque mortal.
Hoje vai rolar um dos melhores jogos da Libertadores, e se o Filipe deixar, espero que o Grêmio seja imortal. Sendo ou não sendo, quem ganhar vai com tudo pelo título. Outra coisa certa: mesmo perdendo (desde que não seja de lavada), a torcida vai sair cantando o hino e xingando o Inter.
O final de um post tão óbvio, cuja razão é simplesmente dar um espaço de comments novo pra briga grenal quinta série com a qual ando me divertindo muito neste blog, só pode ser a suprema e útil obviedade:


FICHA TÉCNICA: GRÊMIO X SÃO PAULO
Local: Estádio Olímpico Monumental, em Porto Alegre (RS)

Data: 9 de maio de 2007, quarta-feira Horário: 21h45

Árbitro: Carlos Chandia (Chile) Assistentes: Jorge Osório e Manuel Rodriguez, ambos chilenos

GRÊMIO: Saja; Patrício, Teco, William e Lúcio; Edmílson, Sandro Goiano, Tcheco e Diego Souza; Carlos Eduardo e Tuta Técnico: Mano Menezes

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Alex Silva, Miranda e André Dias (Ilsinho); Souza, Josué, Richarlyson, Hugo e Jadílson; Aloísio e Leandro. Técnico: Muricy Ramalho

6.5.07

Páreo corrido

Grêmio e Juventude jogaram a final do Gauchão três vezes (1996, 2001 2 2007), todas em disputas de dois jogos, ida e volta.

O Juventude tomou 21 gols nesses seis jogos.

3.5.07

Patada

Por inércia, todo mundo aqui está culpando Ricardo “El Bigotón” La Volpe pela derrota do Vélez por 3 a 0 para o Boca. A antipatia com o ex-técnico da seleção mexicana começou desde o dia em que ele pisou em Buenos Aires (E piorou ao perder o campeonato mais ganho da história, diga-se de passagem). Porém existem os mais lúcidos que culpam o goleiro do Vélez por usar a chuteira como instrumento para fazer um tratamento de canal no atacante do Boca.



O melhor momento da rodada foi Defensor 3 x 0 Mengão. Não encontro uma explicação lógica ou histórica para isso, mas ver o Flamengo perder melhora o meu dia.

Deixo os comentários sobre São Paulo 1 x 0 Grêmio para os colorados. Assim eles não morrem de tédio.

Satisfaction


Ao final da partida que culminou na vitória por 1 a 0 do São Paulo sobre o Grêmio, jogadores e comissão técnica do tricolor gaúcho saíram preocupantemente satisfeitos com o resultado. Em entrevistas ainda no gramado, jogadores como o Tcheco (foto ao lado) declararam que "no Olímpico, basta fazermos um gol para igualarmos tudo." completado pela sábia frase do lateral-direito Patrício: "Estamos de parabéns. Jogamos de igual para igual, sem nos intimidarmos. O Grêmio é isso aí."

Ao que parece, o Grêmio está perigosamente se acostumando a correr atrás de resultados adversos quando na verdade poderia estar em posição mais cômoda. Ontem o São Paulo teve poucas chances, mas converteu e o Grêmio se acomodou. O 1 a 0 pareceu ser um resultado dentro das expectativas.

O Grêmio correu atrás de um resultado de 4 gols em cima do Caxias. Se superou fisicamente frente ao Cerro Porteño. Buscou um empate contra o Juventude. Mas o São Paulo são outros quinhentos. E para reverter uma situação adversa na qual mais uma vez se enfiou, o discurso do treinador tem que ser melhor, MUITO melhor do que aquele aplicado no intervalo do jogo em São Paulo.

2.5.07

Ricardo Ceni

Eu fico chocado com as besteiras que narradores e comentaristas dizem na TV. Eu sei, todo mundo fica chocado com isso (quem é gaúcho sofre mais). Mas, vendo o São Paulo x Grêmio, vi um negócio inédito: o Galvão Bueno chamou o Rogério Ceni de RICARDO Ceni. Ninguém corrigiu o cara. Meu Deus, RICARDO Ceni.



Pouco antes, o Galvão e o Casagrande passaram 1 minuto dizendo que o Dagoberto é craque depois que ele supostamente havia batido uma falta na trave do goleiro do Grêmio. "O Dunga vai chamar ele em três meses", repetia insistentemente o Casão. A falta tinha sido batida pelo Souza.

No primeiro tempo, toda a hora que um jogador de meio campo do Grêmio pegava na bola era o Edmílson. Não interessa se era loiro, com braçadeira de capitão, tipo o Tcheco. Ou se tinha cavanhaque, como o Sandro Goiano. Era sempre o Edmílson. Outro dia, no Grêmio e Juventude, o Paulo Britto disse que, quando a bola bate no juiz e sai, o lateral não é de nenhum time. "Daí a bola não é de ninguém, heinhô Batista?", disse na oportunidade. O que acontece? Acaba o jogo? Ele devia estar brincando.

O Inter precisa voltar a disputar alguma coisa para que eu volte a prestar atenção no jogo.

Depressão profunda

Quando o Inter foi ridiculamente eliminado das duas competições no início do ano, pensei que, PELO MENOS, os caras iam se preparar para o Brasileiro. Me enganei. Fora a contratação de um novo técnico (no qual eu aposto minhas fichas), nada de relevante acontece no Beira-Rio (ou melhor, na concentração de Bento Gonçalves). Nenhuma contratação, nenhum treino revelador, nenhuma declaração de mobilização, nada. Nenhuma especulação esquisofrênica, "INTER NÃO DESCARTA CONTRATAÇÃO DE ROONEY", para me dar falsas esperanças.

Olhem as manchestes do dia no site Final Sports: gripe, jogo-treino e guri do Inter B sobe a Serra para completar o time dos reservas.

02/05/2007
17:53:12
Futebol
Colorados vacinados contra a gripe

02/05/2007
17:42:44
Futebol
Trabalhos em Bento Gonçalves são transferidos de local

02/05/2007
17:12:19
Futebol
Treino físico puxado para o grupo colorado na Serra

02/05/2007
14:37:46
Futebol
Jornal italiano diz que Inter de Milão está de olho em Alexandre Pato

02/05/2007
13:15:35
Futebol
Inter muda adversário do jogo-treino de sábado

02/05/2007
12:59:09
Futebol
Christian espera ser titular no time de Alexandre Gallo

02/05/2007
12:09:43
Futebol
Lateral-direito Diego é chamado para subir à Serra

02/05/2007
12:00:41
Futebol
Zagueiro Índio aprova jovens defensores colorados