31.8.06

Causos da Internet

Madrugada de quinta-feira, 17/8, 2h. Chego na redação da ZH extenuado depois de sete horas acompanhando a concentração de torcedores colorados na Av. Goethe, depois o tenso jogo final da Libertadores, então a estrondosa comemoração que lotou a tradicional avenida de festas futebolísticas da cidade.
Depois de fechar a matéria para o jornal do dia seguinte, vou bater um papo com um colega que está no plantão. Ele tem, diante dele, uma página do Clarín aberta destacando o título colorado. Comentamos sobre a conquista colorada com a inveja de dois gremistas, sobre a súbita fama do Inter e a entrada do clube no grupo de equipes conhecidas em todo o continente. Quando o meu colega olha para a tela e diz:
- Meu, esse na foto não é o Inter.
- Como "não é o Inter"? Taí, Internacional ganha a primeira Libertadores, ó.
- Olha a foto. Não é o Inter. É outro time.
Cheguei mais perto, olhei bem. Não é o Inter. A notícia é do Inter, a legenda também, mas a foto é dum time cuja camisa não é nem de perto parecida.












Na hora eu estava cansado demais para salvar e postar, mas hoje recebi isso de volta numa daquelas correntes recalcadas gremistas. A história é fantástica. Que time é esse? Será que a agência EFE errou ou foi o Clarín mesmo? Isso diz alguma coisa a respeito da forma como os argentinos nos vêem? Ou sobre como vêem o Inter? Ou sobre como contratam os estagiários do plantão? Perguntas, perguntas.

30.8.06

Música Popular Argentina


O sonho de todo argentino é jogar como um brasileiro. E o sonho de todo brasileiro é torcer como um argentino. Uma prova disso é aquela torcida organizada do Grêmio que antende por Alma Castelhana. Outra prova é a escassez de recursos e o silêncio das nossas torcidas diante das alegorias e cânticos das torcidas argentinas nas copas Libertadores e Sul-americana.

Fiz uma pesquisa entre torcedores de alguns clubes de Buenos Aires para saber o que eles tanto cantam nos estádios.

Descobri que cantar não é só algo que eles fazem por amor ao time, mas também por obrigação e medo:

¡Canten, carajo
o empiezan los gargajos!

Gargajos = cusparada

Aqui descobrimos que os torcedores também intimam a torcida adversária a cantar:

Ay, ay, ay, ay, ay, ay, ay, ay,
esa tribuna se parece a una postal.

Uma coisa que a gente sempre pensa quando vê uma trocida argentina é “Olha como os argentinos empurram o time. Bem ao contrário de nós que só sabemos criticar e vaiar”. Não é bem assim. Eles têm algumas canções que empurram o time, mas com indignação:

“Jugadores…
¡la concha de su madre!...
a ver si ponen huevo…
que no juegan con nadie”

Outra:

“Miren miren que locura,
miren miren ¡qué pasión!...
¡saquense la camiseta
y densela a la hinchada que juega mejor!

A grande maioria das músicas alentam ao time, mas também provocam o adversário:

Vamo, Vamo Los Xeneizes
Vamo Vamo a ganar
Los de arriba son gallinas
Los podemos alcanzar

Outra:

Todos los momentos que viví
todas las canchas donde te seguí
aprendí a llevarte en el alma
Boca Juniors de mi vida
vos me hiciste muy feliz
las gallinas siempre van
para la cancha con la federal
vamos a quemar el gallinero
a matarles el 3ero y la vuelta vamos a dar
Boca vos sos mi vida
vos sos la pasión
sólo te pido una cosa
que salgás otra vez campeón.

Gallina = torcedor do River
Xeneizes = torcedor do Boca
Federal = Polícia Federal
3ero = Num clássico Boca x River mataram dois torcedores do River e aqui eles prometem um terceiro.

O Gimnasia Esgrima é a equipe mais antiga de La Plata e nunca ganhou nada, nem o título da segundona quando foi rebaixado. Os torcedores do Estudiantes pisoteiam nos brios deles com músicas como essa:

Pasan los años pasan los jugadores
Ginasia Esgrima que pobre institucion,
pensa que mucho viejo se murieron
y no pudieron ver al Lobo campeón!!!!

Outra:

De chiquito me enseñaron
A seguirte a donde vas
A decir soy pincharrata
Soy campeon continental!!!
Pero el dia que me muera
al cajon me voy a ir
con la roja y blanca puesta
y un trapo que va decir: lobo no existis

Pincharrata = torcedor do Estudiantes
Lobo: torcedor do Gimnasia

Os cantos mais engraçados são os contra o San Lorenzo. Tudo porque eles venderam o primeiro estádio deles para o Carrefour construir um supermercado. Pediram, né?

Cuervo,
Ay que tarado
Fui a tu cancha y me encontre con un mercado
Yo no sabia bien que hacer
Case un changuito y me puse a recorrer
Compre frutas y verduras
Carne y pollo tambien
Mi cancha es de cemento
La tuya es un almacen

Outra:

Cuervo, qué lindo que sería
jugar un campeonato con Jumbo y Casa Tía.

Tarado = maluco
Cuervo = torcedor do São Lourenço
Changuito = carrinho de supermercado
Jumbo e Casa Tia = supermercados locais


Fico devendo as músicas dos rivais Independiente/Racing e Rosário Central/Newell’s Old Boys.

Pinga de mim

O Inter está contratando um desconhecido, um tal de Pinga, que jogou na seleção sub-20, foi pra Itália e só participou de campanhas modestas de times pequenos. Para vir para o Beira-Rio, o Inter estaria desembolsando 4 milhões de euros - 2 milhões da venda do Sóbis e o restante em parceria com empresários - por um contrato de quatro anos. Na Zero Hora, alguém que conhece o futebol do jogador disse que ele parece o Celsinho, ex-Portuguesa. Calafrios.

Não acredito nestes valores. Queriam trazer o argentino Guiñazu, do Libertad, mas acharam os 1,8 milhões de euros demais por ele. O Pinga é só um ano mais novo que o Guinãzu (um tem 26 e o outro 27), mais deconhecido e não tem mais idade para ser chamado de promessa ou aposta.

Aqui estão três gols do rapaz (dois de falta):

Gol 1.
Gol 2.
Gol 3.

O jornalista gaúcho Roberto Pato Moure, que vive na Itália há muitos anos, falou sobre o provável reforço colorado na Rádio Gaúcha, segundo reprodução que está rolando na internet - não sei se é totalmente confiável:

Ele chegou em 1999 no Torino, jogou sete vezes pelo time na Série A e não marcou nenhum gol. Em 2000/2001, sua equipe foi rebaixada à Segunda Divisão e ele fez apenas dois gols, mas seu time foi promovido para a elite e ele continuou no Torino até o natal de 2002. Sem fazer nenhum gol até o natal, ele foi emprestado ao Siena, para jogar na Segunda Divisão e marcou sete gols. Neste período, ele se envolveu em um acidente muito grave, onde morreu o irmão de Rodrigo Taddei, que joga no Roma. Neste acidente se salvaram o Pinga e o Taddei. Em 2002/2003 ele também jogou na Série B marcando pelo Siena sete gols. Voltou para o Torino na temporada 2004/2005, com o time novamente na Série B, e marcou oito gols. Quando o Treviso foi rebaixado para à Série B , Pinga foi pra lá e marcou apenas três gols nesta última temporada do futebol italiano.

Meu herói


Caro Perdigão,

Caso o senhor esteja cogitando um processo por calúnia e difamação contra este blogue, gostaria de esclarecer que estamos publicando esta foto como forma de homenageá-lo. Para nós do Linha Burra, aparecer numa foto sorrindo, com copo na mão e abraçado a duas moças simpáticas é motivo de orgulho para qualquer ser humano.

Grande abraço. Continue o bom trabalho.


OBS: Informações sobre a imagem. Foi publicada na comunidade do Inter no Orkut, tirada de um álbum de fotos, e não houve qualquer reclamação sobre a conduta do jogador, pelo contrário, Perdigão foi saudado pela massa. Ali atrás é o Adriano Gabiru. A data da foto não faz sentido, porque o Adriano não jogava no Inter nesta época. Muita gente tentou decifrar o cartaz atrás, que anuncia preços. Alguma coisa está a venda por R$ 5 e outra a R$ 60. A imaginação do ser humano corre solta com valores deste gabarito, mas tudo indica que esteja escrito "horário R$ 60" e "coletes R$ 5". Parece que é uma quadra de futebol sete, apesar de parecer uma legítima uisqueria.

29.8.06

Cromos autoadesivos

Não costumo postar aqui os mails curiosos que recebo, mas basta uma rápida olhada para perceber que esta é uma ocasião especial.






28.8.06

Bolívar mostra o seu jogo


O zagueiro Bolívar (foto), ex-Inter, estreou na rodada do final de semana pelo Monaco com direito a gol e tudo. Gol contra, é claro. O defensor foi titular da sua equipe e ajudou o time a sair de campo com uma vitória de 2x1 contra o Sedan.

O gol contra de Bolívar foi aos 37 min do segundo tempo.

27.8.06

Pela culatra

Retrato da mediocridade do Brasileirão 2006, a artilharia do torneio é emcabeçada por Wagner, Dodô e Souza (fotos acima), todos com 9 gols. É de um meia-boquismo supremo para um campeonato na (mais ou menos) 20ª rodada. A gente tem que descer até a faixa dos 5 gols para encontrar um nome de seleção —Tevez, da Argentina.

E digo: Wagner, do Cruzeiro, ficou dois meses e meio sem marcar. E digo mais: o ex-botafoguense Dodô marcou seus gols antes da Copa, foi embora pras arábias e só agora foi alcançado. E digo mais ainda: o Souza tem um nome tão comum e joga em um time tão low-profile que provavelmente contaram gols de outros Souzas como sendo dele.

Ainda dá tempo do Romário voltar e passar esses tuchês. Fácil.

26.8.06


Depois ainda tem gente que não gosta de futebol. O principal assunto corintiano do momento é o Caso Tevez, estreitamente relacionado com a possível saída de Kia Jooooorwesodjisodijfaçdãmferamiwefa do clube. Em Buenos Aires de folga (ele alega que ganhou 10 dias em plena temporada, e do próprio Kia), Tevez deu uma entrevista para o programa A última palavra, da Fox Sports.
A reportagem toda beira o surrealismo. Resumirei:

- Tevez integra um grupo musical chamado “Piola Vago” (Espertalhão Vagal, na tradução do Estadão). Aí está o primeiro disco deles - a folga desta semana o permitiu gravar o segundo.

- A torcida do Corinthians atacou a chutes o carro de Tevez, no qual estava com sua filhinha, depois do jogo contra o Fortaleza, no Morumbi. Detalhe: ele havia marcado o gol do empate por 2 a 2, e mandado a torcida ficar quieta.

- Reclamou que é paparicado quando as coisas estão bem, mas, quando acontece algo errado, "te relembram que você é argentino”. Imagine se algum colega de trabalho te chama de argentino. Nem argentinos agüentam tal provocação.

- Disse que a única forma de voltar a jogar no Corinthians seria se os torcedores pedissem. Depois de tudo isso, ele ainda cogita jogar no Timão.

25.8.06

Vênus está fora da disputa

Duas vezes campeã do Aberto dos Estados Unidos, a norte-americana Venus Williams estará fora da disputa deste ano. Nesta sexta-feira, seu agente divulgou um comunicado informando sobre a retirada do nome da atleta da lista de participantes. O motivo é uma lesão no pulso esquerdo, que a tem atormentado desde Wimbledon.
A coisa no sistema solar está foda. O último a sair apaga o Sol.

HÁ ESPERANÇAS, NEGRADA


O Sevilla derrotou o Barcelona, nesta sexta-feira, e conquistou o título da Supercopa da Europa. Em partida disputada no estádio Louis II, em Mônaco, o time andaluz levou a melhor por 3 a 0, com direito a gol do meio-campista brasileiro Renato.

Cheguei a me arrepiar até. Parece que o segredo é jogar de branco.

Justiça Planetária rebaixa Plutão para a Segunda Divisão


Na última quinta-feira, o Tribunal de Justiça Planetária (TJP) decretou, por unanimidade, o rebaixamento de Plutão para a segunda divisão dos planetas. A condenação ocorreu logo após o escândalo da compra de votos na convenção de 1930, que classificou o astro recém-descoberto como Planeta, e o incluiu no Clube dos 8.

Torcedores e dirigentes do planeta, que há anos-luz ocupava a última posição na classificação geral do Sistema Solar, contestaram a decisão do tribunal. Um conselheiro, que preferiu não se identificar, acredita que “a condenação aconteceu porque somos um planeta pequeno, afastado dos grandes centros do poder. O TJP jamais faria isso com um planeta do eixo-Júpiter-Saturno”.

O mesmo dirigente afirma que Plutão estuda entrar na Justiça Comum para reverter a pena, o que interromperia por tempo indeterminado a órbita de todos os astros na Via Láctea. Contudo, um fax assinado pelo presidente do TJP e enviado para a presidência de Plutão alerta que as conseqüências seriam graves. “O ingresso de Plutão em qualquer instância externa à Justiça Planetária acarretaria a eliminação imediata do planeta do Sistema Solar”, diz a carta.

O ofício também descarta a possibilidade de uma virada de mesa, frustrando as esperanças de planetas como Ceres e UB313 de ingressarem no Sistema Solar com a saída de Plutão.

Por um novo líder

O São Paulo tomou oito gols nas últimas quatro partidas, contanto Brasileiro e Libertadores (dois em cada contra o Inter, Cruzeiro e Paraná). Ganharam uma, empataram duas e perderam uma. É por isso que eu acho que eles não ficar ali em cima. É um time meio desequilibrado, com muito improviso do meio para trás. Por vezes, se salvam apenas quando o goleiro defende pênalti e faz os dois gols do time, como contra o Cruzeiro.

Enquanto o ataque funcionar, Muricy estará salvo. Como eu conheço bem o Muricy e o São Paulo, acho bem provável que o técnivo não consiga consertar os defeitos da defesa no returno. Ele é muito teimoso para mudar o time. O tricolor paulista também perdeu o melhor zagueiro, o Lugano. O Richarlyson (que nome!) está improvisado na zaga. Neste ano, ele já jogou de lateral, meia, volate e, agora, zagueiro.

É um bom time, não me interpretem mal. Mas vejo muitas brechas no jogo deles. Não acredito que vão se manter intocáveis lá em cima. A grande esperança tricolor de agora em diante é o Lenílson, forte candidato à revelação do campeonato. O Dunga convoca ele até o final do ano, escrevam ai.

Agora, sim

Por quantos anos você, gremista, ouviu dos colorados que o time campeão da Libertadores de 1995 era “ruim”, “deu sorte” ou “só ganhou na bola área”? Onze anos. Hoje, finalmente, podemos fazer uma comparação específica. Assim, pergunto: QUAL TIME ERA MELHOR? Pois bem, analisemos, parte por parte:

GOLEIRO: Grêmio. Danrlei era polêmico, irritadiço, odiável, mas havia algo de mágico naquele rapaz entre 1994 e 1997. A bola simplesmente não entrava – inclusive, nas duas partidas em que o Grêmio tomou cinco gols no período, contra Palmeiras e Inter, o goleiro era o Murilo. Até hoje, é ídolo gremista, mesmo tendo feito cagadas inomináveis nos anos seguintes. Clemer, ao contrário, é visto com desconfiança. Muitos colorados acreditam que o Inter foi campeão apesar dele. Os gremistas têm certeza disso.

DEFESA: Grêmio. Elder Granja e Ceará, quem você prefere? Se houvesse um Arce no time, essa dúvida não existiria. Se Bolívar tem classe, Rivarola era mau – e zagueiro tem que ser mau. Adílson, por sua vez, sabia jogar e tinha liderança, era o capitão do time. Fabiano Eller, convenhamos, tem uma cara de bocó constrangedora. E Jorge Wagner não é lateral - aliás, foi banco do Rubens Cardoso por um bom tempo. Roger era absoluto na esquerda.

MEIO CAMPO: Grêmio. Tinga é mais jogador que o Arílson, Carlos Miguel era mais jogador que o Alex. Sobra a comparação entre os volantes. Edinho e Fabinho, juntos, não formam um Dinho. O Grêmio ainda tinha o Goiano.

ATAQUE: Grêmio. Sobis é melhor que o Paulo Nunes? Toda vida. Fernandão é mais jogador que o Jardel? Sem sombra de dúvida. Um porém: atacante tem que fazer gol. Jardel, sozinho, fez mais gol que os dois colorados juntos. Muito podem contra-argumentar: “mas o Sobis ficou um bom tempo contundido”. Sim, ficou. Mas quem entrou deu conta do recado, o que nos leva ao próximo tópico.

GRUPO: Inter. O colorado sempre teve jogadores excelentes peças de reposição quando precisou, tanto que seus atacantes reservas marcaram tantos gols quanto os titulares. Sem falar que o Inter mudou de esquema e escalação inúmeras vezes na competição, mantendo um padrão alto de qualidade. Já o Grêmio, quando campeão em Medelin, encerrou o jogo com Alexandre Xoxó e Nildo em campo, este último trajando a camisa 10.

TÉCNICO: Grêmio. Não preciso explicar.

DIRETORIA: Empate técnico. O Píffero é o Cacalo do Inter: o vice mala que briga com os adversários. Fernando Carvalho é um grande administrador, tal qual Fábio Koff. Resta saber se, após a gestão de Carvalho, haverá alguém disposto a destruir a estrutura do clube como fizeram no Grêmio.

24.8.06

Já pro SOE!

Eu temia que alguém fosse começar a botar no Linha Burra o monte de bobagens que anda circulando nas caixas de email de gremistas e colorados desde que o Inter ganhou a Libertadores. O Santi despertou meu lado quinta-série com aquela corneta pseudo ensino médio (todos sabem que os guri de hoje em dia, com a TERNÉT, são bem mais sabidos do que nós éramos).Foi ele que começou! Agora, por favor, apareça alguma mãe pra dizer "não interessa quem começou! eu vou terminar", porque ninguém vai agüentar sequer mais um post desse assunto.

Enquete

O nível de cornetas entre gremistas e colorados sempre está no nível de quinta série. Sei que corro o risco de ser esquartejamento nos comentários, mas esta aqui eu achei muito boa, tem nível intelecutal de segundo grau pelo menos.

Ouça o que eu digo, não ouça ninguém

É bem possível que o cara que inventou aquele e-mail do sujeito que acordou sem rim numa banheira de gelo seja setorista da dupla Gre-Nal em alguma rádio de Porto Alegre. Nos últimos dias, o Guiñazu entrou e saiu do Inter umas dez vezes, "segundo fontes ligadas à diretoria". Zé Roberto, Elano e agora Kleberson seguem o mesmo vai-vem. No Grêmio, a dúvida é se, além de dois laterais, o clube procura ou não um goleiro. Tem dias que "conselheiros confirmam a busca por um goleiro experiente", tem dias que "clube descarta contatação de substituto para Grohe". Melhor desligar o rádio e ver se chega alguém diferente no aeroporto.

Grêmio está na final

Na final do XXIII Torneo Internacional de Fútbol Sub-20 L'alcúdia - Valencia / Espanha. Venceu ontem o Barcelona por 2x0 na semifinal deste torneio, que tinha as seguintes equipes: os espanhóis Valencia, Villarreal, Barça e Betis, e a Seleção da Rússia (kk!), Grêmio, Pumas (MEX) e Guaraní (PAR). A final será hoje às 17h, contra o flamante Guaraní do Paraguai - para quem os gremistas já perderam no primeiro turno.
Gostaria eu de ter alguma foto aqui, mas o tosquíssimo site do torneio não me permitiu.

23.8.06

Missa de sétimo dia


O Campeão da América morreu.

Os restos mortais jogaram hoje contra o Goiás e empataram em 2 a 2 num dos jogos mais ridículos que eu vi o meu time fazer em 26 de torcida. Foi como uma missa de sétimo dia. No início, o primeiro tempo, lembramos dos grandes feitos do falecido, o padre falava que todas as pessoas deixam sua marca na terra, sentimos a presença do morto na sala. As viúvas se esqueceram da tristeza por um instante. Em grande atuação, o time deu chocolate no Goiás. Fernandão em partida histórica.

O primeiro tempo termina 1 a 0, mas podia ser mais, muito mais. Está tudo ótimo. A atuação é tão boa que fica evidente que o time deveria ter fechado o primeiro tempo em 3 a 0 para garantir um segundo tempo tranqüilo. Um colega me comenta:

- Isso tá parecendo o Inter do passado. Eles não sabem matar o jogo. Me lembra do virgem que está tirando a calcinha da namorada. De repente, entra a mãe dela no quarto.

E a mãe entrou. Foi exatamente aos 16 minutos do segundo tempo, quando o Rubens Cardoso foi expulso por falta besta. O Goiás tinha perdido um jogado aos 3 do segundo tempo. Eles voltaram do intervalo sentando a lenha. Um festival de cartões amarelos. Igualada a partida em número de jogadores, o Inter teve um último suspiro: Fernandão recebeu bom passe na área e fez 2 a 0. Mas o time não merecia. Aos poucos, no ritmo pastoso da voz do padre - para voltar à liturgia -, o Inter foi se encolhendo, encolhendo, encolhendo, como a viúva que vai caindo na real ao final da missa.

Ediglê entra em campo para fechar a zaga. Dá uma rosca, leva amarelo, quase comete pênalti e, depois de cinco minutos de atuação sofrível, é expulso numa cotovelada mal sucedida. As viúvas caem no pranto. Rentería perde gol ridículo na cara do gol. Aos 39, o Goiás faz 2 a 1. Quem não viu esse filme? Aos 44, o Goiás empata. A viúva é carregada para fora da igreja, uma tia oferece meio lexotan para acalmar.

A boa notícia é que o Rubens Cardoso foi expulso. Não joga a próxima - e todas as outras, se Deus quiser.

Com sorte, o presidente vai conseguir juntar parte dos restos mortais e fazer um Frankstein novinho. O Inter precisa, principalmente, de um pulmão novo. O anterior foi transplantado no corpo de um alemão. Ouvi falar em Magrão e Kléberson, ambos jogadores de boa idade para a próxima copa e que estariam dispostos a abandonar mercados secundários do futebol (Japão e Turquia, respectitivamente) para ganhar espaço no coração de Dunga. Gosto deles. O carequinha Guiñazu, bom nome, mas parece que não vem mesmo.

Por enquanto, nos resta rezar pelo milagre da ressurreição.

Boa Noite, Terra Preta!

Caro leitor de Terra Preta, Brasil: identifique-se deixando um comentário nesse post. Você poderá ser agraciado com um exclusivo brinde do Linha Burra.

Esse amigo, ou amiga (se for amiga, já responde pro Vicente se é solteira e gostosa, por favor), é o primeiro contemplado do projeto "A Linha Burra é Redonda". A partir de agora, a nossa equipe estará monitorando as visitas através das mais modernas ferramentas de análise de acessos da internet. De tempos em tempos, vamos publicar alguns dados curiosos, o ranking dos blogs que mais linkam para cá, gráficos de como anda o alcance do Linha Burra ao redor do globo, e uma série de informações tão importantes quanto a participação de Terra Preta para o PIB do Brasil.

Onde está Carlitos:

Ontem no Jornal da Globo o argentino corinthiano Carlitos Tevez foi visto pelo Brasil inteiro cantando e dançando a cumbia, ritmo latino muito prezado pelo atacante na comemoração dos gols, em uma boite de Buenos Aires com a banda Los Palmeras. Veja o vídeo aqui.
É cada vez mais complicada a situação do argentino, que já teria inclusive esvaziado o seu apartamento na Zona Leste. A Fiel talvez até perdoasse o sumiço do craque, mas subir no palco com os rivais palmeirenses já é demais.

22.8.06

Mais uma do Perdigas

Ontem de noite, pergumtado pelo repórter da Rádio Gaúcha sobre o que tinha realmente dito ao juiz no jogo de domingo, Perdigão superou a própria piada:

- Vou soletrar o que disse pra ele: não F-O-D-I. Éfe, ó, dê, í.

Mestre.

21.8.06



Que o Diabo o carregue.

A vida colorada pós-libertadores


Ou as perdas e ganhos de um clube que mudou mais na última semana que nas últimas dez temporadas.

Bolívar (foto) – dos jogadores que saíram, é o único que tem substituto à altura: Índio. Só que é preciso contratar algum reserva de luxo para não corrermos o risco de um improvável – e trágico – duelo Ediglê x Eto’o no Mundial. O outro zagueiro do grupo se chama Danny Moraes. Isso: Danny Moraes. Que atacante vai respeitar um zagueiro que tem nome de vocalista do Polegar?

Jorge Wagner – nosso sempre indeciso cobrador de faltas encerrou hoje sua 4617ª novela contratual desde que chegou ao Inter: vai para o Betis, eterno depósito de jogadores quase bons brasileiros. Alex, que já jogou de lateral-esquerdo e bate bem na bola, é o substituto mais provável, já que o mercado de laterais no Brasil é tão vasto quanto o mercado de travestis no Vaticano. No que depender da torcida, o substituto imediato é Ramon. Rubens Cardoso está na posição errada: deve ser amarrado no relógio do Centenário Colorado, para ver se leva umas boas pedradas de madrugada.

Tinga - Perdigão é instável e meio lento; Adriano é displicente; Michel é justificadamente odiado pela torcida. Tinga não tem substituto no Inter. E talvez não tenha substituto no mundo. Difícil encontrar outro meia que defenda e ataque com a mesma vontade que ele. Assim, é melhor procurar um meia com características ofensivas, já que Fabinho, Edinho e Wellington Monteiro estão sempre prontos para maltratar bolas e tornozelos. Gostei do pouco que vi de Guiñazu. Já ouvi rumores sobre Elano, Zé Roberto e Daniel Carvalho. Seja quem for, não pode ser menos que esses aí.

Sobis – bons tempos em que dava para fazer um “Fica Jardel” e manter um jogador aqui contando com a boa vontade do torcedor (se é que o Fica Jardel funcionou). Hoje qualquer Racing Santander estala os dedos e faz uma proposta irrecusável para nossos jogadores. Sobis também não tem substituto no Inter, e é pouco provável que, em três meses, Fernando Carvalho arranje uma solução melhor que Iarley ou Renteria para jogar ao lado de Fernandão. Disparado, a parte mais dolorosa do desmanche.

Torcida – Saem jogadores de nome, mas entra uma torcida como nunca se viu no Beira-Rio. No fundo, todo colorado sabia que o preocupante silêncio das sociais seria quebrado no dia em que o time levantasse uma taça importante. Foi o que aconteceu. Mais confiantes e com um punhado de novos gritos de guerra, os torcedores afastaram de vez a nuvem negra que pairava em cima do Beira-Rio. Agora a única preocupação é a nuvem branca dos sinalizadores, uma estupidez que quase resultou em gol do São Paulo quarta-feira passada.

Arbitragem – os juízes da Libertadores vão deixar saudade. Agora, a torcida colorada está novamente à mercê de sujeitos sem o menor critério: invertem faltas, distribuem cartões conforme o humor, trancam o jogo marcando até piscada de olho. Eu diria que todos os árbitros brasileiros merecem cadeia, mas tenho medo que, uma vez presos, eles armem algo mais ameaçador que o PCC.

Onde está Carlitos?

Depois de ameaçar deixar o Corinthians após a vitória sobre o Botafogo no último domingo, Carlitos Tevez desapareceu sem dar satisfação e não se apresentou com o restante do elenco para o treino desta segunda-feira. Desta forma, ele não viaja a Caxias do Sul para enfrentar o Juventude nesta quarta. (do Terra)
O fato acontece depois de Leão dizer que não libera Tevez e Mascherano para o jogo da Seleção Argentina contra o Brasil, em 3 de setembro. Tá certo, ele está meio em baixa no meu conceito – fez apenas uma ponta em Páginas da Vida e deixou o Tarcisio Meira de luto por dias –, mas é inegável: Leão é um patriota.

20.8.06

Não fode, professor


O Perdigão, que figura fantástica. Foi expulso hoje contra o Palmeiras. Fez uma falta, recebeu o amarelo e ficou reclamando do juiz. Deu um minuto e o árbitro Evandro Rogério Roman puxou o vermelho. Tava na cara: o Perdigão disse algo muito feio pro juiz.

Eu estava prestes a ficar indignado com o Perdigão. Mas, ao sair de campo, ele revelou em todos os microfones de amplitude modulada do Estado quais foram suas palavras dirigidas ao juiz:

- Não fode, professor. Foi só o que eu disse.

O Perdigão é adorado pelo torcedor colorado mesmo quando faz essas besteiras. Do banco de reservas, ele comanda a torcida e dá apoio aos companheiros. Quando entra em campo, faz lançamentos maravilhosos como o que resultou no gol do Sobis hoje de noite. Fora isso, ele tem a cara do torcedor. Mais especificamente, a cara do torcedor bêbado.

Na arquibancada do Beira-Rio, tem um movimento forte para que ele se aposente no Inter e abra um bar dentro do estádio. O Bar do Perdiga´s. Eu freqüentaria.

Só que, para continuar no Inter, ele tem que parar de ser expulso. Foi a terceira no Brasileirão. Agora, na falta do Tinga (que Deus o tenha), não podemos perder jogadores de meio-campo.

18.8.06

Ao torcedor desconhecido

Tenho amigos colorados, tenho família colorada. Sou gremista, mas admito: fiquei feliz por eles, principalmente meu irmão, pois sempre me lembro da tristeza do coitado quando da eliminação do Inter na Libertadores de 89. Liguei para ele, para meu pai e para outros membros deste blog, parabenizando-os pela conquista. Entretanto, secarei como nunca o Inter no Japão. E será por puro rancor.

Voltemos a 1995: Grêmio perde decisão da decisão do Mundial Interclubes para o Ajax, nos pênaltis. À tarde, estou me dirigindo ao colégio Santa Inês, onde estudava, fardado com a camisa tricolor. Na Protásio Alves, um carro para em minha frente. Dele, desce um alemão cabeludo, apontando para mim uma garrafa do desinfetante de mesmo nome do clube holandes, aos gritos de : "HAHAHA, AJAX, AJAX, AJAX!!!".

Quero que esse alemão desgraçado sofra. Ele não merece ser campeão do mundo. Daria tudo para encontrá-lo após a final do Mundial, Barcelona 2x0 Inter, gols de E'to e Ronaldinho (este último trajando uma camisa do Grêmio por baixo da do Barcelona) só pra dizer: "Filho da puta, não esqueci de ti. Agora, engole esse choro!".

O único problema é que se foram onze anos, sabe-se lá onde anda esse pau no cu. Espero que morando de favor com um tio, em Caçapava.

Atualize-se

* O Grêmio conseguiu reduzir a pena do STJD de oito para três jogos sem torcida. Como já cumpriu um, terá apenas mais dois adversários – Fortaleza e Cruzeiro – pela frente no Centenário, em Caxias, embalado apenas pela galera da laje. Dia 2 de setembro, contra o Paraná, time e torcida volta ao Olímpico. Quarta-feira, no inominável dia 16/8, o Grêmio virou o jogo e ganhou por 4 a 2 do Santa Cruz, lanterna do campeonato, e subiu para sétimo na tabela, 26 pontos. No Olímpico, já não é mais sonho entrar na Libertadores.

* Tite tirou o Palmeiras da UTI e o verdão está com 21 pontos, em 12º. Leão, a glória menezes do futebol, conseguiu uma vitorinha e divide a lanterna com o Santa, 16 pontos. Será que seu rugido tira o Corinthians da lama? O Marcelinho já foi afastado - é alguma coisa.

* Rafael Sóbis, o destaque colorado do semestre, foi premiado por Dunga com a convocação para a seleção brasileira. Apenas três jogadores foram convocados para os jogos contra Argentina e País de Gales: Sóbis, Ronaldinho e Kaká. A fase de Sóbis é tão boa que hoje saiu a notícia que o Milan quer contratá-lo.

Bin Laden é colorado

A grande final da Libertadores, que sagrou o meu time campeão das Américas, foi transmitida para 112 países, por mais de 70 emissoras de televisão. Mas quando diziam que até a Al Jazeera ia transmitir a partida ao vivo para todo mundo árabe achei que era uma grande piada. Era exagero, só podia ser exagero.

No entanto, a internet segue sendo a coisa mais fantástica de todos os tempos - depois do futebol - e está aí para acabar com todos os mitos e dúvidas do ser humano conectado. Algum maluco conseguiu os vídeos da Al Jazeera e deixou disponível para download na comunidade multimídia do Inter, que tem todo tipo de áudio e vídeo relacionado com a história recente do colorado. Tem toda a festa do final do jogo disponível em árabe também.

O gol do Tinga (que Deus o tenha), em versão muhammed:

O desabafo de Hugo Amorim

Depois da Copa do Mundo, quando decidimos manter o Linha Burra no ar, todo mundo combinou que não valia descambar para a flauta e o provincianismo. Não valia “eu sou campeão do mundo” nem “eu sou campeão brasileiro invicto”, resumidamente. Todo mundo pode assumir e defender suas cores clubísticas, mas mantendo o nível da piada, ou senão daqui a pouco um de nós aparece queimando banheiro químico por aí.

Por isso, nessa hora em que a vontade de sair gritando indelicadezas por aí é enorme, minha randômica memória fez uma hora extra e acabou lembrando do Hugo Amorim.

O Hugo Amorim era um colunista colorado que escrevia para a Zero Hora na década de 80. Ele estava ali para ser o contraponto do Paulo Sant’Ana. Mas, ao contrário do Sant’Ana, que era apaixonado e corneteiro, Amorim era um analista frio, formal, que só falava em esquema tático. Ele só falava em 4-3-3, 4-4-2, e chamava os jogadores abreviando seus nomes: L. Fernando, L.C. Winck e coisas do tipo. Certa vez eu e meus pais passamos por ele na Sandiz do Iguatemi (olha minha memória randômica aí de novo) e meu pai comentou: “o sonho desse aí é ser técnico do Inter”.

E era mesmo essa a impressão que ele passava com seus comentários. Pelo menos até o dia 12 de fevereiro de 1989. Porque no dia 13, logo após o Gre-Nal do Século, vencido pelo Inter por 2 a 1, Hugo Amorim despirocou. Ao invés de falar no óbvio – a virada do Internacional depois da expulsão de Casemiro –, ele fez uma coluna toda rabiscada a canetinha. E rabiscada com frases que eram pura flauta para cima dos tricolores. Só lembro de duas delas: “Taffarel é melhor que Lara” e “O Grêmio não passou de um Ameriquinha qualquer”.

No dia 14, a coluna dele já estava de novo falando no ponta-de-lança, no 4-3-3 e no L. Fernando. Aquela foi a única loucura da vida dele, e o timing não poderia ser mais perfeito: na rodada seguinte, o Inter começaria a perder o título para o Bahia.

Uma pena que não exista mais a coluna do Hugo Amorim na Zero Hora. Tenho certeza que ele rabiscaria outra daquelas colunas ontem, e faria um verdadeiro favor para mim, o Santi, o Rivo, o Vicente e os cinco ou seis colorados que lêem este blog.

17.8.06

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16.8.06

O Assunto do Dia


O mundo da pelota basca está em polvorosa. O esporte, também desconhecido como jai-alai, vai ficar de fora dos Jogos Panamericanos de 2007 no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada na assembléia geral da ODEPA (Organização Desportiva Pan-Americana), realizada há 80 dias em Buenos Aires.

A inclusão da pelota teve uma forte oposição do comitê organizador do Rio, que considerou que a questão deveria ter sido debatida em 2005. Dando um tapa de luva de pelica na marra carioca, o presidente da entidade, Sr. Vázquez Ranã, anunciou que a pelota vai estar nos Jogos Panamericanos de Guadalajara (México), em 2011.

E é no mesmo México, na praia de Acapulco, que em exatos 30 dias começa o 15º Campeonato Mundial de Pelota Basca. Serão 133 duplas de 13 países, e o Brasil não está representado.

Fixação Vermelha


Aqui na agência, quando saiu o gol da Noruega, todo mundo começou a cantar: "Noruega, Noruega, nada vai nos separar..."

Começa logo, jogo.

Nervoso

Eu estou mais nervoso do que qualquer um
O dia mais nervoso da minha vida
Vou chorar do inicio ao fim do jogo
Quando tocar o hino do Rio Grande
Do MEU INTERNACIONAL
Quando entrarem os jogadores
Quando apitar o início da partida
Quando der uma falta perigosa a nosso favor (confesso, se der contra choro também)
E quando sair um gol do nosso time
Eu caio em prantos
Ajoelho-me no concreto frio do Beira Rio
Atiro-me escada abaixo
Atiro-me na poça d’água
Abraço e beijo todo mundo num raio de 4 metros
Hoje pode ser o dia mais feliz da minha vida
Melhor
HOJE VAI SER O DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA
Não quero imaginar outra coisa

To chorando agora

Mestre

Pediram para um juiz de futebol demonstrar na prática o significado da palavra "lambança".


15.8.06

Nove quilos de Fruki


Reportagem de Luís Augusto Mônaco, do Jornal da Tarde de ontem (segunda), revela que Ronaldo (foto), fuma muito e toma muito refrigerante. Só encontrei livre acesso ao texto no blogue do Juca.

O comportamento individualista de Geléia teria irritado Ricardo Teixeira e a comissão técnica. Eles esperavam um líder e encontraram um gordo fumante que só falava das mulheres e da conta bancária. Entre um pacote de Dallas e um litro de Fruki Limão, se tornou o maior goleador da história da Copas.

Programe-se

É um dia cheio no futebol, e não apenas para colorados. Leitor consciente do Linha Burra não pode perder nada.

Às 15h10, com transmissão da Globo, a Seleção enfrenta a Noruega no primeiro jogo desde a derrota na Copa, com a estréia de Dunga e a seguinte provável escalação: Gomes; Cicinho, Juan, Lúcio e Gilberto; Gilberto Silva, Edmílson, Elano e Daniel Carvalho; Robinho e Fred.



Às 19h30, o Grêmio volta a Recife pela primeira vez depois da Batalha dos Aflitos, para enfrentar o Santa Cruz. É jogo para afirmar a volta aos eixos do time, que está em oitavo lugar no Brasileiro, com 23 pontos. O Santa está em 17o.




Às 21h45, entra em campo o Internacional, com seus 40 mil sócios, e o São Paulo, com seus três títulos mundiais. Quem ganhar leva a taça e a glória. Os colorados estão em um clima de nervosismo jamais visto. Soube hoje de um apavorado porque o radinho com o qual escutou os jogos até aqui quebrou. É o preço da decisão, pessoal.

O Linha Burra, espero, estará atento.

Pérola

Imaginem um narrador de futebol mineiro narrando um gol do Cruzeiro contra o São Paulo:

"É demais! É demais!"
"O Cruzeiro liquida o jogo!"
"O Cruzeiro humilha o campeão do mundo!"
"Um gol de Mário, um menino de Uberlândia... Cara de mineiro, roupa de mineiro, parece mineiro... E o Cruzeiro é mineiro!"

Claro que nem todo mundo consegue imaginar perfeitamente como deve ser tal acesso de loucura. Por isso, veremos um vídeo que exemplifica isso só que citando um outro Estado brasileiro:

Soneto para o Fenômeno


Irá Ronaldo calar minha boca,
que grita e repete até ficar rouca:
"Gordo de merda, fudeu co'o Brasil!",
e frases em tom inda menos civil?

É o Milan que chama o redondo Nazário,
que qual um renato guerreiro templário
pretende alcaçar a glória perdida
limpando na volta a cagada da ida.

Irá a Itália erguer-lhe um arco?
Ou resta ao avante o destino do barco
que vaga e nunca atraca no cais?

Rico em dilemas e de idéias parco,
Mussolini instruia seus generais:
— É dos carecas que elas gostam mais!

Enquanto isso, no Olímpico...

14.8.06

Las Leonas


Em tempos de poucos fatos interessantes sobre o futebol, é preciso abrir os horizontes para novos esportes. Hoje, gostaria de falar sobre o hockey, mais especificamente, o feminino. A Argentina tem uma das seleções de hockey feminino mais fortes do mundo. Aposto que você não sabia disso, sabia? As tacadas precisas de jogadoras como Luciana Aymar (foto) e Alejandra Gulla já levaram Las Leonas, como são chamadas, muitas vezes ao lugar mais alto do pódio. Como todas as equipes nacionais, as leoas também têm seus fãs e ocupam boa parte do noticiário esportivo.

Em setembro, elas entram em campo para mostrar toda técnica e garra no Mundial da Espanha. A estréia é contra os EUA, mas o grande rival é a Austrália no dia 30 de outubro.

Chega, quinta-feira

Pela primeira vez na vida, eu pensei em tomar remédios para dormir. Vou para a cama pensando na quarta-feira, acordo pensando na quarta-feira, trabalho pensando na quarta-feira. E estou longe de ser o único. A maioria dos colorados anda sofrendo distúrbio semelhante. Deve haver uma parte do corpo responsável pelo friozinho na barriga pré-final importante, e, como essa parte andou inativa nos colorados desde 1992, atrofiou e causou todos esses revertérios por aí.

Na última quarta, fui ver o jogo na casa do amigo Ricardo, lá no Lindóia. Eu, ele e mais dois colorados. Churrasco vai, cerveja vem, Rafael Sóbis marca os dois gols da vitória e tudo parece tranqüilo.

Até Edcarlos descontar para o São Paulo. Antes da TV reprisar o gol, o Ricardo se levanta da poltrona e diz:
- Era isso pra mim, gurizada. Não dá mais. Fiquem aí que eu volto depois que o jogo terminar.

E bateu a porta, ignorando os pedidos insistentes para que ficasse, porque afinal era a casa dele, a gente estava ganhando, enfim. A gente ainda tentou dizer pro Ricardo ficar, porque o Michel estava aquecendo para entrar, mas aí mesmo é que ele tomou o elevador e se mandou. Em plena chuva, saiu caminhando pelo Lindóia.

O jogo acabou e a gente desceu para a calçada, para comemorar e esperar a volta do Ricardo. Dez minutos depois, ele volta, encharcado e ofegante. Contou que foi caminhando da casa dele, na Avenida Panamericana, até o Big da Sertório*, com os fones a todo volume em uma rádio FM, para não ouvir nada relacionado ao jogo.

Multiplique essa loucura por 500.000, e você vai ter uma idéia do que a cidade vai ser transformar a partir da meia-noite de quarta-feira. Aconteça o que acontecer no Beira-Rio.


* Pra quem não conhece o Lindóia, é como se o cara tivesse caminhado da Redenção até a Rodoviária e voltado.

* Pra quem não conhece Porto Alegre, é como se o cara tivesse ido do início da Paulista, no Paraíso, até mais ou menos o Masp, e voltado. Ou como se ele tivesse ido do Arpoador até o posto 12 e voltado. Na chuva torrencial.


* Pra quem não conhece nenhuma dessas cidades, sai do Linha Burra e entra no site da WebJet, que eles estão liquidando uns vôos de madrugada.

Superior, geral e cadeira


por Álvaro Bueno

Logo depois do jogo quarta-feira, já tinha conferido lá no site do Colorado: venda dos ingressos só no domingo e eles seriam escassos. Ok, me programei para no sábado de noite ficar em casa e dormir gargalhando com um Zorra Total para madrugar no Beira-Rio e não pegar muita fila. Eu queria ingresso de cadeira, não ia faltar, achava. Mas o negócio das matérias de TV, rádio, jornal ficar mostrando que tinha gente acampada lá desde sei lá quando estourou a cinta.

De manhã, sábado, um ex-colega de faculdade ainda me ligou e avisou que estava indo para lá comprar, que tinha medo que faltasse, etc. Eu disse que ia, mas mais tarde. Tinha coisas a fazer para o trabalho e tal. E fiquei fazendo, descompromissadamente, e acompanhando pelo rádio um cliente que dava uma entrevista. E aí entra um repórter do esporte e acaba com o meu mundo:

"A direção do Internacional decidiu antecipar a venda de ingressos para o jogo da próxima quarta-feira, tendo em vista que a fila já chega a cerca de duas mil pessoas e não há porque aumentar o tempo de espera até amanhã. O conselho para quem está em casa é para que não venha ao Beira-Rio na busca de ingressos porque não conseguirá".

Putaquepariu. Era mais ou menos uma da tarde. Acho que em dez minutos eu já estava lá. Meu amigo que foi de manhã estava lá no meio da fila. Furá-la não me pareceu uma atitude muito segura. Mais tarde vi que muita gente furou e alguns foram retirados da fila pela Brigada por isso. E fui ao seu final, ali na avenida Beira-Rio, saindo uns cinqüenta metros do portão do estádio. Ali fiquei cozinhando, sem ter a mínima noção se iria conseguir um ingresso.

Mas a fila aumentava. Uma hora depois, o comentário é que ela já estava lá nas cuias, quilômetros adiante da mesma avenida. Mas pelo menos ela andava. Sinal que já estavam vendendo.

Na minha volta, um bando de maluco oferecia latas de cerveja para quem estivesse perto. Tiravam onda com todos que passavam. "Olha o Bira! Olha o Casagrande! Olha o guri de camisa Rosa! Olha aqueles, parecem o KLB! Olha o Sóbis paraguaio!". Ganhamos laranjas, santinho do Dallegrave, o Bolívar chegou e mandou um alô para a massa, aquele funcionário que é sósia do Muricy também apareceu e o Sóbis do Paraguai mostrou uma foto com o verdadeiro. Assim foi até umas cinco da tarde.

Aí começou a cansar. A fila já se aproximava da entrada da Coréia e da rampa onde um funcionário distribuía senhas para ordenar o negócio até a bilheteria. Era a luz no final do túnel. Estava chegando a hora e também começavam a chegar os brigadianos de capacete laranja. Putaquepariu, eu pensei. O Choque está aí para, quando terminarem as senhas, frustrar qualquer confusão no cacete.

Seis da tarde cheguei na rampa. Eu e meus vizinhos de fila conseguimos as senhas e comemoramos como se fosse um gol. Um repórter fotográfico bem colocado acima da rampa reparou e registrou isso. Dali para a compra dos ingressos foi rápido.

Álvaro Bueno é relações públicas, colorado, gente boa e um dos quatro leitores de Linha Burra. Álvaro mantém o blogue Pauta que pariu. Quem encontrá-lo na foto, ganha um superbrinde.

A medida do homem

Dizem por aí que futebol é uma metáfora para a vida. Pode ser. Eu acredito que o futebol diz o básico que se precisa saber sobre o caráter alguém. É a medida do homem, fazendo um uso um pouco menos deprimente da expressão-título do livro do Dr. Bayard.
É só pegar meu pai. Ele adorava futebol, o que o credencia para o experimento. Era fã do Pereirão, juiz dos anos 90 que mantinha pulso forte no jogo. Compreensível: meu pai não gostava muito de reclamação, choradeira. O lema dele nas brigas com os filhos adolescentes era "se tu ficar brabo, só vais ter dois trabalhos: ficar e depois desficar".

Um dia, no almoço, eu contei que no colégio queria ser o camisa 11, do Romário. Porque o Romário era mestre, jogava muito. Mas o Chico, que era o craque do time da sala, também queria ser o Romário, então eu achava que o professor não ia me dar a 11. Meu pai começou um sermão: odiava que a gente achasse que já tinha perdido antes de começar o jogo. Também reclamou da disputa pela camiseta do Romário. Em parte porque um número na camiseta não valia nada, era pura frescura. Em parte porque ele desprezava um pouco o Romário - e isso já em 1989, antes da marra do baixinho subir à enésima potência.
Antes que se pense mal de quem não está aqui para se defender, ele desprezava o Romário como pessoa, não como jogador. Sabia que o cara era craque, decidia, gostava do futebol objetivo dele. Mas desprezava a postura carioca, o gênio difícil. Na escala de valores do meu pai, a Genialidade estava um pouco abaixo do Respeito aos Outros, então eu nunca consegui convencê-lo que não importava nem um pouco se o Romário queria sentar na janelinha sempre. Capetas, animais, baixinhos: sempre que eles faziam suas traquinagens eu ria e meu pai reclamava. A ética do trabalho, em falta no Romário que não treina, era o lema do meu pai. Assim como ele reclamava do Romário, todo domingo tentava evitar que a gente dormisse até depois das 2 da tarde, abrindo a porta do quarto por qualquer motivo, nos acordando para atender algum amigo nosso no telefone com um sorrisinho sádico.

Neste dia dos Pais, o segundo desde que ele morreu, eu fui na casa da mãe e sentei na poltrona dele. Vi uma vitória do Grêmio e uma do Inter. Nenhum passe, certo ou errado, de nenhum jogador, craque ou pereba, me deixou esquecê-lo, nem por um segundo. Atirei meus pés no banquinho, como ele fazia. Não assisti à saída de bola porque dá sorte, conforme meu avô afirmou a ele uma vez.
E, no segundo tempo de Grêmio x Atlético, me flagrei torcendo para o Leo Lima, habilidoso-jogador-carioca- incapaz-de-dominar-uma-bola- sem-fazer-uma-balaca, entregar alguma pro adversário, tomar um susto e aprender a jogar sério. Onde já se viu? Aí eu percebi: quem tem filhos não morre.

13.8.06

Duzentos reais

A movimentação de colorados para encontrar um jeito de entrar no estádio na próxima quarta-feira não se encerrou com a venda dos poucos ingressos no sábado. Tem neguinho oferecendo grana - da boa - pelas carteirinhas de sócios. Quem não se associou ao clube e que também não teve paciência para esperar dias na fila, está desesperado atrás de algum sócio que não possa ir ao jogo.

É como procurar testemunha de Jeová no Afeganistão.

A comunidade do Inter no Orkut é um dos melhores lugares para fazer este tipo de negócio, são 95 mil colorados para ajudar. Esse sujeito aqui está oferecendo 200 paus por um ingresso de geral.

Esse outro fez um concurso de frases para emprestar uma carteirinha.

Aos interessados na minha carteirinha, aviso que só negocio lances acima dos R$ 5 mil.

Procurado

Marcelinho, ponteiro driblador e de inteligência abaixo da média dos castores, ex-Grêmio, foi visto ontem sofrendo o pênalti que consolidou a vitória do São Caetano contra o Santa Cruz (2x0).
Imagens do Jornal Nacional mostraram que, ao deixar crescer o cabelo, Marcelinho apresenta uma mufa inacreditável, de cor incompreensível e estilo indefinido. Não se concluiu se está horrível ou muito afudê. Procurada pela reportagem em sites de esportes, You Tube e Google, a imagem do cabelo absurdo não se apresentou. É hora de acabar com a injustiça da falta de mídia sobre o Azulão, que além deste jogador ainda tem Anderson Lima, o ex-vilão de Double Dragon Abobo.
Este blog implora que algum morador de São Caetano tire uma foto, de celular que seja, da mufa do Marcelinho e mande para nós no peitoloes arroba gê mêil ponto com.

12.8.06

"O Inter rasga a camisa do São Paulo e pisa nela"

O ufanismo gaudério do locutor da Rádio Gaúcha estaria sendo usado por Muricy para animar os jogadores do São Paulo, segundo o Blog do Juca. No blog do jornalista - que afirma nunca ter ouvido nada igual -, no momento em que eu posto isso, já havia 719 comentários. A maioria de escandalizados com a postura do narrador. É possível ouvir o trecho aqui.
Me deu um certo desconforto por ter escutado a narração e não ter achado nada de mais: acho que já estou acostumado com isso.

11.8.06

Inacreditável

Pra deixar bem claro: sou um péssimo gremista. Deixo de ver jogos porque o time é ruim, dificilmente vou ao Estádio, e, pior das heresias, tenho uma certa simpatia pelo co-irmão (meu pai e meu irmão são colorados, boa parte da minha infância assisti jogos no Beira-rio).
Esclarecendo esta condição, assistir isto é de arrepiar. Atentem para o depoimento do Felipão. Faz recuperar um pouco do orgulho e do amor maltratados pelos dirigentes amadores que afundam nosso tricolor.

Não se fala em outra coisa

A Placar lançou um desafio bacana para os viciadinhos em futebol. A imagem abaixo reúne 50 clubes nacionais e internacionais em forma de trocadilho visual. É a mesma brincadeira da Virgin Records que circulou na internet há alguns meses, onde o carinha tinha que descobrir os nomes das bandas.

As ilustrações são de Jayme Leão, Éber Evangelista e Rodrigo Makoto. Todos colegas da amiga Renata Steffen, que trabalha na editora Abril e que pediu que eu fizesse propaganda deles.

Divirtam-se.

Passou dos limites

Essa história de querer acabar com o São Paulo já está passando dos limites. A brincadeira é divertida até alguém se machucar, bater a cabeça, perder um olho, morrer... essas coisas.

Depois de acabar com o ator Irving São Paulo, morto na manhã desta última quinta-feira, a praga já começou a afetar de fato os atletas da equipe. Weverson (foto), um dos goleiros reservas do São Paulo, foi vítima de um acidente de trânsito na Rodovia Régis Bittencourt. Mais informações aqui no Terra.

Acho que tá na hora do pessoal rever as macumbas e urucubacas. Ou então saber especificá-las bem na hora do ato. Tem gente sofrendo, gente.

Bruxa solta no Morumbi

Está dando tudo certo demais para o Inter. O que me dá medo.

Primeiro, foi o Josué.
Ontem, ficou quase confirmada a volta do Ricardo Oliveira para a Espanha.

Agora essa: Quarto goleiro do São Paulo morre em acidente de carro. O terceiro goleiro, inscrito na Libertadores, também estava no carro e teve uma lesão na coluna.

O melhor do mundo

Michael Schumacher também é craque nos gramados.

Lógica elementar, Nível 1


"Você não pode entrar em campo para agredir o adversário, é isso que falaremos para ele".

É com este nível de argumentação que Muricy Ramalho, técnico do São Paulo, vai repreender Josué, expulso na primeira partida da final da Libertadores após disputar uma bola no ar com o cotovelo na nuca do Rafael Sóbis.

Muricy nunca foi um gênio na arte da expressão verbal.

10.8.06

Chico


Desde terça, eu só pensava no Chico Spina. Tanta coisa acontecendo com o Inter e aquele nome ficava indo e voltando na minha cabeça. Chico Spina. Chico Spina.

É que eu comprei uma prateleira nova para colocar livros na minha sala, e, na mudança de uma prateleira para outra, encontrei o livro do Ruy Carlos Ostermann sobre os 90 anos do Inter. Comecei a ver uma foto ali, ler um depoimento acolá, e então aparece o Chico Spina.

Chico Spina era um jovem atacante do Inter em 1979. Um jovem atacante que irritava a torcida porque corria, corria, driblava, driblava, mas depois não sabia muito o que fazer com a bola. Nos primeiro jogo da final do Brasileirão, contra o Vasco, o time estava desfalcado. Falcão, que semanas antes demolira o Palmeiras na semifinal, estava fora. Chico Spina começou jogando, se não me engano, no lugar de Valdomiro, que também não pôde jogar.

Fez dois gols em pleno Maracanã e deu tranqüilidade para o Inter coroar, uma semana depois, sua campanha invicta, ganhando de 2 a 1 no Beira-Rio.

Rafael Sobis, de certa forma, lembra Chico Spina. Ano passado, era grande o número de colorados que se irritava com aquele driblezinho a mais, aquela demora na hora de chutar. Muita gente até achava que ele deveria ter sido vendido no auge, na temporada passada, porque mais que isso ele não jogaria, ainda mais depois da grave lesão que sofreu.

Eis que ele aparece, nos momentos finais da Libertadores, e começa a decidir jogo atrás de jogo. Chama a responsabilidade pra si. Abre espaço e chuta. E dá a impressão de que, ao contrário de Chico Spina, que se transferiu para o Ostracismo FC anos depois, Sobis vai além. Se a fase durar pelo menos até a próxima quarta-feira, já está bom para mim.

Maré vermelha

Eu ia escrever um mega poste sobre ontem, mas esbarrei no blogue do Juca. Descrição perfeita do jogo.

Abel x Muricy

Ao final da temporada passada, apesar de o Inter ter feito boa campanha no Brasileiro, o técnico Muricy foi embora. Foi contratado Abel, xodó colorado desde o final dos anos 80, mas que havia deixado escapar, com o Fluminense, a vaga na Libertadores no fim do campeonato.
Vários colorados amigos meus reclamavam do Muricy mas não viam treinador viável para o lugar dele. As opções ou eram do mesmo nível - o que não interessava, já que o objetivo era maior, a Libertadores - ou eram muito caras, leia-se Luxemburgo. Acabou vindo o Abelão para desespero de muitos, e meu regozijo pessoal.
Eu acho o Abel um treinador médio, só. Não gosto muito dos times que ele monta, ele tem a mania de empilhar atacantes e não tem por hábito ver direito o que está acontecendo durante a partida. Sem falar que a tragédia de 89 o acompanha: ele é o eterno vice. Mas o Muricy tem seus problemas e quase todos vêm da teimosia com que ele arma os times, forçando demais jogadores a se adequar ao seu esquema. Por isso, a briga tática na final muito me interessa.
E ontem o Abel venceu. Não só o Muricy, mas ganhou de si mesmo. Com 10 em campo desde os 11 minutos, o treinador são-paulino manteve os 3 zagueiros e optou por recuar o Leandro, que até fez boa partida mas não é do ramo da marcação. Aí perdeu opção de ataque, perdeu o meio-campo e manteve uma marcação muito da mocoronga na primeira etapa. Quando o Tinga percebeu a avenida que estava o lado direito do São Paulo, ocupado por um lateral que na verdade é um meia de ofício, ficou por lá e fez o Inter levar o pouco perigo do primeiro tempo. Mesmo com a expulsão de Fabinho, Muricy não aproveitou para tentar enforcar o meio do Inter, e seguiu com três zagueiros, dois alas (o Júnior tentava fechar pelo meio) e dois meias, um sobrecarregado (Mineiro) e outro dormindo (Danilo, que só sairia aos 23 minutos).
O Abel, então, deu um golpe de misericórdia no Abelão Ofensivista Entregador. Fechou mais o time com o Índio no lugar do Alex, ficando com três zagueiros mas com um meio povoado. Isso permitiu que o Inter suportasse bem a pressão do São Paulo, que só nos últimos 20 minutos jogou como o timão que é (perdão aos corintianos). O Abel fez o simples e volta com uma baita vantagem. A vantagem é tão grande que Tragédia pode ser a única possibilidade viável além da Consagração.

9.8.06

Para deixar registrado

Tive um sonho que o Inter ganhava a Libertadores da seguinte maneira. O primeiro jogo empata em 0x0, jogo horrível, nível de Grenal. O segundo vai se encaminhando para os pênaltis até os 35 do segundo tempo, quando o Bolívar mete a mão na bola. Pênalti.

O Rogério Ceni bate, mas o Clemer pega. Ou a bola vai no poste, não me recordo bem. Alguém pega a bola e dá um balão para frente, o Fernandão raspa com a cabeça e deixa o Sóbis mano-a-mano com o Fabão. Sóbis ganha na corrida e chuta de longe pro gol vazio. Mais 15 minutos de retranca e o colorado é sagrado monocampeão da Libertadores.

Ok, talvez não tenha sido um sonho. Não consigo dormir direito há dois dias.

Inter empata com São Paulo

COPA FGF:
Inter B empatou em 1 a 1 com o São Paulo de Rio Grande, na noite deste domingo, em Rio Grande, na partida de estréia na Copa FGF. Ismael marcou o gol da equipe colorada. No próximo domingo (13/8), o Inter B enfrenta o Carazinhense no Complexo Beira-Rio.

O som saía abafado do rádio-relógio. Fruto de uma bola de argila oriunda da aula de artes que eu, por arte, inserira nos furos do alto-falante. Primeiro deitado, depois sentado na cama de meus pais, ouvia a tudo nervoso. Do alto dos meus dez aninhos já sabia o que um homem feito tinha de saber sobre futebol. Prova está que quando o Inter perdeu pro Olímpia nos pênaltis, fui assaltado por um alívio e uma alegria inenarráveis.

Hoje à noite, vou para o mesmo quarto de meus pais. Como diz um amigo do Andrei Netto, "vou me recolher ao local sagrado onde eles sempre sucumbiram diante de meus olhos" - e de meus ouvidos.

Oremos.

7.8.06

Panapupiastas


Não costumo desenhar nada sobre futebol, até porque, sendo colorado, o futebol nem sempre é um assunto muito engraçado para mim. Mas semana passada saiu essa daqui, pertencente à série "Religiões Desconhecidas". Para ver outras que não sejam sobre futebol, clique aqui.

Que coisa heinhô, São Paulo?

O presidente do Real Betis, José León, afirmou nesta segunda-feira que é impossível o clube prolongar o empréstimo do atacante Ricardo Oliveira ao São Paulo para que ele dispute o segundo jogo da final da Copa Libertadores da América.
A intenção de Ricardo Oliveira é ficar no São Paulo pelo menos até o dia 16 de agosto, data na qual acontece o segundo jogo da final da Libertadores, contra o Internacional, em Porto Alegre. No entanto, o representante de Ricardo Oliveira, Luiz Vianna, já está na Espanha para tentar negociar o prolongamento do empréstimo.

Eu estaria deprimido se fosse torcedor do São Paulo. O clube faz um esforço, traz um baita craque. Ele se machuca e passa quase todo o semestre podre, mas quando volta faz gols decisivos e joga muito. Aí na final ele não pode jogar por uma questão de 4 dias no contrato. Será que quando trouxeram o Ricardo Oliveira não havia ainda data para a final da Libertadores? Será que havia e a direção do tricolor paulista rateou espetacularmente? Leitores com respostas, por favor deixem-nas nos comments.

6.8.06

Rá-rá, muito engraçado

O futebol é um esporte muito divertido. O Inter B não tinha nenhuma obrigação de jogar bem hoje contra o Santos, mas fez a melhor partida do colorado em muito tempo - considerando time titular e reserva.

Detalhe: PERDEU O JOGO COM DOIS JOGADORES A MAIS.

O primeiro tempo foi muito do Inter. Tinga voltou comendo a bola de colher grande. Iarley interessado e Mossoró dando uma correria fenomenal. Os santistas podem reclamar de falta de organização do meio-campo, mas não de falta de vontade da equipe. Saíram perdendo no início do jogo e correram pra valer para tentar empatar. Mas, apesar da vontade santista, o primeiro tempo podia ter terminado 2x0 para o colorado sem nenhuma injustiça.

Sem o Tinga, o segundo tempo foi passando para o Santos aos poucos. O Inter desperdiçava contra-ataques (não teve muitos lances de gol, mas teve espaço para criá-los). Até os 30 minutos, quando o Santos passou a dominar de vez. O juiz, o Wagner Tardelli, deu muita falta besta perto da área mas, vá lá, expulsou bem o Reinaldo - que deu um chute ridículo no Perdigão - e acertou no pênalti, que foi em cima da linha e a linha faz parte da área. Apesar do domínio, o Santos não estava com pinta de que faria um gol se não fosse de bola parada. O Wendell meteu aquela bucha aos 39 e nem o excelente Renan (que já havia salvado o time em três oportunidades durante o jogo e que será o titular no ano que vem, sem dúvida) podia pegar.

O Maldonado se machucou e o Luxa não tinha mais substituições a fazer. Mas o Santos seguiu pressionando mesmo com nove. Então o Rubens Cardoso, o pior jogador de todos os tempos a vestir a camisa colorada em 97 anos de história, fez um pênalti idiota. Pronto, perdemos um jogo que estava na mão.

Alias, uma palavrinha sobre Rubens Cardoso: péssimo. Perdeu três lances na cara do gol e passou o jogo inteiro errando passes laterais - em geral para fora do campo. Ramon pede passagem, dá luz alta, quase atropela o ex-tricolor. Há colorados, inclusive, que acham que ele ainda não deixou de ser tricolor.

A boa partida do Inter tem uma explicação clara: o meio-campo reserva de hoje deveria ser o titular. Wellington Monteiro (o melhor cabeça-de-área), Perdigão (o melhor passador), Tinga (o mais raçudo e melhor marcador) e Mossoró (o mais ousado do grupo). Dá para trocar o Mossoró pelo Alex se for necessário mais cautela. Como na quarta-feira, no Morumbi, quando o Inter só precisa evitar uma derrota superior a quatro gols de diferença para manter viva as chances de ganhar a Libertadores. Espero conseguir sorrir na quinta-feira.

Combustível


Capa do Lance de São Paulo na última sexta-feira.

5.8.06

A propósito...

...por que diabos a CBF exige que os jogos do Grêmio punido sejam realizados em estádios com capacidade mínima de 15 mil torcedores se acontecerão a portões fechados?

Até novembro....

Acabei de voltar de Grêmio 1 x 0 Juventude. Jogo moroso, sem graça, por vezes até irritante. Mas ainda assim vou sentir saudades. Esperar até novembro pra assistir ao tricolor no Olímpico vai ser duro.

Tão duro quanto a punição dada ao Grêmio pelos incidentes no Beira-Rio domingo passado. Por vezes penso que foi bem-feito à diretoria que deu declarações ridículas após o jogo. Mas não adianta. Nem eu me convenço. O Grêmio foi punido porque é o Grêmio, time que o centro do país aprendeu a odiar. É claro que uma pena deve ser aplicada, mas 8 jogos é abusivo.

O Grêmio deverá ter um prejuízo de mais de dois milhões de reais por culpa de meia dúzia de torcedores. Meia dúzia de baderneiros livres, leves e soltos em um espaço sem policiamento. Não consigo imaginar um grupo de torcedores carregando geral abaixo um mega banheiro químico E NÃO SEREM VISTOS! A segurança do local é de responsabilidade do mandante. A culpa do incêndio não é do Inter. Mas a falta de policiamento certamente é.

Todo mundo sabe que em Gre-nal, o local do jogo será sempre quebrado em maior ou menor grau. Existem vândalos e baderneiros em qualquer canto. Não é privilégio da Geral do Grêmio ou das organizadas paulistas. Para indisciplinados, a disciplina deve ser imposta. A cacetete se for preciso.

Que seja... uma instituição da grandiosidade do Grêmio não merece morrer falido por culpa de tão poucos que não merecem sequer respeito.

4.8.06

Feliz 1990


O título acima era o conteúdo de um email enviado por um amigo colorado hoje de manhã. Foi a melhor tradução do sentimento entre os torcedores do Inter nas horas posteriores a classificação para a Final da Libertadores.

A sensação até ontem era justamente esta: estávamos congelados no tempo. De lá pra cá, colecionamos fracassos, com exceção da Copa do Brasil de 1992, que, na boa, a gente nem se orgulha muito (já ouvi colorado dizendo que tinham que tirar a quarta estrela da camisa). A sensação de alívio, de finalmente botar 1989 para dormir, é sublime. Estávamos disputando um torneio contra nossos demônios nestes 17 anos, paralelo às competições tradicionais. Só a gente pode entender o valor deste caneco.

Os jogos contra o São Paulo são parte de um outro compeonato, a Libertadores da América, este reconhecido por toda a comunidade futebolística. Após o reveillón tardio, entramos nesta disputa um pouco mais aliviados.

Claro que os co-irmãos da Azenha vão nos cornetear em função de declarações como esta, que passam a impressão de que já estamos satisfeitos com a classificação para a final e, portanto, pensamos pequeno e não estamos almejando o título. Mas é besteira. A final da Libertadores é o momento mais importante da história do clube. Sabemos, talvez como nenhum outro clube brasileiro de ambição, como é raro chegar num momento parecido.

Ganhar é fundamental. E será muito difícil porque temos de enfrentar dois adversários qualificados: o atual campeão mundial e o maldito sapo baiano enterrado em 1988, que nos condenou à condição de vice. Não sei qual é o inimigo mais poderoso.

O legal é inventar

O gol qualificado* é um critério de desempate criado para dar mais emoções às disputas em competições com jogos de ida e volta, como a Libertadores da América em sua fase final. A idéia básica é fazer com que o time visitante não se limite a defender e saia em busca do gol que "vale por dois". Outra conseqüência da utilização desse critério, é a diminuição da disputas por pênaltis, uma vez que são necessários dois resultados idênticos (no caso de vitória, uma para cada lado) para que tenhamos a disputa por tiros livres da marca penal. Eu acho uma baita idéia!

A primeira vez que tive notícias desse tipo de critério foi quando inventaram a Copa do Brasil em 1989. Um sucesso de fórmula, intocada desde sua criação. Nos últimos anos, a Liga dos Campeões da Europa copiou o modelo de disputa com gol qualificado. A regra só não vale para a final, que é disputada em apenas um jogo numa cidade, pretensamente neutra, já definida antes da disputa iniciar. Como não se tem um "visitante" e um "time da casa", o critério não faz sentido e por isso não é aplicado.

Agora alguém me dá uma razão lógica pra isso: por que na final da Libertadores, que é disputada igualmente em jogos de ida e volta, o regulamento elimina o gol qualificado (foto)?

*Alice Urbim e outras leitoras: é o chamado "gol fora vale por dois", caso os times empatem em pontos e saldo de gols, o time que marcou mais gols na casa do adversário se classifica; exemplo, se eu ganhar em casa de 1 a 0 e perder fora por 2 a 1, estarei classificado.

A secação funcionou

Meia hora depois do jogo, acabou a ceva no Tele Xis, um dos mais populares bares dos arredores do Beira-Rio.

O jeito foi tomar Kaiser no MacAurio.

Lacombe x Ceni

Foi o assunto do dia de ontem no meio esportivo: a comentarista do Sportv Milly Lacombe acusou o Rogério Ceni de falsificar uma assinatura para forçar o São Paulo a dar um aumento para ele.

O goleiro-artilheiro estava vendo o programa e ligou para a redação para tirar satisfação com a mulher no ar. O restultado você vê aqui:

O Fim do Secador

Amigos, eu não seco mais. Desisti. Estou secando o Internacional desde o início da Libertadores, sem sucesso. Tive poucos momentos de alegria - o empate com o Maracaibo na primeira fase, a derrota para a LDU - e vários de esperança. Em diversos jogos me pareceu que qualquer time podia eliminar o Inter, mas isso não foi verdade.
Porque ontem o colorado não jogou com qualquer time. Dos semifinalistas, o Libertad é melhor que o Chivas e, na maior parte da partida, foi melhor até que o Inter. Tem atacantes rápidos (que não acertam no gol, é verdade) e um meia argentino careca muito, mas muito, chato. No segundo tempo, até os 18 minutos, o Libertad dominou o Inter e o prensou em seu campo, sem saída de bola ou qualquer alternativa adicional. Todos, até o Abel, viram que a bola passava direto pelo meio-campo colorado sem nenhuma intervenção, caindo no pé dos atacantes paraguaios, que levavam vantagem em quase todas as bolas altas. E então achou um gol - golaço -, deopis achou outro golaço, e botou o jogo debaixo do braço.

E por que eu não seco mais? Porque não tenho mais alternativas. O gremista secador tradicionalmente se apóia em alguns fatores:

Clemer
"Falharei uma, duas, tres vezes. E então haverá choro e ranger de dentes." Clemer 24:12. Mas esse é um evangelho do Mar Morto e enterrado. Ontem de novo o Clemer saiu feito um mongolão num cruzamento e largou a bola. O que aconteceu? Nada. O Clemer não vai mais entregar nada nessa Libertadores, ele está tentando desde o início do ano e não conseguiu.

Piazito driblador
Nosso amigo Alexandre de Santi tem uma tese interessante sobre o perfil do Inter, cuja torcida preferiria um futebol mais clássico e habilidoso. Talvez isso seja verdadeiro e provoque a aparição do que é quase uma instituição no Inter, o piazito driblador. O problema é que esse jogador costuma ser chato, dar olés, e na hora de decidir os jogos não faz nada. O Inter tem vários no grupo hoje, mas, para o secador, má notícia: o titular deles, Rafael Sobis, faz. Contra a LDU decidiu o jogo, ontem teve boa participação quando o time estava ganhando e precisava mostrar ao outro que a partida era vermelha.

A falta de tradição em copas
Isso é um eufemismo que a gente usa pra não irritar muito os colorados. Na verdade, gremista da minha idade nunca viu o Inter ganhar nada que preste e, pior, sempre viu o co-irmão ser eliminado da Libertadores e Brasileirões como se um sapo estivesse enterrado no Beira-Rio. "O Inter não é copeiro", eu me repetia mentalmente ontem. Aí uma equipe absolutamente pressionada pega a bola, dá pro jogador que mais decepcionava e ele acerta um golaço. Acende o estádio, a torcida enfumaça tudo e leva o time até o segundo gol. Isso é ser time copeiro. Em copa não precisa ser o melhor time do jogo, só precisa fazer dois gols e ganhar.

O Abel
Em tese eu ainda devia confiar que o Abel vai entregar. Com aqueles olhos injetados, ele segue vendo um jogo diferente de 90% da população gaúcha. Sem meio-campo, ele tirou um dos volantes (o melhor deles) e colocou um atacante agudo. Deu certo? Não sabemos, na primeira vez que o Renteria tocou na bola já estava 2 x 0. Mesmo assim, perdoem a repetição: estava 2 x 0. Ou seja, nem tentando o Abel conseguiu perder.

Eu não acredito que nenhum desses fatores vai resolver atuar contra o Inter justo na final. Não tenho mais toalhas onde me agarrar. Vou parar de secar. Vai ganhar quem tiver de ganhar, sem a minha interferência. Essa vida de torcer contra é muito cansativa. Agora só torço para o tricolor.

Uma coisa e outra

Há algo de estranho no fato de que, dos três times que compõem as duas finais brasileiras seguidas da Libertadores (Atlético Paranaense x São Paulo em 2005 e Inter x São Paulo em 2006), apenas um mísero jogador tenha feito uma partida inteira na Copa do Mundo. Não fosse pela entrada do reserva Cicinho (do São Paulo '05) contra o Japão, esse duplo feito histórico seria totalmente dissociado do Mundial da Alemanha. (Coincidentemente ou não, nenhum dos três times desfruta de boa relação com a CBF.)

É como se os clubes fossem de um país e a seleção de outro. Prefiro o país dos clubes.

3.8.06

Arbitragem: a última fronteira


Eu odeio juízes. Nenhum deles jamais jogou futebol e, em razão, disso, não sabem diferenciar uma falta besta de uma falta de verdade. Por isso, tenho que reconhecer que a arbitragem do careca (foto) de ontem, no jogo São Paulo e Chivas, foi a melhor que eu vi na vida. Primeiro, antes de qualquer outra coisa, porque eu não sei o nome dele e vou chamá-lo daqui em diante de comandante Jean-Luc Picard (foto), da série Star Trek - The Next Generation. Todos sabemos que sósias são ducaralho.

Segundo porque o nosso amigo deu um pênalti que eu nunca tinha visto um juiz dar: troca de empurrões dentro da grande área. Terceiro porque o comandante Picard não quer conversa. Solta cortões amarelos como se dissesse "isso, reclama e eu te desintegro com a minha pistola de raio laser". Quarto porque não é mole substituir o lendário capitão Kirk.

A parte triste é que tiveram que buscar um juiz de outra dimensão para fazer uma boa arbitragem.

Huevos

Maradona está puto da cara por ter recebido um não do presidente da AFA ao seu pedido público para dirigir a seleção argentina. Ele acha injusto que Dunga e Donadoni tenham uma chance no comando das suas respectivas seleções e ele fique só na torcida.

Segundo uma pesquisa informal que fiz com a ala masculina do escritório, Maradona é o único capaz de fazer a seleção poner huevos en la cancha. Tevez é outro que faz campanha a favor de mais huevos na seleção. O único problema é que para dirigir uma seleção, o técnico precisa ter o respeito dos jogadores e comandar o time com pulso firme. E todos aqui sabem que é naturalmente impossível cantar de galo e poner huevos ao mesmo tempo.

2.8.06

Um grande jogo

São Paulo 3 x 0 Chivas. Foi um grande jogo, em primeiro lugar, porque ambos os times são bons. O Chivas tem um toque de bola muito bom, jogadas rápidas pelos flancos, tabelas. O São Paulo tem grandes jogadores e um time bem acertado, apesar de a defesa ter feito linha em vários momentos. Em segundo lugar, jogo bom tem que ter emoção, e o São Paulo teve um pênalti contra logo no primeiro tempo. Aí o goleiro-artilheiro defendeu, e dessa vez se adiantando dentro do limite do aceitável. Em terceiro, jogo bom tem que ter um craque desequilibrando, e hoje eu vi o Ricardo Oliveira entrar de titular na minha Seleção Brasileira pós-Parreira. No primeiro gol, ele deu um balãozinho de cabeça no marcador, tabelou e, ao perder o tempo da bola pra chutar, deixou sem querer de presente pro Leandro fazer. No segundo, recebeu uma bola alta, meio que cabeceou para cima e protegeu com o corpo, dentro da área, aí rolou perfeito pro Mineiro meter uma bucha. O terceiro foi de centroavante, de cabeça, goleado. Ricardo Oliveira jogou muita bola pelos lados, buscando jogo, e no meio, finalizando.

Tá certo que só teve jogo até a expulsão do cara do Chivas. Mas foi uma hora de partida que valeu por 20 horas de Campeonato Brasileiro.

1.8.06

"O atacante Robinho foi expulso do treino de hoje do Real Madrid pelo técnico Fábio Capello ao se envolver numa briga com o meia dinamarquês Thomas Gravesen.Robinho partiu para cima e socou Gravesen após sofrer uma forte entrada dele durante o treino. O meia respondeu com outro soco, e os jogadores correram para separá-los." via IG

Agora eu entendi o porque de tanta musculação, que tá deixando o Robinho quase o Abobo de tão sem pescoço.

Maicossuel



Existe um jogador com esse nome, e ele joga no Paraná Clube, um clube do Paraná. A origem está em "my cold swell" (meu inchaço frio), gíria usada por todo mundo que é legal em Curitiba. Melhor isso que a verdade, Maicos.

Estagiário de técnico

Jorginho foi confirmado pela CBF como auxiliar técnico de Dunga, e vai receber por isso a quantia mensal de R$bem-mais-que-nós,00.

Não entendo essa valorização recente do auxiliar técnico. Hoje todo mundo sabe que o auxiliar técnico do Muricy é o Tata, que o auxiliar do Abel é o Leomir. O que eles fazem exatamente? Vêem jogos? Distribuem coletes? Ligam pra Granja Comary pra reservar quadra? Massageiam o técnico? Será que eles são tão necessários assim? Alguém sabe quem era o assistente técnico de Minelli em 75? De Ênio Andrade em 79? De Valdir Espinosa em 83? De Felipão em 95?

Só mais uma pergunta: não sai mais em conta procurar esses caras no CIEE do que chamar medalhões queimadores de dinheiro?

Grande novidade


Romário está insatisfeito no Miami F.C. e deve voltar para o Vasco. A notícia está na edição de hoje do jornal O Dia. Mesmo com 12 gols marcados em 15 jogos, que lhe garante a vice-artilharia do campeonato da segunda divisão norte-americana, o Baixinho está negociando sua volta para o Rio de Janeiro.

O ex-atleta quer marcar o seu milésimo gol em território brasileiro onde, aparentemte, a imprensa daria alguma bola para o fato. Imagino o Romário marcando o milésimo gol em Miami, num estádio sem torcida, apenas com familiares dos jogadores incentivando a equipe em volta do campo. O Celestre Praiano é apenas o novo colocado da USL.

Faltam 24 gols para a marca mágica, segundo informa a capa do site do Vasco da Gama, onde um inacreditável placar faz a contagem regressiva dos gols do baixinho. Clicando no placar, ou aqui, surge uma enorme tabela do Excel com todos os gols da carreira do artilheiro tabulados.

A tchurminha de Dunga

Goleiros
Gomes (PSV Eindhoven)
Fábio (Cruzeiro)

Zagueiros
Juan (Bayer Leverkusen)
Lúcio (Bayern de Munique)
Luisão (Benfica)
Alex (PSV Eindhoven)

Laterais
Cicinho (Real Madrid)
Maicon (Internazionale)
Gilberto (Hertha Berlim)
Marcelo (Fluminense)

Meiocampistas
Gilberto Silva (Arsenal)
Edmílson (Barcelona)
Elano (Shakahtar Donetsk)
Julio Baptista (Real Madrid)
Jônatas (Flamengo)
Morais (Vasco da Gama)
Dudu Cearense (CSKA)
Wagner(Cruzeiro)

Atacantes
Daniel Carvalho (CSKA)
Robinho (Real Madrid)
Fred (Lyon)
Vagner Love (CSKA)


Gostei que ele aposentou os velhotes mesmo. E chamou os melhores zagueiros. Esse goleiro Fábio, do Cruzeiro, é meio enganador, mas o Gomes vai ser o titular certamente. Comentem, comentem.

Mais sobre violência

1. Um dos problemas para acabar com a violência nos estádios por aqui é que muita gente não consegue deixar a preferência clubística fora disso. Ontem, por exemplo, tinha um promotor de justiça na TVCOM dizendo que havia visto "torcedores do Internacional jogando copos de cerveja no rosto de pais de família, e passando a mão nas mulheres". Na hora de falar sobre a queima dos banheiros químicos e invasão das sociais pela torcida do Grêmio, disse que "não teria como saber se aqueles eram realmente torcedores do Grêmio." Bom, eles vestiam camisetas com faixas verticais azuis, pretas e brancas. Só outros dois times têm um uniforme igual: o Almagro da Argentina e um lá no Japão. Será que torcedores do Almagro estariam infiltrados na geral do Grêmio? Talvez. Seria a única explicação plausível para a Alma Castelhana existir.

2. Lembrei ontem do cinto de segurança. Ninguém usava. Eles ficavam empoeirados debaixo dos bancos dos carros, até que a fiscalização começou a multar quem não usasse. Hoje, experimente sair na rua e dar uma olhada nos carros em volta. Não tem quem não esteja usando cinto. Tem gente que usa cinto até para manobrar o carro na garagem. O que antes era um incômodo, hoje é natural. Eu acredito que isso possa acontecer com outras leis também. Basta aplicá-las que, em questão de anos, ninguém mais questiona. A restrição da venda de álcool em volta dos estádios, a proibição do consumo de álcool em lugares públicos (todos os dias, não só em dias de jogos), essas e outras leis que ajudem a conter a violência têm que ser pelo menos testadas.